Carlos Tavares, CEO do grupo PSA, garantiu em entrevista ao diário espanhol El País que “a Opel vai poder começar a vender os seus automóveis fora da Europa quando deixar de utilizar modelos com propriedade intelectual da General Motors e passar a utilizar plataformas e peças PSA”. Este anúncio vem desbloquear a decisão entretanto tomada de travar o desenvolvimento dos modelos que a Opel tinha agendados, nomeadamente a próxima geração Corsa, de forma a que eles possam integrar as bases dos modelos PSA o mais rapidamente possível.
Isto porque nos termos do acordo de compra da Opel/Vauxhall pela PSA, a Opel ficou com as vendas limitadas geograficamente e impedida de se expandir para novos mercados fora da Europa onde outras marcas da General Motores tenham modelos diretamente concorrentes. Com a recente declaração de Carlos Tavares, a Opel integrará assim a estratégia de expansão internacional da PSA, que passa por marcar presença em todo o mundo, desde a América Latina à Ásia, passando por África, referiu Tavares adiantando que “esta é uma questão em aberto e dependerá dos países onde seja rentável”.
Neste momento, a Opel está a utilizar mais de 80% da sua capacidade de produção instalada e a PSA está a 95%, pelo que, segundo Tavares, com os novos mercados não haverá problemas de excesso de capacidade. Um claro indício de que o fecho de algumas unidades da Opel não está nos seus planos. O CEO da PSA voltou as garantir que a Opel e a sua gémea inglesa Vauxhall se manterão como marcas autónomas.
“Queremos proteger a Vauxhall como marca britânica e a Opel como marca alemã. A sua complementaridade com as marcas da PSA reside no facto de em alguns países o cliente escolher entre marcas francesas e alemãs e queremos beneficiar com isso”, explicou.
Em Espanha, a Opel tem uma grande fábrica em Figueruelas, perto de Saragoça, de onde saem o utilitário Corsa, o mini monovolume Meriva e o SUV compacto Mokka e para a qual está prevista a produção do próximo SUV da Citroen.