Como fortalecer o sistema imunitário

Esteja mais preparado para enfrentar uma infeção

No contexto do novo Coronavírus, e de acordo com as orientações da DGS no que respeita à alimentação, é afirmado que “um estado nutricional e de hidratação adequados contribuem, de um modo geral, para um sistema imunitário otimizado e para uma melhor recuperação dos indivíduos em situação de doença”. Apesar do mesmo documento realçar que, de acordo com a evidência científica, “não existe nenhum alimento ou suplemento alimentar que possa prevenir ou ajudar no tratamento da COVID-19”, é também reforçada a mensagem que é fundamental garantir uma alimentação equilibrada, assim como adotar uma série de comportamentos, que garantam o normal funcionamento do sistema imunitário.

Como funciona o sistema imunitário

A sua função é simples: proteger o organismo de elementos invasores como germes, bactérias, vírus, fungos, parasitas, células cancerígenas incluindo pólen e moléculas de determinados alimentos. Para tal, o sistema imunitário tem de conseguir distinguir quais os elementos pertencentes ao corpo e quais os estranhos. As moléculas estranhas ao organismo definem-se como antigénios e são os desencadeadores de uma resposta de defesa ou resposta imunológica. Essa resposta caracteriza-se, inicialmente, pelo reconhecimento de um antigénio. Em seguida são mobilizadas as defesas que deverão atacar o “invasor” de modo a controlar a infeção.

Para isso, o sistema imunitário conta, nas suas fileiras, com um arsenal de defesa, resposta e ataque aos corpos estranhos:

  • Barreiras físicas: pele, córnea dos olhos ou membranas que protegem os aparelhos respiratório, digestivo, urinário e reprodutor.
  • Glóbulos brancos: leucócitos que percorrem a corrente sanguínea e penetram nos tecidos para detetar e atacar os “invasores”.
  • Moléculas: como as citocinas, anticorpos ou proteínas de complemento que se encontram no plasma sanguíneo e provocam a inflamação. A inflamação serve para criar um acesso mais fácil à zona infetada, de modo a que os elementos de “ataque” do sistema imunitário possam conter essa mesma infeção.
  • Órgãos linfoides primários: medula óssea, onde são produzidos os glóbulos brancos, e timo, onde as células T (linfócitos) se multiplicam e onde aprendem a reconhecer os invasores.
  • Órgãos linfoides secundários: como o baço, linfonodos, amígdalas, apêndice e placas de Peyer no intestino delgado. São uma espécie de “armadilhas” que retêm os “invasores” em zonas estratégicas do organismo.

A importância de uma alimentação equilibrada

A alimentação tem um papel fundamental nas várias funções fisiológicas e o sistema imunitário não é exceção. Para tal, devemos seguir as indicações da Roda dos Alimentos, que recomenda uma dieta com o correto equilíbrio de diferentes nutrientes:

  • Fornecedores de energia: hidratos de carbono, proteínas e lípidos
  • Vitaminas: vitaminas A, B6, B9, B12, C e D
  • Minerais: cobre, folato, ferro, selénio e zinco
  • Água (1,5 lt a 3 lt por dia)

Neste sentido, uma alimentação equilibrada implica a ingestão diária de todos os grupos alimentares nas proporções corretas:

  • Cereais, derivados e tubérculos: 28%
  • Hortícolas: 23%
  • Fruta: 20%
  • Laticínios: 18%
  • Carne, peixe e ovos: 5%
  • Leguminosas: 4%
  • Gorduras e óleos: 2%

Manter um peso saudável, com uma dieta equilibrada, acompanhada da prática de exercício físico, assim como a ingestão diária de sal inferior a 5 g, evitando o açúcar nas ocasiões festivas, são comportamentos que vão ajudar a manter um sistema imunitário saudável.

Comportamentos saudáveis fundamentais

Além de uma alimentação equilibrada, é essencial manter hábitos saudáveis no dia-a-dia:

Deixe de fumar
Os componentes do tabaco enfraquecem o sistema imunitário e colocam os fumadores mais sujeitos a infeções pulmonares. Por outro lado, se um fumador tiver uma predisposição genética para doenças imunitárias ou se sofrer de uma doença que lhe condicione a imunidade está mais atreito a doenças como o cancro, artrite reumatoide, infeções pós-operatórias ou esclerose múltipla .

Mantenha-se ativo
O exercício físico de intensidade moderada, com duração até uma hora, promove a troca contínua de células imunitárias na corrente sanguínea, conferindo benefícios que se podem traduzir na diminuição de infeções e doenças crónicas ou na diminuição do risco de doenças associadas à inflamação crónica .

Cumpra uma boa higiene do sono
Os adultos devem dormir cerca de oito horas por noite. Dormir menos de seis horas pode comprometer o bom funcionamento do sistema imunitário. Durante o sono são produzidas uma série de proteínas imunitárias, além de que a ação dos agentes infeciosos aumenta num cenário de privação do sono. Por outro lado, esta privação aumenta a segregação de hormonas de stress (cortisol), reduzindo a capacidade imunitária do organismo .

Controle o stress
Vários estudos apontam para os efeitos negativos do stress no sistema imunitário, sobretudo no chamado “stress crónico”. O enfraquecimento da resposta das células T (as que aprendem a reconhecer os “invasores”), contribuem para uma maior tendência para contrair infeções. Assim, é fundamental aprender a controlar o stress no dia-a-dia, seja através de exercícios de respiração e relaxamento ou pela escolha de uma alimentação correta e prática de exercício físico, cultivando ao mesmo tempo relações sociais e familiares saudáveis .

Modere o consumo de álcool
O consumo excessivo de álcool diminui a capacidade de resposta do sistema imunitário, além de poder agravar condições pré-existentes relacionadas com o sistema respiratório ou aparelho digestivo. O álcool atrasa a resposta do sistema imunitário e facilita o acesso dos “invasores” ao organismo. Além disso, prejudica a qualidade e a quantidade de sono.

 

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SAIBA MAIS

 

O conteúdo deste artigo tem caráter informativo e não dispensa a consulta do seu médico.

Fontes:
DGS - Direção Geral da Saúde | SNS - Serviço Nacional de Saúde | Universidade de Lisboa | WHO | American Psychological Association | Frontiers | Manuais MSD
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