Com a chegada das férias, muitos condutores fazem viagens de carro de longa distância. Para que tudo corra sobre rodas, é importante olhar para o que se come antes e durante a viagem. Uma alimentação inadequada pode levar a sonolência, fadiga, nervosismo ou desconforto estomacal que afetam a atenção, aumentando assim consideravelmente o risco de acidente.
E neste aspecto o meio termo é a atitude mais acertada. “Nunca devemos ficar ao volante com o estômago vazio, pois podemos sofrer de falta de açúcar no sangue e ter tonturas. Além disso, o sentimento de fome diminui a atenção porque estamos a pensar noutra coisa” afirma Mari Carmen López, médica da SEAT.
Refeições pesadas são igualmente desaconselháveis, provocam sonolência, estômago pesado ou até azia, incómodos que alteram a capacidade de concentração. Depois do almoço, por exemplo, está demonstrado que o desempenho diminui 10%. "É preciso aproveitar cada paragem para comer em pequenas quantidades, e mesmo assim, depois da paragem principal, fazer uma caminhada de 15 minutos ou dormir uma sesta para descansar", adianta aquela profissional de saúde.
Um condutor que se sente ao volante com uma hidratação insuficiente comete erros semelhantes aos daqueles com um nível de álcool no sangue de 0,8 g/l, como se tivessem bebido mais de quatro copos de vinho. Os erros mais frequentes são as saídas não intencionais da faixa de rodagem, a travagem demasiado tardia ou a transposição da linha da berma. Segundo a Dra. López, "a desidratação pode levar a tonturas, vómitos e, em casos mais extremos, a perda de consciência". É por isso que é essencial beber, especialmente com temperaturas elevadas, em todas as paragens. A melhor opção, a água, embora possa ser combinada com algum sumo ou refrigerante. Quanto à cafeína, "café ou chá durante o dia pode ajudar, mas quantidades a mais podem causar nervosismo. As bebidas energéticas, ao volante, são totalmente desaconselháveis".
E pode-se comer ou beber enquanto se conduz? A maioria dos regulamentos europeus de trânsito não o proíbe explicitamente. No entanto, estas são duas atividades que podem distrair e dificultar a liberdade de movimento e mesmo afetar o tempo de reação, que pode ficar reduzido em até 44%.