Portugal deverá voltar a acolher um Grande Prémio de Fórmula 1 (F1) em 2027, após seis anos de ausência no calendário da modalidade, de acordo com o recente anúncio do Governo.
“Estou em condições de vos dizer que temos tudo pronto para formalizar o regresso da Fórmula 1 ao Algarve no próximo ano de 2027”, afirmou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante o seu discurso na Festa do Pontal, tradicional encontro do PSD em Quarteira, que assinala a reentré política daquele partido.
Segundo Montenegro, este marco insere-se numa estratégia de promoção do Algarve e do país, através de grandes eventos. “Também temos de fazer a nossa parte para promover este território, para promover o que temos para oferecer a quem nos visita”, argumentou o governante, lembrando que o MotoGP já está assegurado para 2025 e 2026 – também no Algarve.
“São os grandes eventos” que “mais contribuem para promoção do país”, de acordo com o primeiro-ministro, que admitiu que o regresso da F1 vai implicar “algum esforço financeiro” do Estado, mas que isso terá “um retorno, quer financeiro direto, quer indireto de promoção”.
A confirmar-se o regresso da F1 a Portugal, a prova deverá realizar-se no Autódromo Internacional do Algarve, o mesmo local que acolheu o último Grande Prémio da F1 que se realizou no país.
Para o Automóvel Club de Portugal (ACP), a hipótese de a F1 regressar a Portugal “é uma excelente notícia”, de acordo com as declarações do presidente do clube, Carlos Barbosa, à agência Lusa.
Contudo, Carlos Barbosa defende que o contrato que assegura a realização da prova no país deveria ser “de pelo menos três anos, para ser mais barato”, uma vez que o valor anual a pagar ao promotor do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 (a Formula One Management) situa-se “entre os 25 e os 40 milhões de euros”.
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A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), por sua vez, entende que o regresso do Grande Circo a Portugal representa “uma janela de oportunidade”.
Segundo afirmou Ni Amorim à Lusa, “Portugal é sempre um país candidato". "Haverá Grande Prémio desde que o Governo assim o entenda, pois não pode ser a FPAK a decidi-lo”.
“Vamos aguardar serenamente. É um projeto para 2027. A Fórmula 1 tem vários países em lista de espera, mas poderá haver uma janela de oportunidade”, disse.
Não obstante, sabendo que “há uma quota de grandes prémios que têm de ser realizados na Europa”, o responsável pela FPAK defende que o país “está à altura das responsabilidades”.
O calendário do Mundial de F1 está completo, atualmente. Itália (Imola e Monza), Mónaco, Espanha, Áustria, Grã-Bretanha, Bélgica, Hungria, Países Baixos e Azerbaijão são os países europeus que integram o calendário de 24 corridas em 2025.
No entanto, com a perspetiva de alguma das atuais provas em solo europeu sair do calendário, poderá abrir-se a porta à entrada de Portugal.