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O futuro da mobilidade

| Revista ACP

A mobilidade partilhada é hoje, sobretudo para as novas gerações, a ausência do conceito de posse, uma perspetiva completamente diferente das gerações anteriores. 

JOAO TRINCHEIRAS

Nos últimos 100 anos, a indústria automóvel registou uma evolução significativa, no entanto acreditamos que nos próximos 10 anos esta evolução vai ser exponencial, esta indústria irá crescer mais do que nos últimos 100 anos. Acreditamos que a mobilidade individual no futuro será partilhada, autónoma, conectada e elétrica e cada uma destas caraterísticas terá um papel importante a desempenhar.

A mobilidade partilhada é hoje, sobretudo para as novas gerações, a ausência do conceito de posse, uma perspetiva completamente diferente das gerações anteriores. O mindset cada vez mais presente é o da utilização dos veículos como uma necessidade de deslocação do ponto ‘a’ para o ponto ‘b’.

A questão da partilha irá mais longe, e estará diretamente ligada com as plataformas de car sharing. Por outro lado, os utilizadores vão querer utilizar esse tempo “perdido” na deslocação de forma mais eficiente ao fazerem um conjunto de coisas em simultâneo e não apenas guiar o veículo. Neste contexto, os sistemas de ajuda à condução têm registado um crescimento significativo nos últimos anos e irão sofrer um desenvolvimento ainda maior no futuro.

Já foram dados passos importantes em matéria de condução autónoma e acredito que nos próximos anos, e neste caso estaremos a falar de cerca de cinco anos, esta seja uma realidade. Os progressos que o BMW Group tem vindo a alcançar, rapidamente se irão converter em grandes passos, e isso fará com que a mobilidade individual se torne cada vez mais autónoma.

A área da conetividade está intrinsecamente ligada com a digitalização e com a necessidade de estar conectado com o mundo. Cada vez mais os smart phones conetam com a viatura, conetam com as nossas casas, com um conjunto de sistemas que hoje já estão presentes na nossa vida. No BMW Group já foram dados passos neste campo e num futuro próximo iremos assistir a um grande desenvolvimento desta área.

Por outro lado, a crescente consciência ambiental está também a acelerar o processo da mobilidade individual através da eletrificação. O mercado dos veículos elétricos e híbridos é ainda residual mas este é o segmento que mais está a crescer em Portugal. Esta tendência não é exclusiva de Portugal. Até 2016 a BMW vendeu cerca de 100.000 veículos eletrificados a nível mundial e em 2017 prevemos vender o mesmo número. Isto reflete bem a tendência de crescimento deste mercado.

A eletrificação do automóvel, embora esteja ligada com a sustentabilidade e a consciência ambiental, é também uma consequência da legislação. Na Europa existem metas de emissão de gases para a atmosfera muito apertadas e os construtores automóveis têm até 2020 para respeitar a meta das 95gr de CO2.

Apesar do BMW Group ter desenvolvido um trabalho notável neste capítulo através da aplicação de diversas tecnologias (BMW efficient dynamics) que têm permitido reduzir o consumo e emissões nos motores de combustão interna, esta meta só poderá ser alcançada com recurso aos veículos elétricos e híbridos, daí a grande aposta do BMW Group (e da grande maioria das marcas de uma forma geral) neste tipo de tecnologia.

O futuro será certamente diferente e acreditamos que seja expectável que o BMW Group e também outros construtores automóveis se preparem para modificar o seu sector de atividade base, deixando apenas de ser construtores automóveis para serem também fornecedores de projetos de mobilidade individual e de serviços digitais.

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