O Centro Histórico de Guimarães passou a fazer parte da lista do Património Mundial da UNESCO, no fim 2001. Para essa honrosa classificação foi tida em linha de conta a ligação de Guimarães à fundação da nacionalidade, as técnicas de construção aí desenvolvidas na Idade Média e o facto de, em Guimarães, se verificar a evolução de vários tipos de construção, particularmente do séc. XV ao XIX.

A preocupação da autarquia, com a qualidade de vida da população e em preservar o património herdado, estão patentes na reabilitação urbana do Centro Histórico que teve início nos anos 80 com a requalificação de habitações, praças e edifícios públicos, utilizando técnicas e materiais tradicionais. O Centro Histórico passou a ser um local bastante agradável e apreciado, por locais e turistas, sendo palco de atividades lúdicas e culturais, sobretudo no Verão.
Apesar deste cuidado de conservar o património, a cidade foi sendo modernizada com equipamentos desportivos e de lazer.
- Praça de Santiago – é uma praça bastante antiga, referida em vários documentos históricos e que conserva a traça medieval. Foi nas suas imediações que se instalaram os francos que vieram para Portugal em companhia do Conde D. Henrique. Existiu nesta Praça uma capela dedicada a Santiago, que datava do Séc. XVII e que foi demolida em finais do Séc. XIX.

- Rua de Santa Maria – foi uma das primeiras ruas abertas em Guimarães, para fazer a ligação entre o convento e o castelo mandados construir pela Condessa Mumadona. É referenciada em documentos do séc. XII. Ao longo dela podem ser vistos vários edifícios interessantes – o Convento de Stª Clara, a Casa do Arco, a Casa dos Peixotos, a Casa Gótica dos Valadares e muitos outros, característicos.

- Largo do Toural – é hoje o centro da cidade… no Séc. XVII era um mero largo extramuros, junto à porta principal de acesso à vila, onde se realizavam a feira de gado bovino e outras de produtos variados. Foi em finais do Séc. XVIII que este largo começou a ser modificado, com a construção de prédios, Jardim público com coreto, mictório, bancos e candeeiros, inclusive uma estátua de D. Afonso Henriques que, posteriormente foi transferida para o Parque do Castelo.

- Rua D. João I – foi, em tempos uma das ruas mais movimentadas de Guimarães, pelo facto de ser a saída natural para o Porto. Conserva um aspeto vetusto, pela estreiteza, casas antigas com varandas de balaústres e pelo resultante ambiente escuro e sombrio. Nela podemos encontrar o Padrão de D. João I, do Séc. XVI, com belo cruzeiro encimado por um baldaquino renascença. No final do Séc. XIX foi deslocado do sítio onde foi inicialmente construído, devido ao grande movimento da rua. Também nesta rua fica o edifício da Venerável Ordem Terceira de S. Domingos, que data do Séc. XIX.

- Castelo – como já referido, foi mandado construir pela Condessa Mumadona Dias, para defesa do povoado, que vai crescendo dia a dia. Está intimamente relacionado com a Fundação da Nacionalidade, por ter albergado os pais do que viria a ser o primeiro rei de Portugal – D. Afonso Henriques. Junto ao castelo fica o Campo de S. Mamede, onde teve lugar a Batalha de S. Mamede.

- Capela de S. Miguel – foi construída no Séc. XII, românica, na qual, segundo a tradição, D. Afonso Henriques foi batizado. O interior é lageado, e ocupado com sepulturas que se pensa serem de guerreiros ligados à Fundação da Nacionalidade.

- Paço dos Duques de Bragança – Paço do Séc. XV, mandado construir por D. Afonso, futuro Duque de Bragança. No Séc. XIX, foi convertido em quartel. Em meados do Séc. XX, tendo estado abandonado durante muito tempo, foi restaurado e convertido em Museu, onde pode ser visto espólio dos Sécs. XVII e XVIII – coleções de elementos da época dos Descobrimentos e das conquistas no Norte de África, de armas dos Sécs. XV a XIX e de mobiliário do período pós-descobertas. O segundo andar deste Palácio foi adaptado a residência do Presidente da República, nas suas deslocações ao Norte de Portugal

- Muralhas de Guimarães – alguns historiadores datam as muralhas do Séc. X. Hoje restam alguns vestígios destas muralhas que envolviam a cidade nos séc. XIV e XV.

