Marcas de luxo autorizadas a vender carros a combustão após 2030 no Reino Unido

| Revista ACP

Apesar da autorização, o Reino Unido mantém meta de acabar com vendas de carros a combustão dentro de cinco anos.

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O governo do Reino Unido decidiu autorizar os fabricantes de carros de luxo, como a Aston Martin, Bentley, Rolls-Royce ou McLaren, manter a produção de veículos com motor de combustão fóssil para lá de 2030.

No Reino Unido está estabelecido que os fabricantes automóveis deixem de produzir veículos a gasolina ou gasóleo dentro de cinco anos, para incentivar a transição para veículos mais sustentáveis. Na União Europeia, a meta é 2035.

Por que motivo desobrigar as marcas de luxo? Por um lado, porque as tarifas alfandegárias adicionais de 25% que os EUA anunciaram e que visam todas as importações de carros para o outro lado do Atlântico, ameaçam travar o desempenho da indústria automóvel. Por outro, porque, apesar de existirem diferentes fábricas automóveis no Reino Unido, apenas as fabricantes de luxo são originalmente britânicas. Por isso, a medida de permitir que a Aston Martin, a Bentley, a Rolls-Royce ou a McLaren deixem de estar obrigados a eliminar, gradualmente, a venda de veículos a combustão até 2030 pode ser entendida como um statement.

De acordo com a Reuters, os fabricantes de automóveis britânicos vendem, sobretudo, automóveis de luxo e de gama alta para os Estados Unidos - o segundo maior mercado de exportação do Reino Unido depois da União Europeia. Em 2024, foram enviados para os EUA mais de um milhão de automóveis de fabrico britânico no valor de cerca de 9,79 mil milhões de dólares (aproximadamente 9 mil milhões de euros).

 

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“Estamos absolutamente convictos de que este governo precisa de fazer absolutamente tudo o que puder para proteger as empresas britânicas”, disse a ministra dos Transportes, Heidi Alexander, à BBC, justificando aquela medida, que integra um pacote mais alargado para flexibilizar objetivos para as emissões de dióxido de carbono (CO2) e vendas de elétricos.

Aquele pacote de medidas representa, contudo, um volte-face nos objetivos do governo britânico, que é suportado pelo Partido Trabalhista, que defendia antes de vencer as eleições a proibição da venda de todos os veículos a gasolina e a gasóleo até ao final da década.

Embora as vendas globais de veículos eléctricos no Reino Unido tenham aumentado, em 2024, importa referir que foram impulsionadas por compradores comerciais. Segundo a Reuters, só um em cada 10 compradores particulares optaram por um elétrico.

No início de março, a Comissão Europeia também apresentou planos para flexibilizar as regras relativas às emissões zero, dando aos fabricantes de automóveis três anos, em vez de um, para cumprirem os seus objetivos.

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