É uma pergunta muito interessante e que colocamos a nós mesmos regularmente quando se olha para o futuro da Fórmula E. A Fórmula E não é apenas pioneira em termos de desempenho na pista, mas também na forma como interagimos com os nossos fãs.
A forma como consumimos não apenas o desporto motorizado, mas o desporto em geral está a sofrer alterações constantes. Não acredito que a maior parte da spessoas tenha muito tempo disponível para estar horas frente a um televisior a ver desporto, por muito que seja um apaixonado.
As pessoas estão em movimento - é uma frase que eu uso regularmente, mas acredito realmente que o futuro da mobilidade urbana é elétrica, sem motorista e conectado. Isso também afeta a maneira como organizamos a nossa vida diária, pelo que também termos de consumir as emissões desportivas em movimento. Os fãs seguem seu desporto favorito com os seus dedos no smartphone.
Eu ainda acredito no ato de assistir a desportos ao vivo e também no conforto de casa - mas os fãs esperam mais, querem sentir uma segunda experiência de ecrã ao assistir a corrida junto à pista, ou uma transmissão ao vivo enquanto fazem as suas compras semanais. E a Fórmula E está olhando para novas formas de abordar esse tipo de procura.
Uma das áreas que a Fórmula E tem apostado ativamente é o "gaming" e o "eSports" - tivemos a nossa primeira corrida virtual em Las Vegas na CES em janeiro, onde 10 fãs competiram contra pilotos da Fórmula E, em que o primeiro prémio era de um milhão de dólares. Isso mostra que, daqui a 10 anos, os fãs podem não só estar a assistir ao seu desporto motorizado como realmente estar a participar nele!
É vital oferecermos aos fãs uma experiência intensa de forma a trazê-los para mais perto do desporto do que nunca. A Fórmula E faz isso através do FanBoost, onde os fãs podem votar em seu piloto favorito para eles recebam um impulso extra de energia durante a corrida - os fãs sentem que têm uma influência direta sobre o resultado. Vimos isso no México na temporada passada, onde Lucas di Grassi usou FanBoost para superar Jerome D'Ambrosio para a liderança da corrida.
O outro elemento ligado à forma como os fãs estão agora a jogar ou a ver o desporto motorizado é através da realidade virtual. Os fãs querem ser capazes de seguir o seu piloto favorito com uma seleção de visualizações onboard e câmares de 360 graus - e a realidade virtual já nos permite fazer isso. Temos vindo a testar essa tecnologia com o Virtually Live, que permite que um espectador siga a ação com um headset de realidade virtual - sentar no carro, ou até mesmo levantar e andar à volta do carro. Testei isso em Long Beach na última temporada e fiquei fascinado.
*Este é o primeiro de três artigos sobre a maneira como se vai visualizar o desporto motorizado daqui a uma década.