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UE vai rever este ano meta de acabar com carros a combustão em 2035

| Revista ACP

Comissão Europeia quer antecipar para o final de 2025 a revisão da meta que proíbe a venda de novos carros a gasolina e gasóleo a partir de 2035.

Comissao-Europeia

A Comissão Europeia decidiu antecipar para o final deste ano a revisão da meta que prevê a proibição da venda de modelos com motor de combustão a partir de 2035.

Esta revisão, que inicialmente estava agendada para 2026, surge em resposta às preocupações do setor automóvel, que alerta para as dificuldades em concretizar uma transição total para veículos elétricos dentro do prazo estipulado.

A legislação atual da União Europeia estabelece que, a partir de 2035, todos os novos automóveis e carrinhas vendidos no mercado europeu deverão ser neutros em emissões de carbono, o que na prática significaria o fim da produção de veículos com motor de combustão interna.

Contudo, fabricantes e líderes políticos têm apelado à inclusão de soluções alternativas, como combustíveis neutros em CO2, incluindo biocombustíveis e tecnologias híbridas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reuniu-se recentemente com líderes da indústria automóvel para discutir o futuro do setor, que enfrenta uma conjuntura desafiante: procura interna fraca, tarifas impostas pelos Estados Unidos e uma crescente concorrência dos fabricantes chineses no segmento dos veículos elétricos.

A revisão agora anunciada irá prestar especial atenção ao segmento dos comerciais, onde a penetração de modelos elétricos permanece bastante reduzida.

 

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Atualmente, apenas 8,5% das novas carrinhas vendidas na UE são elétricas, um valor significativamente inferior ao registado nos automóveis de passageiros.

Entre as possíveis alterações a serem consideradas está a criação de uma nova categoria regulamentar para pequenos carros elétricos.

Esta medida poderá incluir benefícios fiscais e permitir que estes veículos contribuam com créditos adicionais para o cumprimento das metas de redução de emissões.

A Comissão está igualmente a preparar legislação para acelerar a descarbonização das frotas empresariais, que representam cerca de 60% das novas matrículas na União Europeia.

Além disso, estão em cima da mesa regras mais rígidas sobre o conteúdo local de baterias e componentes, bem como critérios específicos para investimentos de empresas estrangeiras, sobretudo chinesas, de forma a garantir que a produção localizada na Europa não se limite à montagem final de peças importadas.

A Volkswagen, o maior fabricante europeu, reafirmou o seu compromisso com o objetivo de zero emissões, mas defende a necessidade de mais tempo e flexibilidade.

A marca sublinha a importância de soluções transitórias, exceções para produções em pequena escala e o aproveitamento de combustíveis neutros como parte da resposta europeia.

A discussão sobre o futuro da mobilidade na Europa está assim longe de estar encerrada, com decisões importantes previstas para os próximos meses.

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