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Devem o desporto e a estrada continuar alinhados? – I

| Revista ACP

Com o início do debate sobre a forma do automobilismo, fomos ouvir três especialistas sobre tecnologia vs entretenimento.

Posto de forma simples, a transferência de tecnologia entre o desporto motorizado e os carros de estrada é verdadeiramente importante. O nível de relevância entre a pista e a estrada, em qualquer tipo de disciplina, é determinante para o número de construtores envolvidos – e quão profundo é o seu envolvimento. Isto acaba por ter um enorme impacto no sucesso do campeonato – o espetáculo é melhor para todos quando se tem construtores a competir uns contra os outros e para nós, na Jaguar, é extremamente importante estar na FIA Fórmula E.

Temos um lema no nosso projeto de Fórmula E: “Correr para Inovar”. No fundo, trata-se de pegar no que aprendemos com os nossos carros de competição e aplicá-lo de forma a produzirmos melhores carros para os nossos consumidores no futuro. É o principal motivo pelo qual corremos aqui e mesmo no nosso primeiro ano vemos isso a acontecer. Há muito que dizemos que, enquanto indústria, temos um futuro elétrico e já estamos a ver produtos ganharem forma através do que estamos a fazer aqui – o concept I-Pace foi apresentado recentemente em Los Angeles.

Esta abordagem não é nova para a Jaguar; na verdade, diria que faz parte da ética da nossa marca. Desde o início que a transferência de tecnologia foi central na nossa abordagem – olhe-se para o C-type, o primeiro carro a usar travões de disco, algo que desenvolvemos nas corridas. Foi provado na pista, venceu as 24 Horas de Le Mans, e transpusemos esse sucesso para os nossos carros de estrada, o que foi, sem dúvidas, um enorme passo em frente para a indústria automóvel da altura.

Estamos apostados na Fórmula E e o nosso objetivo é sermos bem-sucedidos. É claro que o ambiente macro do desporto automóvel é algo em relação ao qual estamos muito atentos, em particular nessas áreas em que as tecnologias do futuro estão a tornar-se na tendência dominante. Somos parte ativa da Comissão de Construtores da FIA e consideramos que é importante ter um diálogo aberto com a FIA e outros construtores para desenvolvermos um futuro saudável para o desporto nas várias categorias.

Quando olhámos para o regresso ao desporto motorizado, olhámos para muitas categorias diferentes. O fator determinante com a Fórmula E é que reconhecemos a importância do crescimento da eletrificação para nós enquanto construtores de automóveis para a estrada, e vemos o quão útil pode ser a ligação direta entre uma competição automóvel e o caminho do desenvolvimento tecnológico.

Também estamos entusiasmados com o facto de ser a única plataforma global para promovermos veículos elétricos no centro de cidades incríveis. Tenho de me beliscar sempre que chego às pistas – estamos em locais que nunca viveram o desporto motorizado e estamos a levar a mensagem do potencial de prestação e, ao mesmo tempo, dos benefícios ambientais dos veículos elétricos. Para nós, é o exemplo claro do motivo pelo qual a Fórmula E é o local onde a Jaguar tem de competir.

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