Portugal foi o país da União Europeia (UE) com a mais baixa média de emissões de dióxido de carbono dos carros novos de passageiros, por quilómetro, em 2016, segundo a Agência Europeia do Ambiente.
"A média das emissões de CO2 [dióxido de carbono] dos carros novos de passageiros na União Europeia tem descido constantemente nos últimos anos, de 170 gramas por quilómetro em 2001 para 118 gramas em 2016, com uma taxa de redução anual de 2%", avança um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês).
A instituição recorda que é necessária uma descida de 19,5% das emissões para cumprir a meta fixada para 2021 de 95 gramas de dióxido de carbono por quilómetro em 2025.
Nos automóveis de passageiros, "Portugal teve a mais baixa média de emissões de CO2 nos 28 países da UE em 2016, com 105 gramas por quilómetro", refere a EEA.
No grupo dos Estados membros com baixas emissões médias seguem-se a Holanda, a Dinamarca e a Grécia. Ao contrário, os valores mais elevados pertencem à Estónia (134 gramas) e à Lituânia.
A organização refere, no entanto, que existe uma "substancial variação entre os países, em termos da média de emissões de Co2 e da taxa de redução ao longo do tempo".
A agência concluiu também que os incentivos avançados pelos países da UE para a compra de automóveis mais amigos do ambiente podem levar a reduções das emissões de CO2 neste tipo de carros.
"Em 2016, a maior parte dos Estados-membros aplicavam incentivos ou taxas baseadas nas emissões para encorajar as decisões relacionadas com [a compra] de carros. O número de países a oferecer incentivos para veículos elétricos aumentou consideravelmente entre 2010 e 2016", salientou a instituição europeia.
Nos países com incentivos "apropriados", apontou, as pessoas compraram carros com emissões de CO2 mais baixas, no entanto, "outros fatores como disponibilidade de novas tecnologias e condições económicas também foram importantes".
Os especialistas da EEA alertam que as políticas devem ser "definidas com cuidado" para evitar efeitos e impactos adversos inesperados como a subida de emissões de outros poluentes.
Os programas de taxas e de incentivos podem variar em vários aspetos, influenciando a sua eficácia na redução das emissões de CO2, o que inclui o número e valor dos incentivos, a fase da vida do veículo em que são aplicados, o tipo de proprietários abrangidos ou o tipo de carros que apoiam (convencionais eficientes, híbridos ou elétricos).
Um outro relatório da EEA refere que os registos anuais de camiões novos aumentaram de 262 mil em 2010 para 380 mil em 2016, estimando que subam cerca de 46% até 2030, na comparação com 2016.
Os veículos pesados são responsáveis por cerca de um quarto das emissões de CO2 do setor dos transportes e Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Polónia são os países que mais contribuem pois têm as maiores frotas.
Desde 1990, as emissões destes veículos, que transportam passageiros e mercadorias, aumentaram 25% e, sem novas políticas, deverão continuar a subir.
Segundo dados da EEA divulgados no ano passado, também nos veículos ligeiros de mercadorias novos, Portugal continuava a ser o país europeu com menos emissões de dióxido de carbono.