No Salão Automóvel de Genebra de 1965, a Renault apresentou o seu modelo 16, que ficou para a história como um dos carros familiares de maior sucesso da marca francesa. Projetado por Gaston Juchet, designer industrial e engenheiro aerodinâmico, sob o olhar atento de Pierre Dreyfus, CEO da Renault, que pretendia um projeto ambicioso quanto marcante, o Renault 16 foi desenvolvido durante quatro anos. O resultado final agradou a Dreyfus, que via neste “um carro para famílias atraídas pela moderna sociedade de consumo” do pós-guerra.

Com um design original, o R16 era um hatchback de dois volumes com seis janelas, cintura baixa, teto alto com gotejamento integrado, linhas angulares e uma generosa porta traseira, talvez o seu elemento mais distintivo. O Renault 16 também marcou pelas suas caraterísticas técnicas vanguardistas. Com a sua tração dianteira que permitia maximizar o espaço interior, motor em liga leve para reduzir o peso e travões dianteiros de disco e de série, este familiar oferecia uma condução agradável e comportamento satisfatório em estrada, apesar de estar equipado com um motor de 1,5 litros e 54 cv de potência.

Em 1968 chega a versão TS do R16, com uma mão cheia de inovações, como vidro traseiro anti-embaciamento, faróis de halogénio de quartzo adicionais, para-brisa a duas velocidades e quatro jatos e um espelho retrovisor interno com regulação dia/noite. No ano seguinte, mais atualizações chegaram ao Renault 16, que passou a integrar luzes de marcha atrás, vidros elétricos dianteiros, teto panorâmico elétrico e estofos em couro.

O R16 foi produzido até 1979, tendo saído de fábrica 1,846 milhões de automóveis, principalmente em Sandouville, uma fábrica especialmente construída para esse fim na Normandia. Para substituir o Renault 16, a marca recorreu novamente a Gaston Juchet, chefe do departamento de estilo Renault, que entretanto tinha sofrido uma profunda atualização, com o Renault 20 a tornar-se no primeiro veículo projetado em computador.