Foi uma excelente colheita para o piloto francês agora ao serviço da M-Sport. Ogier soube esperar, atacou no momento certo e defendeu-se da pressão da concorrência mais direta. Tudo perfeito para um rali bem planeado e bem gerido ao longo de 19 provas especiais de classificação, onde os protagonistas tentaram sempre lutar por lugares de topo, aumentando a emoção da prova portuguesa que, este ano, poderá ter assinado a sua melhor edição de sempre. Um rali que contou com sete líderes distintos e com uma luta muito interessante entre a Ford e a Hyundai, com destaque para o duelo entre Ogier e Neuville que durou até final da prova.
E se a M-sport e a Ford estão em festa com a vitória de Ogier, a Hyundai também pode estar orgulhosa com a atuação dos seus pilotos. Dois lugares no pódio com Thierry Neuville a instalar-se no 2º lugar a apenas 15,6 segundos de Ogier e o espanhol Dani Sordo a alcançar a 3ª posição a 1m01,7 do vencedor. Um pódio que reflete bem o duelo entre Ford e Hyundai, dilatado ainda pelo 4º lugar de Ott Tanak em Ford Fiesta a 1m30,2, com o piloto estónio a lamentar-se de um erro cometido em Amarante, que comprometeu aquilo que poderia ter sido uma dobradinha para a M-Sport.
Algo dececionante poderá ter sido a prestação das outras duas marcas oficiais. Depois da fantástica vitória de Kris Meeke na edição do ano passado, o melhor que a Citroen conseguiu fazer este ano foi o 5º lugar alcançado por Craig Breen a 1m57,4 do vencedor, embora Meeke tenha passado brevemente pela liderança depois da segunda passagem por Viana do Castelo. Em relação à Toyota, também se esperavam voos mais altos, especialmente para o finlandês voador Jari-Matti Latvala, que chegou a ser comandante da prova, antes de capotar em Ponte de Lima 2, hipotecando qualquer hipótese de lutar pela vitória. Mesmo assim, Latvala numa excelente recuperação, alcançou o 9º lugar da classificação geral. Entre os pilotos finlandeses dos Toyota Yaris WRC, Juho Hanninen acabou por ser o melhor ao chegar ao 7º lugar, perdendo para o Ford Fiesta de Elfyn Evans que foi 6º, por 38 segundos.
Mads Ostberg em Ford Fiesta, que foi um dos primeiros líderes do rali, viria a ocupar o 8º lugar, escassos segundos à frente de Latvala. E a fechar o lote dos 10 primeiros classificados do Vodafone Rally de Portugal, uma estreia ao volante de um WRC, o jovem finlandês Esapekka Lappi em Toyota Yaris. De destacar o último troço da prova, a segunda passagem pelo sempre espetacular troço de Fafe, a “Power Stage” que atribui pontos extra para o WRC. Ott Tanak foi o mais rápido, seguido por Thierry Neuville, Elfy Evans e Esapekka Lappi. A fechar os cinco mais rápidos ficou precisamente o vencedor do rali Sebastien Ogier.
Na categoria WRC2 o domínio da prova pertenceu totalmente a Andreas Mikkelsen em Skoda Fabia R5, que chegou a ter mais de 3 minutos de avanço perante o segundo classificado desta categoria. Mas como as contas só podem ser feitas no final, foi precisamente na última classificativa que o azar bateu à porta de Mikkelsen, quando capotou o Skoda na segunda passagem por Fafe. Quem acabou por colher os louros da vitória no WRC2 foi Pontus Tidemand, também num Skoda Fabia R5 oficial, deixando o Ford Fiesta R5 de Teemu Suninen na segunda posição. Entre os concorrentes portugueses, a vitória pertenceu a Miguel Campos num Skoda Fabia R5, seguido por Pedro Meireles também em Skoda, que ontem festejou a vitória para o campeonato Nacional de Ralis, com o pódio a ficar completo com Joaquim Alves num Ford Fiesta R5.