A partir de 2026, a China passará a exigir licenças específicas para a exportação de veículos elétricos, numa tentativa de controlar o crescimento desordenado das vendas ao exterior e reforçar a imagem das marcas nacionais nos mercados internacionais.

Apenas os fabricantes e empresas autorizadas poderão candidatar-se a estas licenças, segundo o novo enquadramento legal anunciado pelo Ministério do Comércio.

Esta mudança insere-se num esforço mais alargado para travar a atuação de comerciantes não regulados, cuja atividade tem prejudicado o serviço pós-venda e comprometido a confiança dos consumidores fora da China.

As autoridades mostram-se preocupadas com o impacto negativo que estas práticas têm tido na experiência dos utilizadores e na reputação das marcas chinesas, ao mesmo tempo que fomentam guerras de preços e reduzem as margens de lucro.

O fenómeno ganhou expressão nos últimos anos, impulsionado por políticas locais que favoreceram a exportação de viaturas como se fossem usadas, apesar de serem novas.

Esta prática, iniciada em 2019, contribuiu para escoar o excesso de produção interna, mas também serviu para inflacionar artificialmente os indicadores económicos regionais.

Responsáveis do setor automóvel, incluindo dirigentes de fabricantes estatais, têm alertado para os riscos desta abordagem, sublinhando que a sua continuação pode prejudicar seriamente a presença da indústria chinesa no exterior.

Com os veículos a gasolina e híbridos já sujeitos a gestão por licenças, o novo regime alarga agora essas exigências aos carros elétricos, cuja exportação quase duplicou em 2023, atingindo 1,65 milhões de unidades.

A intenção das autoridades é criar um sistema de exportação mais rigoroso, transparente e alinhado com as melhores práticas internacionais, promovendo a sustentabilidade e a qualidade da expansão automóvel chinesa no mundo.