Num primeiro olhar, estamos perante um daqueles pequenos carros citadinos criados nas décadas de 50 e 60 do século passado, mas a é verdade não podia estar mais longe... A mais de 50 anos de distância!
É certo que as linhas são incontestavelmente retro e nos transportam para épocas em que o desenho e a forma se sobrepunham a praticamente tudo na indústria automóvel, mas este Nobe 100 junta essa preocupação com a estética às mais recentes tecnologias e preocupações de mobilidade e ecologia.
O projeto, que começou por ser um estudo levado a cabo por estudantes universitários, cresceu, foi apresentado no Salão de Genebra e até já conta com 10 unidades vendidas e a circular.
Nascido em Tallinn, na Estónia, este pequeno elétrico conta com três motores, um por cada roda, e é capaz de debitar entre 72 cv, na versão Nobe 100, e 96cv, na versão mais musculada Nobe 100 GT. Já em termos de autonomia estamos a falar de apenas 210 a 260 km para cada um dos modelos. Pouco para um intervalo de preços entre os 37.000 e os 47.000 euros pedidos na Estónia.
Mas este pequeno elétrico tem outros pontos fortes a seu favor. A primeira, pelo menos a mais visível, é claramente a estética. Num rápido olhar para a frente do carro somos levados a pensar que estamos perante um novo Alfa Romeo, fazendo lembrar o Giulietta. Enquanto as três rodas nos trazem recordações do Heinkel Kabinenroller, ou até mesmo do BMW Isetta. Mas não é tudo. A traseira arredondada, como que a de um barco também das décadas de 50 e 60, e ótica traseira continua, como as que se começam a ver em alguns carros de luxo, dão a este Nobe um encanto incontornável. E a versão mais dispendiosa conta ainda com o atrativo extra de um tejadilho panorâmico amovível.
A isto juntam-se ainda mais algumas particularidades muito interessantes, a começar logo pelas baterias. Por um lado, a unidade de armazenamento de energia pode ser parcialmente retirada para carregamento em casa, por exemplo, como podem também ser posteriormente trocadas por modelos tecnologicamente mais avançados no futuro. O mesmo vale também para a eletrónica e para o motor.
Além disso, e reforçando o aspeto de reciclagem que a marca quer associar ao carro, os próprios painéis exteriores podem ser totalmente substituídos por novos, seja por estarem danificados e gastos, ou apenas porque o proprietário se fartou da cor e quer outra diferente.
Uma proposta claramente diferente, vinda de um sítio diferente e que pode muito bem vir a ser o futuro.