O Governo anunciou esta quinta-feira que vai apresentar uma proposta de lei de autorização legislativa na Assembleia da República para regular o pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC), a partir de 2027. Ou seja, o IUC vai mesmo passar a ser pago num único mês, que será abril, com possibilidade de diluir o seu pagamento até três prestações mediante o valor a pagar.
“As mudanças do IUC não implicam um aumento do imposto. Pelo contrário, simplificam a forma como os portugueses pagam este imposto”, garantiu António Leitão Amaro, ministro da Presidência, na conferência de imprensa que ocorreu após o Conselho de Ministro desta quinta-feira.
“A ideia”, reiterou o ministro, é que o IUC passe ser pago por todos os proprietários de veículos motorizados num “mês certo”, e não no mês da matrícula do veículo, tal como “acontece na maioria dos impostos que os portugueses pagam”.
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Assim, o IUC passa a ser pago no mês de abril, “com possibilidade de fracionamento do pagamento”.
Se o valor do IUC for de 100 euros, o pagamento é feito por inteiro no mês de abril. Se o valor do tributo exceder os 100 euros mas não atingir os 500 euros, o contribuinte pode saldar o IUC em duas prestações – uma em abril e outra em outubro. Caso o IUC supere os 500 euros, o pagamento pode ser fracionado em três prestações, em abril, junho e outubro.
Leitão Amaro garantiu que a proposta é suportada por uma norma transitória, ou seja, um período de exceção, até 2027 para “evitar que os contribuintes tenham de pagar o IUC de 2026 e de 2027 num curto intervalo de tempo”.
Inicialmente, o Governo queria estabelecer o fevereiro como o mês do pagamento do IUC, possibilitando parcelar o imposto em duas prestações (fevereiro e outubro) quando o tributo excedesse os 100 euros. No entanto, após diálogo com diferentes associações setoriais, e também porque falta menos de um mês para 2026, a proposta foi ajustada.
Para o Governo, esta é uma proposta “amiga” dos contribuintes, porque “permite programar e diluir ao longo do ano os diferentes pagamentos [de impostos], com previsibilidade”.
“É uma medida pontual e setorial também de reforma do estado”, concluiu o ministro da Presidência.
Para o ACP, o IUC deveria ser extinto por se tratar de um imposto que prejudica milhões de contribuintes, em especial as pequenas e médias empresas, bem como os particulares com menores rendimentos, e por contribuir para o envelhecimento do parque automóvel, um dos mais altos da Europa.
Ainda assim, o clube considera que a intenção de aumentar o tempo disponível e a flexibilidade para o pagamento do IUC é um passo positivo para simplificar a vida dos contribuintes.