A McLaren que tem uma história com altos e baixos, teima em não cruzar os braços quando chega o momento de ultrapassar mais um momento difícil. Com a produção do novo Artura em mãos, precisou de angariar mais fundos para o desenvolvimento de atualizações técnicas (não especificou quais são) deste modelo híbrido plug-in.
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Para isso, vendeu parte da sua coleção de carros históricos por forma a dar continuidade ao projeto. Também nesta decisão, o construtor optou por não adiantar quais os modelos de que se desfez da coleção conhecida por incluir uma gama diversificada de carros, incluindo mais de meia centena de carros de corrida Fórmula 1.
No entanto, sabe-se que a coleção ficou na “família McLaren” já que teve como destino o Fundo de Saúde Soberano Mumtalakat Holding do Bahrain, que atualmente detém 60% da marca britânica. Uma operação que valeu 117,5 milhões de euros para o fabricante.
Exibido em 2021, o Artura é o primeiro McLaren a ser construído de raiz pela marca desde o supercarro MP4-12C há quase uma década. Concebido rivalizar com a Ferrari e Lamborghini, estreia um motor V6 biturbo de 3,0 litros que proporciona 585 cv. Montado entre este bloco a gasolina e a caixa automática de oito velocidades encontra-se um motor elétrico que acrescenta mais 95 cv à potência total deste desportivo, que é de 680 cv. O motor elétrico é alimentado através de uma bateria de 7,4 kWh (“líquidos”, 10 kWh “brutos”) para completar 31 km totalmente elétricos.
Um valor não muito elevado, mas em cooperação com a baixa massa do Artura, as performances acabam por ser de muito bom nível — 3,0 segundos nos 0-100 km/h, apenas 0,1s a mais que o mais potente (830 cv) e pesado (mais 75 kg a seco) Ferrari 296 GTB; 8,3s nos 0-200 km/h contra 7,3s do italiano.
Apesar das encomendas estarem abertas há algum tempo, as entregas estão atrasadas pela decisão da marca em proceder primeiro a melhoramentos de nível técnico ao modelo, que apesar de não ter preço oficial para Portugal estima-se que cada unidade ultrapasse os 300 mil euros. O McLaren Artura também está preparada para as pistas graças aos seus travões de carbono-cerâmica e pinças de alumínio para economizar peso e oferecer bom desempenho de travagem em ambiente de competição.