O Porsche Macan com motor a combustão aproxima-se do fim da linha. A marca alemã confirmou que a produção do modelo original cessará a meio de 2026.
Esta decisão encerra um ciclo de 12 anos que rendeu cerca de um milhão de unidades produzidas e surge após a retirada do modelo de vários mercados europeus em 2024, devido ao incumprimento das novas normas de segurança e cibersegurança da União Europeia.
Apesar da chegada da nova versão 100% elétrica, o Macan a gasolina manteve-se como um dos pilares comerciais da Porsche.
Em 2023, foi o segundo modelo mais vendido da marca, com 87 355 unidades registadas, apenas ligeiramente atrás do Cayenne. A sua saída representa, por isso, uma perda significativa de receitas da empresa.
Segundo o diretor financeiro da Porsche, Jochen Breckner, as últimas unidades sairão da linha de montagem por volta de meados de 2026.
No entanto, o executivo admitiu que os mercados fora da União Europeia poderão continuar a receber o modelo até 2027, enquanto houver stock disponível.
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O sucessor direto do Macan não estará pronto quando a produção cessar.
Inicialmente, a Porsche acreditava que os clientes fariam a transição natural para o novo Macan elétrico, mas a procura por modelos a combustão revelou-se mais resistente do que o esperado.
Como resultado, a marca iniciou o desenvolvimento de um novo SUV de combustão interna e híbrido, previsto para 2028.
Este futuro modelo não utilizará o nome Macan, reservado à versão elétrica, e deverá assentar na nova plataforma Premium Platform Combustion (PPC) do Grupo Volkswagen, partilhada com o próximo Audi Q5.
Tal como a geração atual, beneficiará de sinergias técnicas dentro do grupo, mantendo a identidade dinâmica característica da Porsche.
Com dois anos de intervalo entre o fim do Macan atual e a chegada do sucessor, a marca enfrenta um período desafiante num dos seus segmentos mais lucrativos.
A conjuntura global também não ajuda: as vendas na China continuam em queda e as tarifas nos Estados Unidos ameaçam as margens.
Ainda assim, a Porsche espera recuperar o equilíbrio com o regresso anunciado dos Boxster e Cayman a gasolina, numa tentativa de reequilibrar a sua oferta entre combustão e eletrificação.