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24 Horas TT Vila de Fronteira, sempre!

| Revista ACP

As 24 H de Todo Terreno em Fronteira são desde o seu início um evento desportivo motorizado que não gosto de perder.

Paulo Marques

As 24 H de Todo Terreno em Fronteira é um evento desportivo que não gosto de perder. E não gosto de perder pelo convívio que se estabelece entre todos num cenário cada vez mais profissional.

É um cenário marcado pela presença de pilotos oriundos de diversos pontos da Europa com predominância para as equipas francesas (com as quais sempre tive as melhores relações ou não tivesse eu participado em 14 Ralis Dakar), pelo confronto entre as melhores equipas portuguesas com aspirações à vitória ou pela experiência única que esta competição significa para muitos amadores.

Com a chegada desta fantástica prova ao Terródromo de Fronteira, o Alentejo nunca mais foi o mesmo. Durante os dias da prova, chegam de todos os cantos do País caravanas de espectadores ansiosos por conviverem alegremente com as melhores máquinas de off road dos nossos dias.

São verdadeiros protótipos de todo terreno com motorizações a ombrearem com as máquinas do WRC, que fazem as delícias dos milhares de adeptos desta prova de resistência com 24 horas de duração. Poder-se-ia imaginar que algo de monótono pairasse no ar, mas não. Há sempre momentos para viver, histórias para contar, acontecimentos que só estando a ver ou a participar podemos ter acesso.

Nas minhas participações nas 24H (creio que 15) tive oportunidade de viver todo o tipo de desempenhos, de resultados e de vivências. Mas há um tipo de sentimento que nunca mudou e que digo sempre para mim mesmo: “Que barrigada de pilotagem nesta pista fantástica. Para o ano cá estarei novamente.”

De todas essas participações, com todo o tipo de viaturas e em variadíssimas equipas, ressalvo duas ou três que me ficarão para sempre na memória:

O terceiro lugar à geral obtido em 2004 em Nissan Navara, em parceria de pilotagem com o Filipe Palmeiro (o meu excelente navegador no troféu Tomaz Mello Breyner), o Miguel Veloso e o Paulo Ferreira que infelizmente já não se encontram entre nós, mas esta homenagem também vai para eles;

A espetacular vitória à geral em 2012 (precisamente no dia do meu 50º aniversário), em que concorri numa da equipa francesa ao volante de um protótipo Peugeot;

E, por fim, o perigoso acidente em que fui protagonista em 2013 onde felizmente ninguém se feriu com gravidade. Foram mais de uma dezena de viaturas seriamente danificadas, numa colisão em cadeia que ninguém se esquecerá tão cedo. Mas como o espírito prevalece, a prova continuou para a maior parte deles e alguns ainda lograram chegar ao fim conseguindo honrar os seus intentos.

Penso que o nosso amigo José Megre, e seus pares, quando realizaram pela primeira vez este magnífico evento, foi precisamente esse o espírito que quiseram criar. O espírito de partilha e do convívio entre profissionais e amadores que se vive nas boxes. É esse o espírito das 24 Horas TT Vila de Fronteira.

Com a chegada do ACP como clube organizador da prova, a situação tornou-se ainda mais séria. Como excelente organizador que é, nada deixa ao acaso na preparação e realização desta competição mostrando como Portugal consegue ser um dos melhores na organização destes eventos desportivos.

Obrigado, José Megre, pelo legado que nos deixaste. Obrigado, Vila de Fronteira, pelo palco magnífico que nos proporcionas, e um grande obrigado em nome de todos os apaixonados pelo TT.

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