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Tänak na frente após emoções de Mortágua

| Revista ACP

A nova especial da prova veio alterar radicalmente as contas na frente da classificação, com Tänak ë Ogier a serem os principais beneficiários.

SS8-2

E quando tudo parecia muito complicado para Sébastien Ogier, que entrava para a penúltima classificativa do 54.º Vodafone Rally de Portugal – a «estreante» Mortágua, restando depois apenas a Super Especial de Lousada – a 41 segundos da liderança, na sétima posição, com a agravante de ter de voltar a abrir a estrada (já que Mortágua tem apenas uma passagem), eis que acontece uma enorme reviravolta. Desta também foi grande beneficiário Ott Tänak, que era terceiro, a 9,3s do líder Dani Sordo, e passou para a frente da classificação geral, consolidando em Lousada, para uma vantagem de 6.0s sobre Evans.

No entanto, para o estónio, este até pode ser um presente envenenado, mas vamos por partes: primeiro na estrada, Ogier chega ao fim da PE8 e só tem lamentos: “Terrível, o pior do dia! Não sei qual será a minha posição, mas sei que não terei muitos carros à frente. No entanto, tenho a certeza de que será melhor do que hoje”. Agora imaginem se lhe tivesse corrido bem: ganhou o troço de Mortágua com 5,3s de vantagem sobre o mais direto rival, o britânico Gus Green Smith.

Só que muita água correria entretanto pela barragem da Aguieira, ao longo da qual o troço evolui. Segundo na estrada e na geral, em perfeitas condições para encarar o resto da prova de forma positiva, Thierry Neuville foi demasiado otimista numa esquerda já perto da fase final da especial e não evitou uma ligeira saída, batendo num tronco de árvore e danificando severamente a roda traseira direita.

Conseguiu prosseguir, mas perdeu quase três minutos e meio para Ogier, caindo para a nona posição. Antes da longa ligação de mais de 160 km para Lousada, Neuville e Wydaeghe ainda tentaram reparar o i120 WRC, mas os danos eram demasiados e a dupla acabaria por desistir. Recomeça este sábado, ao abrigo do Super Rally.

O atraso de Ogier significou o consequente atraso de Elfyn Evans (quarto da geral e terceiro na estrada), que apanhou o pó do Hyundai do belga, perdendo com isso bastante tempo. Ficou a 37,3s de Ogier no troço, mas rapidamente os oficiais da prova lhe atribuíram um tempo de referência igual ao do francês, já que, no último parcial, o galês tinha um registo exatamente igual. Foi assim covencedor da classificativa, garantindo em simultâneo o segundo lugar à geral à entrada para a derradeira especial.

Mas o drama continuou. E se Ott Tänak, mesmo com um crono longe de ser brilhante, Kalle Rovanperä e Takamoto Katsuta passaram por Mortágua praticamente incólumes, queixando-se apenas de que correu tão bem como poderia, mais o drama estava para acontecer.

Primeiro com Adrien Fourmaux, que perdeu muito tempo com um pião, furando o pneu traseiro direito na sequência, situações que o levaram a concluir o troço com mais 54,7s do que Ogier e a perder a sétima posição para Greensmith. Mas mais mediático foi o incidente com Dani Sordo, que liderava o rali até então: o espanhol deixou o motor do carro ir abaixo dentro do troço e demorou muito tempo a voltar a pô-lo a funcionar. Além disso, queixou-se ainda dos pneus, realçando que um estava mesmo no limite. Como resultado, perdeu 21,3s para Ogier e caiu para a terceira posição da tabela.

A fechar o dia, a Super Especial de Lousada, ganha por Tänak, não gerou, como se previa, grandes diferenças entre os pilotos da frente, pelo que a classificação se manteve: Tänak em primeiro, Evans em segundo, Sordo em terceiro, Takamoto em quarto, Ogier em quinto e Rovanperä em sexto, todos separados por apenas 25 segundos. Greensmith e Fourmaux encerram, por esta ordem, o lote de pilotos prioritários.

Lappi à tangente no WRC2

Mas a luta está também muito animada no WRC2, que tem assistido a constantes alterações na liderança entre Nikolay Gryazin, Teemu Suninen e Esapekka Lappi. No entanto, com um tempo canhão na sétima especial da prova, Oliver Solberg, que já parecia estar arredado da luta pela vitória, ganhou mais de 11 segundos a todos os rivais e chegou a Lousada já a somente 27,6s do líder Lappi, pelo que voltou a entrar na corrida.

No final da primeira etapa, na última especial do dia, o espetáculo de Lousada, Lappi conseguiu dobrar vantagem sobre Gryazin para 2,2s. Suninen é terceiro, a 9,8s, e Solberg, que estabeleceu um «crono» exatamente igual ao de Lappi para vencer mais uma classificativa na classe, é quarto, com os mesmos 26,7s segundos de atraso que trazia de Mortágua.

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