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Será este o ano de Neuville?

| Revista ACP

A divisão de vitórias na primeira metade do ano do WRC mostra equilíbrio, mas os pontos não. Como será o resto da época?

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A diferença que sete meses fazem! No início da época, em janeiro, dias antes do arranque do Campeonato do Mundo de Ralis em Monte Carlo, os olhos dos amantes da modalidade estavam postos sobre o penta Campeão do Mundo Sébastien Ogier e sobre a M-Sport.

Agora, sete jornadas volvidas, a realidade é outra. É certo que ainda há muitos olhos postos no piloto gaulês e na formação britânica, mas muitos outros recaem sobre Thierry Neuville e a Hyundai, os líderesinesperados para uns – das classificações de Pilotos e Construtores do Campeonato do Mundo de Ralis.

É certo que Neuville e Ogier partilham o mesmo número de vitórias – três. Mas a surpreendente maior consistência do belga faz com que esteja em vantagem na frente da classificação, e que vantagem. Pela primeira vez em cinco anos Ogier correr atrás do prejuízo a meio do ano e logo com 27 pontos de atraso! A diferença é tal que nem mesmo uma vitória de Ogier e um nulo de Neuville (sem contar com os pontos extra do Power Stage) chegam para inverter as contas.

Enquanto isso, e no que parece ser um campeonato diferente, Ott Tänak, da Toyota, surge num muito distante terceiro lugar. Com 77 pontos, contra os 149 do belga e os 122 do gaulês, o estónio, que o início do ano era apontado como um dos favoritos ao título, parece que vai ter de se contentar com a luta pela terceira posição, e nem essa parece fácil. Com o colega de equipa Esapekka Lappi a meros sete pontos de distância, qualquer distração poderá representar o adeus ao pódio. É certo que ambos ainda têm possibilidades matemáticas de chegar ao título, tal como outros pilotos atrás deles, mas isso é algo que, olhando para o todo de forma realista, deverá estar já totalmente fora da equação.

E se no que toca aos pilotos o futuro do Campeonato parece estar traçado, o mesmo se pode dizer da luta entre Construtores. A Hyundai parece estar a colher os frutos de todo o trabalho que tem vindo a levar a cabo desde que entrou para o WRC e apresenta-se como a líder isolada da tabela pontual das marcas. Com 212 pontos, conseguidos não apenas às custas das três vitórias de Neuville (Suécia, Portugal e Itália), mas também graças à excelente prestação dos seus outros três pilotos (Hayden Paddon, Dani Sordo e Andreas Mikkelsen), a marca coreana está bem encaminhada para o que poderá ser o seu primeiro ceptro.

Mas as favas não estão contadas. A M-Sport, que totaliza 184 pontos, terá certamente palavra a dizer nas restantes seis rondas da temporada, se bem que para isso precisa que os colegas de equipa de Ogier (Elfyn Evans e Teemu Suninen) melhorem o nível das suas prestações.

Quem parece já estar fora da luta pela vitória absoluta é a Toyota que, tal como o que acontece no Campeonato de Pilotos, tem estado aquém do que se esperava inicialmente, ainda assim, aqui o atraso para o segundo lugar é de mero 23 pontos. Uma diferença que deixa antever duelos interessantes até novembro.

Longe de tudo e de todos está a Citroën. A 83 pontos da liderança e a 32 do pódio, a marca do duplo Chevron só se pode queixar dos seus fracos resultados, de um carro que ainda não encontrou os argumentos para lutar taco a taco com os rivais e, muito importante, dos muitos azares (ou talvez excessos de confiança) daquele que era o seu ponta de lança até ao Vodafone Rally de Portugal, Kris Meeke.

Seja como for, no total há ainda 180 pontos em jogo para os Pilotos e 258 para os Construtores, pelo que quase tudo pode ainda acontecer nos ralis da Finlândia (próxima jornada de 26 a 29 de julho), Alemanha, Turquia, Grã-Bretanha, Espanha e Austrália.

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