Um dos mais raros exemplares automóveis em circulação em Portugal, um Rolls-Royce Silver Ghost de 1920, ficou seriamente danificado na sequência de um acidente na Póvoa de Santa Iria.
O clássico seguia a bordo de um camião de transporte especializado quando embateu num viaduto da Autoestrada do Norte (A1), alegadamente por erro de avaliação da altura da estrutura por parte do condutor do camião.
O veículo, atualmente integrado na coleção permanente do Museu do Caramulo, regressava ao museu depois de participar num evento automóvel que celebrou a história do automobilismo: a “Corrida dos Fundadores by Cartrack”.
A iniciativa decorreu entre 26 e 28 de setembro, passando por locais emblemáticos da zona centro e oeste do país.
Segundo fonte do museu, o acidente representa “uma tragédia patrimonial” causada por “negligência humana”.
Apesar dos danos profundos, a equipa técnica do Caramulo compromete-se a avaliar a viabilidade de uma possível reparação, ainda que admita que o valor histórico do veículo é, em muitos aspetos, irrecuperável.
Recorde-se que este Silver Ghost é um exemplar excecional do património automóvel europeu.
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Construído em 1920 pela D’Ieteren Frères na Bélgica, foi adquirido em 1956 pelo colecionador João de Lacerda, fundador do Museu do Caramulo, que mais tarde o doou à instituição.
Equipado com um motor de seis cilindros em linha, com 7.5l de cilindrada, dupla ignição e caixa manual de quatro velocidades, o automóvel era capaz de atingir até 100 km/h, uma velocidade impressionante para a época, especialmente se tivermos em conta que a travagem, no entanto, era garantida apenas pelas rodas traseiras.
No interior, o requinte era absoluto com madeira de nogueira em painéis e acabamentos, estofos originais, dois bancos rebatíveis e janelas verticais com sistema de mola compensadora a serem um exemplo do luxo britânico dos anos 20.
O incidente está agora sob investigação das autoridades competentes, que irão apurar responsabilidades e avaliar se existiram falhas nos procedimentos de transporte.