Peniche
- Fortaleza de Peniche – foi mandada construir por D. João III, em 1557 e concluída em 1645, já no reinado de D. João IV. Destaca-se, na fortaleza o Baluarte Redondo e a Torre de Vigia. Esta construção teve várias utilizações, ao longo da sua história – praça militar de grande importância estratégica, até 1897, abrigo de refugiados Boers, da África do Sul, no início do séc. XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos, durante a primeira Guerra Mundial e, como é bem conhecido, prisão de segurança máxima, para presos políticos, durante o Estado Novo, isto é, entre 1934 e 1974. A partir desta data e até 1984, albergou famílias regressadas das antigas colónias ultramarinas. Hoje a Fortaleza de Peniche alberga o Museu Municipal, que perpetua a sua atribulada “vivência”…

- Fonte do Rosário – data dos Séc. XVI ou XVII e foi construída para atender às necessidades da terra, de água potável. Foi restaurada no Séc. XVIII. Neste momento não está aberta ao público.

- Gruta da Furninha – fica na costa Sul da Península de Peniche e é uma cavidade natural que, pelos vestígios encontrados, terá sido ocupada como abrigo e necrópole. Aqui foram encontrados vestígios tais como utensílios em osso e várias peças em cerâmica neolítica, como os célebres vasos de suspensão da Gruta da Furninha
- Igreja de S. Pedro – está situada no centro histórico da cidade e é o maior templo existente. Data do Séc, XVI, tem três naves, com vários altares nas naves laterais, consagrados a Nª Srª da Boa Viagem, ao Sr. do Bonfim ou S. Pedro de Alcântara. A Capela mor é barroca, magnífica, decorada com talha dourada , tendo várias colunas dorsas e também várias pinturas setecentistas, representando a vida do padroeiro, S. Pedro.

- Igreja da Misericórdia – data do Séc. XVII e é pertença da Stª Casa da Misericórdia de Peniche e fica junto ao antigo Hospital da Misericórdia. No interior apresenta belos painéis de azulejos seiscentistas e, nas paredes, pinturas a óleo, de grandes dimensões, versando acontecimentos evangélicos. O tecto é decorado com 55 caixotões ilustrados com cenas do Novo Testamento, Livro dos Actos e Apocalipse. Existe ainda, nesta igreja, coleções de pinturas de Josefa d’Óbidos e de Baltazar Gomes Figueira

- Santuário de Nª Srª dos Remédios – a Capela de Nª Srª dos Remédios fica junto à costa, no estremo ocidental da Península e é a base do Santuário consagrado ao culto mariano. Pensa-se que data do Séx. XVI. De acordo com a lenda, a imagem de Nº Srª terá sido encontrada no séc. XII, escondida numa pequena caverna, no local onde hoje se ergue a capela – o culto à chamada Srª dos Remédios terá sido iniciado nessa altura – as peregrinações anuais, os círios, a devoção dos locais terá levado à criação de um santuário, com a capela e a praça fronteira. No interior a capela tem a imagem de Nº Srª; nas paredes, painéis de azulejos setecentistas, evicando episódios da Paixão de Cristo. Há também uma capelinha, chamada do Sr, Morto, onde se venera uma imagem de Cristo, apelidada de Sr. dos Remédios.

- Igreja de Nª Srª da Ajuda – data do séc. XVI e é o templo mais antigo da cidade de Peniche. A adoração de Nª Srª da Ajuda tem origem numa lenda de acordo com a qual a imagem da Virgem terá sido encontrada numa gruta, na pequena península da Papoa (pegada a Peniche). A imagem terá sido objeto de culto na antiga igreja de S. Vicente, até à edificação do seu próprio santuário, no séc. XVI.
É de uma só nave, com teto de abóbada, pintado com elementos decorativos, em tons de vermelho e castanho-escuro. A igreja tem também painéis de azulejos, com representação de episódios da vida da Virgem; teto da capela-mor coberto de caixotões pintados com cenas religiosas¸retábulos de talha dolurada dos séc. XVII e XVIII, no altar-mor e altares laterais; várias esculturas em madeira.

