ACP avalia impacto da interrupção da circulação automóvel na Baixa e Praça do Comércio.

| Revista ACP

O Automóvel Club de Portugal, que desde a primeira hora, está contra o plano do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do vereador Manuel Salgado de encerrar ao trânsito uma das principais praças da cidade de Lisboa. Agora, que o plano vai para discussão pública, o Club apresenta um estudo de avaliação do impacto da interrupção da circulação automóvel na Baixa e Praça do Comércio.

O estudo foi realizado pelo Centro de Sistemas Urbanos e Regionais, sob coordenação de Fernando Nunes da Silva, professor catedrático em Urbanismo e Transportes do departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico. O presidente do Automóvel Club de Portugal encomendou este estudo porque “acredita que as alterações apresentadas pela CML não resolvem o problema da mobilidade de Lisboa nem daquela zona ribeirinha. Pelo contrário, agravam. O plano de circulação para a frente Tejo, entre Santa Apolónia e Cais do Sodré não passa de um projecto político sem fundamentação técnica.”

A Câmara Municipal de Lisboa apresentou primeiro uma proposta de determinava o encerramento de toda a Praça do Comércio (via longitudinal e laterais) mas o estudo técnico encomendado pela CML demonstrava que a cidade de Lisboa ia praticamente parar com os engarrafamentos provocados. E, sem mais estudos, avançou com uma segunda proposta que mantém o corte nas vias laterais e deixa livre a circulação automóvel na marginal junto ao rio. A proposta apresentada a discussão pública pela CML está fundamentada em pressupostos errados quanto às características desse tráfego (de atravessamento ou local) e às funções que a rede viária da Baixa desempenha actualmente no sistema de acessibilidades de Lisboa. E não foi avaliada no que se refere aos seus impactes no conjunto da cidade e, em particular, na zona da Baixa/Chiado.

O estudo efectuado veio confirmar estas considerações e demonstrar que o corte de circulação pretendido pela CML iria ter consequências muito gravosas, tanto no que se refere à circulação na Baixa/Chiado, como na própria Avenida Infante D. Henrique e Av. da Ribeira das Naus, onde os congestionamentos de tráfego entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré passariam a ser uma constante.

As estimativas realizadas sobre os dados de procura disponíveis levam a concluir que os fluxos redireccionados serão da ordem dos 1.100 a 1.500 uevl/h, respectivamente na hpm e hpt. Será expectável que a malha envolvente ao Chiado possa ter de vir a registar, no limite, um acréscimo de 700 a 900 uevl/h, com particular ênfase no período de ponta da tarde

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