O que traz o OE2026 para os automobilistas?

| Revista ACP

Fiscalista Luís León critica carga fiscal sobre combustíveis e alerta para falta de estratégia económica no país

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No mais recente episódio do podcast "ACP Elétrico do Ano", o fiscalista Luís León, cofundador da ILYA, analisou as medidas do Orçamento do Estado para 2026 e deixou críticas contundentes à política fiscal portuguesa.

“A política tornou-se na arte de inventar desculpas para criar impostos”, afirmou, sublinhando que o país vive “há 30 anos sem crescimento económico relevante”.

Durante a conversa, León explicou que o fim do desconto no Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) será uma das principais mudanças para os automobilistas, podendo representar mais 200 milhões de euros de receita para o Estado.

“O descongelamento vai levar a um aumento da receita, não sabemos se também do preço na bomba, isso dependerá do petróleo”, admitiu.

O analista classificou os impostos sobre os combustíveis como “impostos de anestesia”, porque os cidadãos “não percebem que estão a pagar mais”.

“Quando o preço sobe na bomba, a culpa parece ser do vendedor, não do governo. É o imposto perfeito: arrecada muito e passa despercebido”, ironizou.

Luís León também destacou que a receita do IVA já quase iguala a soma do IRS e do IRC, o que demonstra o peso crescente da tributação indireta.

 

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Para ele, isso revela uma tendência europeia de justificar aumentos fiscais com causas sociais ou ambientais: “Diz-se que é para a saúde, para o ambiente ou para salvar as tartarugas, mas o objetivo continua a ser a receita.”

Apesar do foco na mobilidade elétrica, o especialista alertou que Portugal não tem infraestrutura preparada para uma transição rápida. “Se de repente tivéssemos quatro milhões de carros elétricos, o sistema colapsava”, afirmou.

No fecho, deixou uma crítica transversal à classe política: “Vivemos de anúncios sobre anúncios.”


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