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Comissão Europeia quer plano europeu para tornar elétricos acessíveis

| Revista ACP

Para fazer frente à concorrência das marcas chinesas na Europa, Ursula von der Leyen quer criar um programa que incentive a compra de automóveis elétricos ao mesmo tempo que incentive a produção automóvel. 

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Bruxelas quer criar um programa de automóveis pequenos, elétricos e acessíveis (Small Affordable Cars initiative), revelou na quarta-feira Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no debate do Estado da União, em Estrasburgo, em França.

Referindo que a indústria automóvel do Velho Continente é “um orgulho europeu”, Ursula von der Leyen afirmou querer evitar que a China conquiste o mercado automóvel comunitário. Por isso, defendeu que a União Europeia (UE) aposte nos “carros do futuro”, que serão elétricos, acessíveis e fabricados na UE.


 

“Os automóveis são um pilar da nossa economia e indústria […] Por isso vamos propor uma nova iniciativa para a produção de automóveis pequenos e acessíveis. Acredito que a Europa deve ter o seu próprio carro elétrico”, afirmou a presidente da Comissão Europeia.

Segundo a responsável máxima pela Comissão Europeia, estão em causa “milhões de postos de trabalho”. Após a criação de um plano de ação para a indústria automóvel, e numa altura em que Bruxelas é instada pelos fabricantes a rever metas para acabar com carros de combustão, o executivo da UE pretende incentivar o consumo de elétricos.

Milhões de europeus querem comprar automóveis europeus a preços acessíveis”, disse von der Leyen.

Por isso, devemos investir em veículos pequenos e acessíveis, tanto para o mercado europeu, como para responder ao aumento da procura global”, argumentou. E o foco do novo programa e do investimento da UE deverá passar pelo carro elétrico.

A aposta, segundo explicou von der Leyen, surge para “não deixar que a China e outros [países fora da UE] conquistem este mercado”.

As afirmações da presidente da Comissão Europeia, contudo, representam um conjunto de intenções para já.

A confirmar-se a criação de um programa de automóveis pequenos e acessíveis, o mesmo terá de ter a concordância dos Estados-Membros antes de ser desenhado e, só depois disso, a iniciativa vai ganhar forma, para ser apresentada, votada e aplicada na UE. Ou seja, além das palavras de von der Leyen, nada se sabe sobre o novo Small Affordable Cars initiative.

No final do primeiro semestre, a venda de carros novos na UE tinha caído 1,9%, para 5,576 milhões de unidades comercializadas, face ao mesmo período de 2024. Entre janeiro e junho, foram vendidos um total de 869 271 automóveis elétricos, mais 22% face ao período homólogo. No entanto, a quota de mercado dos elétricos fixou-se nos 15,6%.

Segundo defendeu no final de junho a ACEA, associação europeia que representa os fabricantes automóveis europeus, apesar de todos os indicadores serem positivos, a realidade é que estes dados não chegam para os construtores cumprirem as ambiciosas metas de emissões da União Europeia.

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