Já nem nos lembramos há quanto tempo a Mitsubishi não apresentava um automóvel novo. Foi com o Outlander PHEV e já se passaram uns bons três anos. Mas para conhecermos o modelo que rompe com esta contagem, ainda teremos de esperar mais algum tempo, pois embora já tenha arrancado a comercialização em diversos países, nomeadamente aqui ao lado, em Espanha, somente chegará a Portugal em abril!
Falamos do Mitsubishi Eclipse Cross, um SUV com linhas próprias de um coupé, não fossem as cinco portas, e que honra assim, de algum modo, a tradição deste nome, que sem ser dos mais populares entre nós, já foi usado pela marca dos três diamantes, para designar um coupé desportivo cuja última geração deixou a linha de produção em 2012. Chegou a ser apontado como substituto do ASX, que já começa a acusar o peso da idade, mas a verdade é que o Eclipse Cross acabou por nascer para se posicionar entre este e o Outlander, preenchendo um vazio que havia na gama dos SUV da Mitsubishi.
Se o observarmos de frente, imediatamente o reconhecemos como um Mitsubishi e até o confundimos com o Outlander, pois a secção frontal é muito semelhante. Mas o perfil em cunha, típico de um coupé, encarrega-se de desfazer os equívocos e se virmos a traseira, é absolutamente único e, logo, inconfundível. Por este prisma, aliás, o design do Eclipse Cross é capaz de despertar amores e ódios, mas pelo menos é diferente de qualquer outro modelo! A plataforma que serve de base a esta novidade é a que já conhecemos dos outros dois SUV da Mitsubishi, com uma distância entre eixos de 2670 mm que, aliás, é comum aos três: ASX, Eclipse Cross e Outlander. Mas para ser posicionado entre o ASX e o Outlander, o Eclipse Cross não se distingue apenas pelas linhas, mas também pelas dimensões específicas. Com um interior sóbrio e moderno, que privilegia a ergonomia e onde se evidenciam plásticos de qualidade, agradáveis ao tato, o Eclipse Cross aproxima-se mais do Outlander, em termos de equipamento, acabamentos e conforto, do que ao ASX, marcando neste ponto uma diferença inequívoca.
Do ponto de vista de motorizações e soluções de transmissão, o Eclipse Cross surgirá apenas animado por uma nova unidade de 4 cilindros em linha a gasolina, de 1,5 litros, que rende 163 cv de potência máxima às 5500 rpm, para atingir um binário máximo de 250 Nm, que são constantes desde as 1800 às 4500 rpm. Alimentado por injeção direta e sobrealimentado por um turbocompressor de geometria variável, este novo motor dispõe de dupla árvore de cames à cabeça e 16 válvulas. Consegue alcançar uma velocidade máxima de 205 km/h e acelera dos 0 aos 100 km/h em 10,3 segundos, anunciando um consumo médio de 6,6 litros de gasolina aos 100 km, um valor bem mais razoável que o das emissões de CO2: 151 g/km, que logo à partida irão contribuir para o penalizar em termos de preço de venda ao público, mas também na utilização continuada, dado o peso das emissões no ISV e no IUC. Com o motor 1.5 turbo, o Eclipse Cross pode ser fornecido com dois tipos de transmissão e de tração. As opções dividem-se entre uma caixa manual de 6 velocidades ou automática de variação contínua, assim como entre tração dianteira ou 4x4, neste último caso com repartição automática de binário entre os eixos.
A Mitsubishi prepara-se, entretanto, para acrescentar ao Eclipse Cross o turbodiesel de 2,2 litros e 150 cv que já conhecemos no Outlander. Esta motorização está a sofrer mais uma evolução, no sentido de torná-la mais eficiente, nomeadamente em termos de consumos e emissões, aguardando apenas a conclusão destes trabalhos e a respetiva homologação europeia para o apresentar. A escolha da Mitsubishi Portugal quanto ao lançamento tardio do Eclipse Cross é também uma forma de procurar ganhar tempo, de modo a que o modelo possa surgir entre nós já com a opção a gasóleo.