- Igreja de Nossa Senhora da Oliveira – foi mandada reedificar por D. João I, no Séc. XIV, pela promessa feita à Virgem, pela vitória na Batalha de Aljubarrota. Românica, apresenta, na sala do Capítulo e em duas alas do claustro, elementos românico-mudéjares, que tornam o conjunto o melhor do País, não só no do estilo, como pelo facto de ser em granito. Tem também os tetos pintados, num conjunto único de pintura gótica.

- Padrão do Salado – Monumento mandado erguer por D. Afonso IV, no Séc. XIV, para comemorar a vitória na Batalha do Salado e que está junto à Igreja de Nª Srª da Oliveira.
- Antigos Paços do Concelho – mandado edificar no Séc. XIV
- Cruzeiro da Srª da Guia – terá sido anteriormente denominado Senhora da Piedade em virtude da representação da Pietá aí existente – edificado no Séc. XIV, está hoje integrado no Museu de Arqueologia Morais Sarmento.
- Marcos Miliários – No Museu Arqueológico Martins Sarmento podem encontrar-se dois marcos miliários da estrada romana que ligava Guimarães e Braga.
- Capela de S. Torcato – Construção visigótica que, nos tempos de hoje, apresenta um estilo românico, Séc. XII, possuindo no interior algum espólio pré-românico.
- Igreja do Carmo – Igreja de Grandes dimensões, com interior revestido de azulejos. Hoje aqui funciona um Lar de Santa Estefânia, acolhimento e acompanhamento de crianças e jovens.

- Igreja e Convento das Domínicas – foi fundado no séc. XVII, por Frei Sebastião, Prior do Convento de S. Domingos de Viana do Castelo. No séc. XVIII A Prioressa mandou executar as obras, em que foi utilizada muita pedraria e que se mantêm ainda. Destaque para os retábulos e sanefas em talha dourada, o órgão rococó e a imagem de Cristo sobre a pia batismal, do séc. XVI

- Igreja da Misericórdia – do séc. XVI, com retábulo do altar-mor do séc. XVIII
- Convento e Igreja de S. Francisco – igreja gótica, cuja construção foiu iniciada em 1400, com permissão de D. João I. Foi sujeita a muitas alterações, a maior parte das quais no séc. XVIII. Tem portal principal de reminiscências românica (pensa-se que terá sido construída em cima de conjunto do séc. XIII). A cabeceira é gótica,o claustro e a sala do capítulo, maneiristas. Ao longo dos séculos, a maior modificação é feita no interior, com a instalação de painéis de azulejos, contando a vida de Stº António. Foi restaurada no séc XX, sem grandes modificações, em termos de estilos.

- Museu Alberto Sampaio – fundado em 1928, para albergar as coleções da antiga Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira e de outras Igrejas e Conventos da Região de Guimarães, que até então estavam na posse do Estado. O museu possui várias e importantes coleções de esculturas dos periodos medieval e renascença até ao Séc. XVIII, bem como outras coleções de ourivesaria e pintura.

