Outrora símbolo de prestígio na indústria automóvel, nos últimos anos os motores V12 têm-se tornado numa “espécie em vias de extinção”, mas a Mercedes-Benz quer mantê-los “vivos”.
Em declarações à margem do Salão de Munique, Markus Schäfer, diretor de tecnologia da marca, começou por prometer que a Mercedes-Benz “vai continuar a oferecer motores V12”.
Segundo o executivo, a marca alemã pretende manter os seus motores V12 em produção para além de 2030, sempre que a legislação o permitir.
A chegada da nova norma europeia de emissões, a Euro 7, agendada para o final do próximo ano, lançou dúvidas sobre a continuidade desta motorização, porém, a marca tem outros planos.
Quando questionado sobre a compatibilidade do V12 com esta futura regulamentação, Schäfer respondeu: “não vou dizer mais nada, mas está a caminho”, deixando entender que a marca está a trabalhar para manter este motor disponível no mercado europeu.
Ainda assim, o responsável não revelou como a Mercedes-Benz planeia adaptar o V12 às exigências da Euro 7, nem indicou quais os modelos que continuarão a recebê-lo.
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Actualmente, o único modelo da gama equipado com este motor é a luxuosa berlina Maybach S680, com 603 cavalos de potência. No passado, o V12 esteve presente em versões como o AMG S65, o CL 65 e o SL 600.
No futuro, é possível que os modelos V12 da Mercedes sejam comercializados apenas em determinados mercados internacionais, onde as exigências ambientais sejam menos rigorosas.
Esta decisão insere-se numa revisão mais ampla da estratégia da marca no que diz respeito aos motores de combustão interna.
Está previsto o fim do sistema híbrido plug-in de quatro cilindros, bastante criticado, que atualmente equipa os C63 e GLC 63.
Estes modelos passarão a contar com versões atualizadas dos motores de seis cilindros em linha ou com um novo motor V8, totalmente desenvolvido para cumprir a nova norma europeia.
“Investimos bastante na atualização de toda a gama”, afirmou Schäfer. “Além disso, criámos um V8 que está quase em conformidade com a norma Euro 7. É um V8 de alta performance; é totalmente novo”.
Também Michael Schiebe, chefe da divisão AMG, comentou o futuro dos motores a gasolina, afirmando que a marca irá continuar a utilizá-los “enquanto for possível e onde a legislação o permitir”.
E acrescentou: “claro que, nos Estados Unidos e na Europa, a legislação dita que não se poderão vender motores de combustão a partir de 2035, e temos de cumprir essa regra. Mas há outros mercados, neste momento, onde não espero que exista uma regulamentação desse tipo, como o Médio Oriente e a China. Por isso, podemos continuar a vender esses motores nesses mercados enquanto houver procura por parte dos clientes”.