Compensa comprar um elétrico em segunda mão?

| Revista ACP

Elsa Serra, diretora do ACP Autos, e Gonçalo Palhas, responsável pela operação da Dekra em Portugal, desmistificam os receios mais comuns em torno das baterias dos veículos 100% elétricos ou híbridos plug-in.

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Os veículos eletrificados – sejam eles zero emissões ou híbridos plug-in – apresentam um desafio aos consumidores, nomeadamente pela validade e resistência das baterias caso os veículos sejam adquiridos em segunda mão.

A vida útil da bateria é fator de peso nesta matéria, que procuramos desmistificar com o contributo de Elsa Serra, diretora do ACP Autos, e de Gonçalo Palhas, responsável pela operação da Dekra em Portugal.

“O mercado de elétricos está cada vez mais desenvolvido, mas continua a ser muito residual no mercado total de seis milhões de viaturas de passageiros. Sendo ainda novo gera mais dúvidas e receios e as pessoas começam ou tendem a acreditar em alguns mitos”.

É aí que entram empresas como a Dekra, que se foca no desenvolvimento da segurança automóvel, com serviços de peritagem e certificações. Para os elétricos esta empresa de origem alemã desenvolve um programa internacional de avaliação das baterias dos automóveis eletrificado, com testes para determinar o estado de saúde (SOH - State Of Health, na sigla anglo-saxónica) ou o estado de energia (SOE – State Of Energy).

Segundo Gonçalo Palhas, um veículo eletrificado – 100 % elétrico ou híbrido plug-in – pode ter uma vida útil além do previsto, tal como um carro com motor a combustão com mais de 100 mil quilómetros feitos, desde que haja manutenções preventivas “e tudo o mais”.

“Em média, porque depende muito da utilização dos carros, carros até 60 mil quilómetros e até 3 anos conseguem o estado de energia, o estado de saúde da bateria acima dos 96%. Sempre que começamos a chegar perto de carros com 100 mil quilómetros e mais de sete ou oito anos, podemos ter entre os 96% e 93%”, afirma o responsável pela Dekra em Portugal.

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Segundo Palhas, este dado desmente o mito que aponta que uma bateria perde grande parte da sua capacidade nos primeiros anos de utilização.

“A bateria de um veículo elétrico ou eletrificado tem, no seu primeiro ano - vamos dizer em percentagens de estado de saúde - até 80%. A degradação é lenta, corresponde normalmente em média aos primeiros sete, oito anos do carro. A partir daí, a bateria apresenta um envelhecimento pela idade e pela utilização mais acelerada. Mas isso não quer dizer que a bateria nesse momento esteja em piores condições, a sua capacidade é que não está igual”, explica o representante da Dekra.

Neste ponto, Elsa Serra, do ACP Autos, garante que “uma bateria pode durar até 20 anos”.

“Os primeiros veículos elétricos que saíram tinham uma autonomia de 150 km e, se calhar, agora, esses mesmos carros que têm os tais 20 anos têm uma autonomia de 90% [da capacidade da sua bateria]”, complementa Palhas.

“O mercado de elétricos e eletrificados é tecnologicamente uma grande revolução dos últimos anos e, portanto, o desenvolvimento e a autonomia das baterias de um carro que sai hoje é efetivamente superior de um carro que saiu há 10 anos”, lembra a diretora do ACP Autos.


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