O quarto dia de competição do Rally Dakar não foi fácil. Com os 521 km que ligaram San Salvador de Jujuy, na Argentina, a Tupiza, na Bolívia, a serem totalmente disputados acima dos 3.000 metros de altitude, as faturas começaram a ser apresentadas aos pilotos.
A pior de todas foi a paga por Toby Price. O australiano da KTM, vencedor do ano passado e líder à partida para da etapa de hoje, sofreu queda forte ao km 371, já após o WP10, e acabou mesmo por ser aerotransportado para o hospital com a perna esquerda fraturada. Um desfecho inesperado que deixa Price fora definitivamente fora de competição.
Bem diferente foi a sorte de Mathias Walkner. O austríaco da KTM oscilou sempre entre o terceiro e o segundo posto desde o início do dia, mas no último WP apanhou Joan Barreda Bort (Honda) e passou com 2:05s de vantagem sobre o espanhol. Uma margem que manteve quase inalterada para terminar na primeira posição. Por seu lado, Barreda foi liderou praticamente toda a especial e só no final se viu superado, primeiro por Price, e depois por Walkner. Barreda ainda tentou responder ao austríaco, mas não conseguiu mais que retirar três segundos ao atraso que tinha em WP11.
Prestação ascendente teve Michel Metge, da Honda. O gaulês foi o 13º a partir, mas em WP1 era já oitavo, subindo depois a sexto em WP2 e chegando a 5º em WP3. A partir daí a recuperação foi mais difícil, com o quarto lugar a chegar apenas no final da primeira parte cronometrada da especial. O francês acabou depois por beneficiar do azar de Price na segunda parte cronometrada da especial para ascender ao terceiro lugar, a 3:18s da frente.
Quem voltou a ter dia complicado foi Paulo Gonçalves. O piloto oficial Honda voltou a perder muito tempo para a frente, desta feita um pouco mais de 26 minutos. O português foi o quinto a ir para a pista, mas começou desde logo a perder contacto com os da frente; em WP1 era 12º. Gonçalves ainda chegou a rodar em 16º, oscilando depois entre 14º e 12º, mas acabou por terminar em 15º, a 26:36s do vencedor.
Prestação inversa teve Hélder Rodrigues. O piloto da Yamaha terminou em 13º para ser, pela primeira vez este ano, o melhor da armada portuguesa. Rodrigues, que corre pelas cores oficiais da marca dos três diapasões foi o 23º a partir, mas desde logo tratou de recuperar terreno para passar em WP1 em 13º. Seguiu-se ligeira perda de ritmo durante a maior parte da Etapa, mas no final voltou a recuperar para concluir a tirada com mais 24:,31s que o vencedor.
Em termos de geral, Barreda Bort é o novo líder com 12h35m54s, seguido de Pablo Quintanilla (Husqvarna, hoje quarto na etapa) a 22:16s, Sam Sunderland (KTM) a 24:36s e com Wlakner em quarto, a 25:45s. Paulo Gonçalves deu um trambolhão para 11º, já a 38:16s da frente. Por saber ainda está a posição de Hélder Rodrigues, que terá recuperado alguns postos.
Amanhã os pilotos têm pela frente um total de 692 km a ligar Tupiza a Oruro, dos quais 447 serão disputados ao cronómetro. Um dia que promete ser muito duro com toda a tirada a ser feita entre os 3.700 e os 4.400 metros de altitude!