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Lápis, folha em branco e muita inspiração

| Revista ACP

A criação de um automóvel começa sempre com lápis e papel. Os designers propõem até 2000 esboços, mas só pode ser eleito um.

Seat 1920

É complexo o nascimento de um modelo novo. Só depois do trabalho criativo e artesanal com muitos desenhos feitos à mão é que se segue o recurso à tecnologia, como os sistemas de recriação tridimensional que convertem os traços do designer num veículo virtual. No entanto, as mãos artísticas de um escultor continuam a ser necessárias para converter uma ideia, pela primeira vez, em realidade. São estes os passos seguidos:

Lápis, papel e 2.000 esboços: o nascimento de um automóvel começa sempre com lápis e papel. A equipa de designers propõe até 2.000 esboços, dos quais só pode ser eleito um. O objetivo é traçar a personalidade e as linhas mestras do novo modelo. As referências tanto podem vir do mundo da moda como da arquitetura. Assim, uma mala, uns sapatos ou um edifício podem servir de inspiração na hora de desenhar, por exemplo, os assentos.

Sketches em 3D: a estética e a criatividade devem ajustar-se também às exigências técnicas. Graças à tecnologia 3D e aos programas gráficos os esboços ganham tridimensionalidade de forma a que o desenho do veículo se torne funcional.

Como se fosse um videojogo: recorrendo a um programa semelhante ao que é utilizado na criação de videojogos ou de filmes de animação, consegue-se perceber com precisão como será o desenho do novo automóvel. Com uns óculos Full HD, os engenheiros conseguem registar as primeiras sensações ao volante do veículo virtual. Com estas técnicas procura-se que o tempo de produção seja 10 vezes mais rápido do que com os processos tradicionais.

Um automóvel de argila, em tamanho real: o chamado “Clay model” continua a ser necessário para apreciar, à escala real, as formas do novo automóvel. Um escultor encarrega-se de dar forma a 2.500 kg de argila, usando uma espátula e uma fresadora, criando as linhas do futuro modelo com precisão.

100 fórmulas para uma única cor: atrás de cada paleta de cores de um veículo estão três anos de trabalho para a criação de cada tonalidade. A tonalidade desejada é encontrada no resultado da união entre a criatividade e a química num laboratório de pintura. Chegam a ser experimentadas 100 fórmulas diferentes para a obtenção de uma única cor.

Questão de tato: não se trata de encontrar apenas a tonalidade adequada, mas também as texturas que o futuro cliente encontrará no exterior e o interior do veículo. Assim, desenhadores gráficos, têxteis e licenciados em Belas Artes juntam-se para estudar as superfícies e definir soluções para portas e tablier, combinando superfícies baças com brilhantes, diversas texturas de pele e tipos de costuras.

O volante, forrado 100% à mão: todos os volantes são cosidos à mão, com uma agulha curva e destreza como únicas ferramentas do costureiro. É ele que desenha os padrões e usa até 3 km de linha, por cada cor, para coser manualmente os assentos ou o travão de mão. Este profissional faz parte das 200 pessoas que participam no desenho de um automóvel, no qual trabalham desde artesãos a especialistas em recreação digital.

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