Depois da Porsche, também a Bentley decidiu adiar os planos de eletrificação da sua gama e manter motores a combustão nos seus principais modelos durante mais tempo do que o inicialmente previsto.
Ao abrigo da estratégia “Beyond100”, a Bentley previa eliminar completamente os motores a gasolina até 2035.
No entanto, a recente mudança de rumo por parte da Porsche, que irá investir 3,1 mil milhões de euros para prolongar a vida dos seus modelos a combustão, influenciou diretamente os planos da marca britânica.
Newsletter Revista
Receba as novidades do mundo automóvel e do universo ACP.
Também a Audi, outra marca do grupo, já havia recuado na intenção de se tornar 100% eléctrica até 2033. Como as três empresas partilham plataformas, motores e outros componentes-chave, estas decisões estratégicas tiveram impacto direto na operação da Bentley em Crewe.
Segundo confirmou o CEO da Bentley, Frank-Steffen Walliser, a marca continuará a lançar um novo modelo híbrido plug-in ou elétrico por ano a partir de 2026, começando por um SUV elétrico de menores dimensões, orientado para um ambiente urbano.
Contudo, face à forte aposta da Porsche e da Audi no desenvolvimento de motores térmicos para os seus modelos mais vendidos, a Bentley passou a ter margem para manter uma oferta mais equilibrada entre motores elétricos e a combustão ao longo da próxima década.
Neste contexto, está assegurada a continuidade de versões a gasolina dos Bentayga, Continental GT e Flying Spur, respondendo à procura de mercados estratégicos como o Médio Oriente e a América do Norte.
Estes modelos estavam inicialmente previstos para serem disponibilizados apenas com motorizações híbridas ou elétricas.
Walliser explicou que existe atualmente uma quebra na procura por veículos elétricos no segmento de luxo, e que a procura por parte dos clientes ainda não é suficientemente forte para sustentar uma estratégia totalmente eléctrica.
Na sua visão, o mercado mudou significativamente desde o anúncio da estratégia “Beyond100”, e embora a eletrificação continue a ser o objetivo da marca, é fundamental assegurar que os clientes acompanham essa transição.
Apesar deste ajustamento de rumo, os investimentos na fábrica da Bentley em Crewe mantêm-se.
Estão em curso obras para a construção de uma nova linha de montagem dedicada a modelos elétricos, um novo centro de design e uma moderna unidade de pintura.
A Bentley já tinha anteriormente adiado o objetivo de se tornar uma marca exclusivamente elétrica de 2030 para 2035, em resposta ao abrandamento da procura por veículos elétricos no sector premium.