- Museu Arqueológico Martins Sarmento – é neste museu que estão guardadas e conservadas todas peças que foram encontradas nas escavações empreendidas na zona, nomeadamente as das Citânias de Briteiros e Sabroso. Para além das coleções arqueológicas, encontramos neste museu escultura antiga, epigrafia latina, peças pré e proto-históricas, numismática, medalhística.
- Museu da Cultura Castreja – está instalado no Solar da Ponte, propriedade da Sociedade Martins Sarmento. É considerado o primeiro espaço dedicado à cultura castreja, abundante nesta faixa Atlântica da Península Ibérica. Para além disso, é também uma homenagem ao arqueólogo e investigador Francisco Martins Sarmento.
- Sala Museu José Guimarães – exposição permanente do pintor e escultor José Guimarães, vimaranense, instalada numa das salas térreas do Paço dos Duques de Bragança. Aqui se pode admirar um conjunto de obras que o artista, nascido em 1939, doou à cidade.
- Museu / Convento de Stº António dos Capuchos – foi criado o espaço museológico em 2008, pela Santa Casa da Misericórdia, com a intenção de conservar e valorizar o seu património artístico e cultural. Fica no centro da cidade, na sua “colina sagrada” e ocupa o edifício construído como Convento, no Séc. XVII, e comprado pela Misericórdia em 1842, para aí instalar o seu Hospital. Neste espaço é mostrado algum património móvel da Misericórdia e pode ver-se, ao mesmo tempo, os corredores, pátios e claustro do imponente edifício, bem como visitar a Igreja do Convento, com a sua magnífica sacristia do Séc. XVIII.
- Núcleo Arqueológico da Associação Comercial e Industrial de Guimarães – este núcleo surgiu quase como que por acaso, durante as obras de remodelação e reabilitação do edifício sede, a Casa dos Lobo Machado. Achadas as primeiras peças, foram realizadas sondagens arqueológicas que tiveram, como resultado a descoberta de um vasto espólio, tanto nas épocas de que datam, como no tipo de peças. Foram, portanto, criados espaços de exposição do património encontrado, parte integrante do passado de Guimarães. A coleção visitável consta de 30 peças, 23 cerâmicas:
- 7 medievais, produzidas na região de Prado/Barcelos, entre os Séc. XIII e XIV, de que se destaca uma infusa de origem francesa
- 11 da segunda metade do Séc. XVIII, entre as quais peças revestidas a vidado de chumbo, faianças e artigos de uso comum como tigelas, almofias (alguidar pequeno), salseiras e pratos
- As restantes 5 peças datam do Séc. XIX e são notoriamente produzidas em Guimarães, como cântaros, panela. Destaca-se, neste, conjunto, dois porrões (talha, bilha para água) vidrados produzidos na região de Prado/Barcelos.
e 7 metálicas - objetos de adorno, como um anel, algumas moedas, uma medalha votiva e, o mais interessante de todos, um pequeno guizo, provavelmente para um gato, em liga de cobre e prata.
Briteiros (S. Salvador)
- Citânia de Briteiros – as ruínas arqueológicas de Briteiros, ficam situadas no Monte S. Romão, sobre o Vale do Rio Ave, tem como fundo, a Norte, à distância, as serras da Cabeira e do Gerês.

Estas ruínas têm as características típicas das comunidades proto-históricas de tradição céltica, cujos restos arqueológicos mostram grande uniformidade, tendo sofrido influências da romanização, no Séc. I a.C., como o provam vestígios tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império romanos, fragmentos de cerâmica designada por “terra sigillata”, artigos de vidro, etc.
Da anterior e original civilização ficaram a disposição topográfica do povoado, o traçado das três ordens de muralhas, a planta circular das habitações e o respetivo processo de construção, os temas ornamentais da cerâmica fabricada localmente, as insculturas gravadas em pedra, com motivos geométricos, em série e ainda um delicado e original trabalho de filigranas, em ouro, em duas arrecadas ali descobertas em 1937, aquando das escavações.

Um dos monumentos pré-romanos, uma edificação funerária, foi descoberto em 1930, por causa de obras de abertura de uma estrada. Apresenta, entre outros elementos, uma estela, uma grande pedra ornamentada com duas suásticas de braços curvos, características da tradição celta.
A Citânia de Briteiros cobre um a vasta zona e é a estação protótipo dos inúmeros povoados a cujas ruínas se dá o nome de “castros”, que abundam no Norte de Portugal. Estes povoados tiveram a sua existência entre os Séc. II-I aC e III-IV dC. A partir desta altura, começou a sua decadência e despovoamento, motivadas, também, pela invasão dos Bárbaros, no Séc. V dC. Alguns destes povoados foram a origem das nossas povoações, aldeias, vilas e cidades.

O espólio, recolhido pelo Arqueólogo Francisco Martins Sarmento, nas Citânias de Briteiros e de Sabroso encontra-se no Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento. Dele fazem parte uma cabeça de javali, em pedra, e fragmentos de uma outra, exemplares atribuídos à arte céltica.
Caldas das Taipas (Caldelas)
- Lápide das Taipas – monumento com inscrições tecendo louvores ao Imperador Trajano (Séc. I e II) que está inserido num terreno perto do adro da Igreja Paroquial de Caldelas

- As Termas Ontem, Hoje e Amanhã
As Termas das Taipas são uma estância termal cujas águas têm qualidades terapêuticas que as indicam para tratamento de problemas do aparelho respiratório, reumáticos, musculo-esqueléticos e dermatológicos. A estas propriedades das águas, que têm propiciado o tradicional “termalismo”, juntam-se hoje as vertentes Spa e Bem Estar… Ganham o corpo e a alma!
- Ponte Velha – tem trinta e três pilares , baixos e estreitos, com dois metros de altura, sobre o leito do rio.

