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Obras no Guincho dificultam acessos e geram críticas

| Revista ACP

A intervenção da Câmara Municipal de Cascais pretende resolver o problema crónico da acumulação de areias na estrada, ciclovia e condutas, mas os trabalhos em plena época balnear têm motivado queixas de moradores e visitantes.

 

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A zona do Guincho está a ser intervencionada há várias semanas, mas as obras não agradam nem a moradores nem a visitantes, preocupados com o congestionamento dos acessos à zona e com a segurança rodoviária no local, em plena época balnear.

Qual é o problema? A Câmara Municipal de Cascais (CMC) avançou com obras de requalificação da Estrada do Guincho, parte da estrada nacional 247, incluindo o prolongamento da ciclovia por toda a estrada daquela zona. Tratando-se de um local em que os ventos fortes do corredor eólico Guincho-Cresmina - predominantes a noroeste, o que leva à constituição de dunas móveis que atravessam toda a plataforma do Cabo Raso - se fazem sentir com frequência, durante todo o ano, as areias das dunas que se acumulam na estrada, ciclovia e condutas de águas pluviais, torna a circulação perigosa e afeta o tráfego.

O fenómeno natural naquela zona está identificado há anos e já não é a primeira vez que a zona é intervencionada. Contudo, falta uma solução duradoura. Com as novas obras, o cenário está novamente mais caótico para moradores e turistas, numa época em que a procura por aquela zona aumenta substancialmente.

Contactada pela Revista ACP, a CMC admite que as obras deveriam ter ocorrido e ficado concluídas antes da época balnear, “mas a predominância de ventos fortes superou largamente a normalidade para a época”. E considerando haver “urgência”, o município avançou nas últimas semanas para a empreitada.

Neste momento, fonte oficial da CMC prevê que as obras terminem “na terceira semana de agosto”, ou seja até dia 22, e garante que os constrangimentos na circulação na Estrada do Guincho já estão a ser “minimizados, dado que só falta executar a reposição da iluminação e limpeza geral da obra e das areias”.

[Desde dia 5 de agosto] apenas teremos breves interrupções de circulação numa das vias acompanhadas com sinalização semafórica”, adianta a mesma fonte.

A pintura da ciclovia será realizada após final da época balnear”, prossegue a câmara.

 

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Quanto aos sumidouros, por estes dias entupidos com areias, a CMC admite “a areia é um problema”, uma vez que os mesmos são necessários para drenar água das chuvas. E ainda que considere “que estar com areia não implica o seu não funcionamento”, garante que vão estar limpos “antes do período de chuvas” e será “assegurada manutenção regular”

A rede de sumidouros daquela zona “está ligada em série e a postos drenantes”, e nesta intervenção as condutas foram equipadas com “sacos com geotêxtil, de forma a não acumularem areia nos períodos sem pluviosidade”.

De acordo com a CMC, esta requalificação da Estrada do Guincho “resulta de um projeto aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente”, tendo sido autorizada pelo Instituto da Conservaçáo da Natureza e das Florestas, por se tratar de uma zona que integra o Parque Natural de Sintra-Cascais, e recomendada pela Proteção Civil

O projeto em causa, esclarece o município, pretende dar “resposta a problemas estruturais de segurança rodoviária, mobilidade e conservação ambiental”, uma vez que a infraestrutura existente “apresentava fragilidades graves”, como o passadiço de madeira, que “contribuía para a formação de dunas artificiais e agravava a acumulação de areia na estrada, dificultando a sua limpeza”.

 A “atual situação visa minimizar o impacto [do passadiço na formação de dunas] e facilitar a passagem da areia”, para “evitar a sua acumulação na via, garantindo a compatibilização dos usos, na certeza que haverá sempre areia a circular”.

A CMC acrescenta, ainda, que a intervenção na zona do Guincho deve-se também a “factos ocorridos nos últimos meses”, como acidentes rodoviários graves, “principalmente com motociclos, face à elevada quantidade de areia na via”, ao “elevado número de atolamento de veículos”, com “impacto mais significativo” à noite pela “reduzida visibilidade e posterior dificuldade nas operações de remoção”, e pelo “elevado número de situações em que, face à elevada quantidade de areia na via, foi necessário proceder ao corte da estrada”.

A CMC lembra que aquela estrada é uma via “essencial para operações de combate a incêndios rurais no Parque Natural Sintra-Cascais, quer para penetração de meios de socorro, quer para evacuação de pessoas”.

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