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Caso Jaguar. Mudanças radicais ameaçam a marca?

| Revista ACP

As consequências das mudanças radicais no seio da marca britânica já se fazem sentir.

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Ao fim de 90 anos, a Jaguar decidiu reinventar-se por completo. Anunciou um rebranding, incluindo uma polémica mudança de logótipo, e um reposicionamento que levou a fabricante a dar uma volta de 180 graus na sua operação.

O efeito da decisão é que não está a ser o melhor, com as vendas a caírem 98% na Europa, durante o mês de abril.

Procurando afastar-se de valores tradicionalmente associados à masculinidade no setor, a Jaguar criou no final de 2024 um novo emblema e lettering.

Desapareceu de vez o felino a iniciar um salto, símbolo que desde 1945 transmitia dinamismo, potencia, força e vitalidade, para dar lugar a uma combinação entre as letras “J” e “G”, que pretende passar uma imagem, moderna, jovial, inclusiva e ousada. E o lettering passou a ser “JaGUar”, sem qualquer explicação para o porquê das letras “J”, “G” e “U” surgirem em maiúsculas.

Quanto ao reposicionamento, a fabricante inglesa decidiu tornar-se totalmente elétrica e, aproveitando o rebranding, optou por parar a produção de todos os seus modelos, no final de 2024, e começar do zero a partir de 2026, ano em que vai lançar o novo e primeiro modelo totalmente elétrico da marca.

A marca quer entrar na eletrificação, criando uma nova identidade, desligada do passado, para conquistar uma nova base de seguidores e consumidores.


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A forma como assumiu a nova visão é inédita na indústria. São várias as marcas, incluindo fabricantes de luxo, que estão a entrar no mercado dos elétricos, e a adaptar a sua identidade, mas nenhuma procurou desligar-se do seu passado como a jaguar está a fazer.

No meio de toda esta “tempestade” a marca viu as vendas caírem drasticamente. Só na Europa, tombaram 98% em abril e são evidentes os sinais de que a procura por um Jaguar travou a fundo. De acordo com os dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), só 49 modelos Jaguar foram registados na Europa.

O impacto destas transformações profundas já se fazem sentir, sendo que poderão agravar-se até ao final do ano. Em abril, todos os envios de carros para os EUA foram suspensos.

A marca já veio a público explicar que esperava grandes perdas, durante o ano de 2025.

A Revista ACP analisa o caso paradigmático da Jaguar e o impacto que uma estratégia inédita pode ter nos negócios.

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