No novo episódio do podcast “ACP Elétrico do Ano”, o jornalista Bernardo Gonzales fala sobre a ascensão dos SUV e como um conceito nascido da robustez militar evoluiu para um formato que hoje define o mercado.
Bernardo começa por lembrar que, em Portugal, o culto do jipe marcou uma época: “Havia uma cultura de utilização real. Durante a semana eram práticos, ao fim de semana iam para o mato.”
A viragem aconteceu no final dos anos 90 com modelos como o Toyota RAV4 ou o Honda CR-V, que, segundo Bernardo, “fizeram totalmente sentido para quem queria conforto mas não precisava de capacidades extremas”.
A partir daí, o segmento acelerou: o Range Rover sofisticou-se, o BMW X5 popularizou o luxo no segmento e o Porsche Cayenne, diz Bernardo, “foi o ópio do povo”, provando que até uma marca desportiva podia ter um SUV.
Já o Nissan Qashqai completou a transformação ao democratizar os crossover e mudar a escolha das famílias.
Com o sucesso vieram também tendências discutíveis. Os SUV Coupé, por exemplo, privilegiam o estilo em detrimento da praticidade.
Um compromisso que Bernardo vê como claramente emocional: “Se funcionasse mal, as marcas não os continuavam a fazer.”
E há ainda o renascimento de nomes históricos em formatos inesperados. O jornalista admite: “usar o nome Mustang num SUV custa-me.” Mas reconhece que nem todos os regressos ao passado são problemáticos.
Quando a conversa passa para os elétricos, surge o lado mais crítico. Bernardo sublinha que, apesar de fazerem sentido em ambiente urbano, os SUV elétricos continuam pesados e pouco eficientes: “Para viajar, ainda há compromissos que muita gente não quer aceitar.”
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E destaca a chegada das marcas chinesas como fator decisivo: “A velocidade a que apresentam novos modelos é impressionante e obriga os europeus a manterem-se atentos.”
Sobre o futuro, é perentório: os SUV não vão desaparecer. A posição de condução elevada, a sensação de segurança e o espaço continuam a conquistar condutores.
“As vendas não estão a abrandar”, afirma Bernardo, lembrando que muitas marcas já substituem berlinas por crossovers. E enquanto isso acontecer, os SUV continuarão no centro do mercado, reinventando-se sempre que for preciso.
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