No mais recente episódio do podcast ACP Elétrico do Ano, Licínio Almeida, diretor geral da SIVA para as marcas de luxo Bentley e Lamborghini, e Pedro Silva, diretor da revista Auto Drive, debateram sobre a eletrificação do mundo automóvel, e sobretudo das marcas de luxo.
Neste episódio, Licínio Almeida começa por explicar que a SIVA, criada em 1987 e que atualmente integra a Porsche Holding Salzburg (PHS), “é a importadora e distribuidora da quase totalidade das marcas do grupo Volkswagen para Portugal”.
“Eu sou responsável pela Bentley e pela Lamborghini, curiosamente, duas marcas que ainda não têm um carro 100% elétrico, mas ambas têm carros híbridos”, afirma.
A Bentley, explica Licínio Almeida, tem “motores a combustão e soluções híbridas”. E quanto à Lamborghini? “É a primeira marca de luxo no mercado que já hibridizou toda a gama, é o único construtor de supercarros desportivos cuja oferta já está 100% hibridizada, quer o Revuelto, quer o Urus, que estão disponíveis no mercado, quer o Temerario, que rapidamente ficará disponível também.
Ter modelos híbridos é uma coisa, mas quando vão estas duas marcas de luxo ter elétricos? Licínio Lima responde que os elétricos estão no horizonte, mas não aponta datas.
“Estas marcas de luxo são marcas especiais, são marcas superexclusivas, cujo peso no mercado é muito reduzido. A totalidade do mercado de luxo vale menos de 0,1% do mercado e a nível mundial muito menos. São marcas que têm, sobretudo, uma expressão mais mediática e, digamos, reduzida no peso das vendas, sobretudo na Europa, nos Estados Unidos, Canadá, em alguns países da Ásia, ou Austrália”, argumenta.
Para Pedro Silva, da Auto Drive, as marcas de luxo “estão sempre no vértice do desenvolvimento e da tecnologia, para oferecerem qualidade e diferenciação aos clientes”.
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Mas a eletrificação dos carros de luxo de marcas como a Bentley ou Lamborghini é um tema complexo. Tudo depende do que os clientes destas insígnias procuram.
“Para este tipo de marcas apostarem na hibridização em vez da eletrificação total, é simplesmente porque o mercado não quer ainda ou não está preparado ou não responde a um supercarro100% elétrico. Tem dificuldade em responder a isso porque não reconhece o valor acrescentado à diferenciação”, argumenta.
“O grande valor destas marcas de luxo é o peso da marca, o nome da marca, que foi construído ao longo de dezenas de anos. Todas elas tiveram os seus momentos de glória, passaram pela competição [de Le Mans à Fórmula 1]. Conjugar isso [o peso da história da marca] com a eletrificação é muito mais fácil para estas marcas, mas são os clientes que ditam isso”, acrescenta.
O debate de ideias em torno dos modelos de luxo e da eletrificação foi prolífico neste episódio. Perceba como as marcas de luxo acompanham o que se passa na indústria e como estão viradas para o futuro.
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