Citroën DS 19 foi apresentado a 6 de outubro de 1955

| Revista ACP

Faz hoje 65 anos que o DS 19 se deu a conhecer ao mundo revelando-se um automóvel diferente de todos até então.

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Criado por Henri Chapron em meados da década de 50, o Citroën DS 19 foi uma “pedrada no charco” no mundo automóvel. Marcou uma época pelo seu design aerodinâmico e uma mão cheia de outras novidades que definiram o futuro da DS em termos de qualidade, luxo e tecnologia. Apresentado no Salão de Paris a 6 de outubro de 1955 foi um êxito tal que após 15 minutos desde a abertura do salão, no Grand Palais, registaram-se 743 intenções de compra e, ao final do dia, as encomendas do DS 19 ascendiam às 12 unidades.

Este modelo francês chegou com uma extensa personalização a começar pelas 76 combinações de pintura, 13 cores de carroçaria e 11 cores de bancos e guarnições em couro. Quanto a motorizações, equipava um bloco de quatro cilindros em linha com 1911 cc de cilindrada que debitava 75 cv de potência. Graças ao seu nível aerodinâmico, o sucessor do Traction 15 Six H era capaz de chegar aos 140 km/h, apesar dos seus 1.100 kg de peso.

Foi, igualmente, revolucionário em termos tecnológicos, contando com um sistema hidráulico, gerido por uma bomba montada no motor, que permitia comprimir nitrogénio através de um fluido hidráulico sob pressão. Além de garantir que a suspensão mantinha a altura do veículo ao solo, independentemente da sua carga, o gás fornecia a pressão necessária para a assistência da embraiagem, comando da caixa de velocidades, direção e travões, que já apresentavam dois circuitos independentes e repartidor automático pelos eixos, para além de discos nas rodas dianteiras, outra novidade num automóvel de série.

O Citroën DS foi produzido entre 1955 e 1976, totalizando 1.456.115 unidades nas versões berlina, break e cabrio. Existiram três séries: a original, entre 1955 e 1962; a série 2 (surge o DS Convertible) entre 1963 e 1967 e a série 3 (surge o DS 23 Pallas e a versão com faróis orientáveis, que acompanhavam o movimento da direção) entre 1968 e 1976. Em 2015 a Citroën decidiu recuperar o nome DS para criar uma nova marca para autonomizar os seus modelos topo de gama.

Um dos factos históricos que mais marcaram a história do DS foi o célebre atentado falhado contra o General Charles de Gaulle, a 22 de Agosto de 1962, quando o presidente francês, a sua esposa e o seu genro, saíam do palácio do Eliseu a bordo de um desses modelos franceses, seguido por outro DS tripulado por dois polícias e um guarda-costas, sob a escolta de duas motas da “gendarmerie”.

Durante uma feroz perseguição, o Citroën presidencial com 14 balas e dois pneus furados conseguiu escapar à cilada sem perder o controlo graças ao seu inovador sistema hidráulico. A suspensão e a direção, exclusivas do DS, foram decisivas para evitar um desfecho trágico, bem como a habilidade do condutor na fuga aos perseguidores. O General De Gaulle manteve-se fiel ao DS até ao fim, tendo deixado a presidência francesa em 1969 e falecido no ano seguinte.

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