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O descanso dos guerreiros

| Revista ACP

O Dakar chegou a meio, com o pelotão a entrar na Bolívia e a gozar o tão merecido dia de descanso em La Paz.

Dakar 2018

Seis dias depois da partida, em Lima, capital do Peru, o pelotão do Dakar chegou a La Paz, capital da Bolívia, onde os 233 participantes que ainda continuam em prova gozam o tão merecido dia de descanso depois de 3.034 km, 1.503 dos quais contra o cronómetro.

Como é habitual na mais dura prova de todo-o-terreno do mundo, as coisas não têm sido fáceis e ainda está tudo em aberto, isto apesar de alguns dos principais nomes terem já ficado pelo caminho.

Nos carros, a liderança está a cargo do “Senhor Dakar”. Stéphane Peterhansel tem levado a cabo uma prova cautelosa, mesmo assim lidera com quase meia hora de vantagem sobre o colega de equipa na Peugeot Carlos Sainz. Mas nem tudo têm sido rosas para a formação gaulesa. Sébastien Loeb ficou pelo caminho na quinta etapa, por lesão do navegador Daniel Elena, enquanto Cyril Despres partiu uma roda traseira, o que fez perder muito tempo. O francês é 45º da geral a mais de 40 horas do líder.

Enquanto isso, a Toyota Gazoo Racing ainda continua com toda a armada intacta e é a única que pode aspirar a vitória, mas terá muito que fazer pela frente. Bernhard Ten Brinke é o melhor representante da formação sul-africana, a 1h20m41s da frente, com o qatari Nasser Al-Attiyah em quarto (+1h24m20s) e Giniel de Villiers a fechar a lista dos cinco primeiros a 1h35m59s de Peterhansel. Margens que, com alguma sorte, podem muito bem ser anuladas ao longo dos 2.737 quilómetros cronometrados que ainda restam pela frente.

Para esquecer está a ser a prova da X-Raid. O melhor representante da equipa germânica nem sequer é um piloto de fábrica: Jakub Przygonski é sexto, mas já a mais de duas horas da frente. Enquanto isso, Mikko Hirvonen é 13º, mas a quase cinco horas da frente, já sem qualquer possibilidade de chegar ao pódio, quanto mais ao triunfo. Pior está Boris Garafulic. O chileno, navegado pelo português Filipe Palmeiro, teve um acidente logo na segunda etapa e perdeu muito tempo, de tal forma que ao cabo de seis especiais é 26º, a mais de 26 horas da primeira posição. Sorte idêntica teve Yazeed Al Rajhi, que é 28º.  Já fora de ação está Nani Roma, que desistiu ao cabo de apenas três especiais.

No que toca aos portugueses, e além de Palmeiro, Carlos Sousa é o único que ainda continua em prova nos carros. O piloto do Renault Duster começou mal, mas já conseguiu recuperar algumas posições. Sousa vai começar a segunda metade da prova em 25º, também a mais de 26 horas de Peterhansel. Já André Villas-Boas ficou pelo caminho.

No que toca às motos, a luta pela vitória está ainda mais acesa. Kevin Benavides (Honda) é o novo líder, isto depois de Adrien van Beveren (Yamaha), Joan Barreda (Honda) e Sam Sunderland (KTM) terem já passado pela primeira posição.

Benavides tem vindo a levar a cabo um Dakar regular, o que é determinante para um bom resultado final. Semelhante tem sido a prestação de Beveren, de tal forma que ambos estão separados por pouco mesmo de dois minutos... o que em termos de Dakar, não é nada.

Barreda está a ter mais trabalho depois de uma terceira especial para esquecer. O espanhol perdeu-se e caiu na geral, mas já recuperou mais de metade do tempo perdido e ainda tem palavra a dizer na luta pela vitória.

Pior foi o Dakar de Sunderland. O vencedor do ano passado viu-se forçado a desistir com dores nas costas na quarta especial.

Quanto aos portugueses, e depois do abandono ainda antes da partida de Mário Patrão e Paulo Gonçalves, Fausto Mota é o único ainda em prova, em 59º, isto depois de Joaquim Rodrigues ter abandonado logo na primeira especial.

Nos SSV, Pedro Mello Breyner e Pedro Velosa resistiram até à segunda etapa.

Pela frente o pelotão tem agora 5.265 km, 2.737 dos quais contra o cronómetro, repartidos por duas especiais na Bolívia e seis na Argentina.

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