Candoso
- Igreja de S. Martinho de Candoso – esta igreja tem origem num templo dos muitos existentes nesta região, nos primeiros tempos da nacionalidade. É românica, Séc. XIII, com frestas de arco duplo de volta perfeita e arco triunfal pouco decorado com motivos geométricos.
Fermentões
- Igreja Paroquial, construída no Séc. XVIII
- Museu da Agricultura de Fermentões – na freguesia de Fermentões, a 4 km do centro da cidade, instalado numa escola primária dos anos 40, fica este museu com diversas salas onde podem ser vistas e apreciadas peças ligadas ao trabalho e à vida agrícola da região – tanoaria, ferreiro, cultura e fabrico de linho, moinhos de água, etc.
Gonça
- Igreja Paroquial de Gonça – dedicada ao Arcanjo S. Miguel, foi reedificada em 1704. Tem quatro andares, dedicados a Jesus Cristo, Nª Srª do Rosário, S. Mateus e S. Caetano. A Torre Sineira foi acrescentada em 1933. Inicialmente seria uma Ermida construída em 1632.
Gondar
- Ponte de Serves - ponte em cantaria, com quatro arcos de volta perfeita, talhamares e tabuleiro plano, que terá sido erguida na Idade Média
Montanha da Penha
A Montanha da Penha, Santuário e local de culto para todos os nortenhos à Nossa Senhora do Carmo da Penha e de lazer com mini golfe, circuitos de ciclo-cross, rotas pedonais, beneficiando, para além do mais, de uma paisagem extasiante sobre a cidade de Guimarães e, para complementar, restaurantes, bares e hotel.
A Montanha da Penha pode também ser visitada subindo pelo teleférico que está a funcionar e que proporciona uma boa experiência e belíssima paisagem.

Monte do Couto de Sabroso – freguesia de Sande (S. Lourenço)
- Citânia de Sabroso – é uma outra citânia, muito próxima da de Briteiros, embora de menor dimensão que, pensa-se, data da Idade do Ferro. Dispõe de uma única linha de muralha, com altura que vai dos três aos cinco metros e espessura de quatro metros e meio. No interior das muralhas foram encontrados vestígios de 38 habitações, 35 circulares e 3 retangulares.

Moreira de Cónegos
Em Moreira de Cónegos, freguesia de Guimarães, foi também identificada uma necrópole romana, com várias sepulturas, cujo espólio se encontra no Museu Martins Sarmento.
- Igreja Paroquial e o Cruzeiro merecem alguma atenção, para além da paisagem envolvente
S. Torcato
- Capela da Fonte do Santo e Museu da Vila de S. Torcato – a 5 km do centro, freguesia de S. Torcato, fica situada na margem do Rio Selho, é uma freguesia rural e detentora de um património rural e cultural. O Santo que dá nome à vila, S. Torcato, foi um dos primeiros evangelizadores da Península, no Séc. VIII – foi martirizado e aqui encontrado, no local onde se ergue a capela da Fonte do Santo. Podemos também encontrar o Santuário em granito onde está depositado o corpo de S. Torcato. No Museu, pode visitar-se, espólio diversificado, ligado à região, ao culto do seu patrono S. Torcato – alfaias sacras, peças de ourivesaria.

Selho
- Ponte românica de Roldes – junto à centenária Fábrica de Curtumes, na via Bracara / Marão
- Moinhos do Selho – vários exemplares ao longo do rio. Já no Séc. XVI se regulamentava a sua atividade
- Casa de Caneiros (Conde Margaride) – construção do Séc. XVIII. Estilo joanino, com Capela
- Capela de Selho (S. Sebastião) – foi da Misericórdia de Chaves, hoje pertence à Igreja
- Capela de Nª Srª da Conceição – fica no limite da freguesia com a de Azurém. É nesta capela que se celebram as Novenas Nicolinas.
Serzedelo
- Igreja de Serzedelo – o conjunto monumental de Santa Cristina de Serzedelo, construído ao longo de quatro séculos, engloba uma igreja românica, com um pórtico já em estilo gótico, um muro-campanário do Séc. XIII, e uma capela funerária que é, hoje em dia, usada como sacristia.