Atouguia da Baleia
- Touril de Atouguia da Baleia – data do Séc. XVIII e, como o nome indica, seria usado para lides tauromáquicas, pela nobreza, que muitas vezes ficava hospedada no Paço da Serra d’El Rei, ali próximo. Fica em frente da Igreja de Nª Srª da Conceição e o que resta são esteios de pedra, cravados no chão. Estes esteios, com os característicos três orifícios, delimitavam a arena. Este touril é um dos raros e mais antigos existentes em Portugal.

- Igreja de Nª Srª da Conceição – em Atouguia da Baleia, data do Séc. XVII, em estilo barroco, construído com as esmolas da população e de algumas figuras da nobreza. No interior destaca-se a Capela-Mor, em mármore de várias tonalidades, o altar de talha dourada com uma imagem seiscentista da padroeira e as pias de água benta, em mármore da Arrábida esculpidas em forma de concha.
- Igreja de S. Leonardo – em Atouguia da Baleia, é a Igreja mais antiga do Concelho, data do Séc. XII, de estilo gótico, apresenta um belo portal em ogiva. De salientar o portal, em ogiva, rematado por capitéis com figuras mitológicas estilizadas e também a rosácea e a torre sineira. O interior tem três naves, divididas por arcadas ogivais. Na capela-mor, sã visíveis retábulos e pinturas quinhentistas e o túmulo do 1º conde de Atouguia – D. Álvaro Gonçalves de Ataíde. Também merece menção o frontal do altar, em calcário e baixo relevo, representando a Natividade.
- Igreja de S. José – esta igreja foi anteriormente devotada a Nª Srª da Graça, tendo a alteração de orago tido lugar no início do séc. XIX – a igreja foi construída no séc. XV, contemporânea do Convento de S. Bernardino e da criação da Ordem Terceira de S. Francisco. A igreja foi renovada ou, pensa-se, construída noutro local em 1747 tendo uma planta octogonal, de arquitetura barroca. Teve obras de conservação e restauro do altar-mor, na última década. De notar – retábulo do altar-mor com talha polícroma e com folha de ouro; escultura de S. José, ladeada por outras de S. francisco de Assis e Stª Bárbara
- Igreja da Misericórdia - foi edificada pela Santa Casa da Misericórdia de Atouguia da Baleia, instituição fundada em 1544. A Igreja é um belo exemplar da arquitetura maneiristas, de uma só nave, com decoração austera. Belo Altar-mor, cadeiral, teto pintado apresentando o escudo de Portugal restaurado, adotado pelas Misericórdias; a igreja tem também belos painéis de azulejos seiscentistas
Consolação
- Igreja de Nª Srª da Consolação – fica em frente ao forte do mesmo nome e data do séc. XVIII. A obra da Igreja foi da responsabilidade de um engenheiro militar e ela foi erguida perto do local onde terá havido uma outra ermida. Tem uma longa nave, facto que se justificava por ter muita afluência durante os Círios de Freiria (Torres Vedras) e Gradil (Mafra) que eram aqui celebrados. Tem azulejos azuis e brancos alusivos à vida de Nª Senhora
- Forte de Nª Srª da Consolação – na Praia da Consolação, mandado construir em 1641, por D. João IV, faz parte da política de então de defesa e fortificação da linha costeira desta região, após a Restauração. Este forte, edificado sobre o cerro de Nª Srª da Consolação, sobranceiro à baía, tinha uma potente artilharia e fazia, com a Fortaleza de Peniche, frente a qualquer desembarque naquela baía.
Serra d’El-Rei
- Igreja de S. Sebastião – setecentista, estilo maneirista, tem uma única nave e coro alto. O interior é revestido de painéis de azulejos, azuis e brancos, mostrando episódios da vida do santo e, na capela-mor, tem azulejos com temas da Eucaristia. O altar-mor é em talha dourada com imagens de S. Sebastião, S. Caetano e do Arcanjo Gabriel. O teto é coberto por caixotões.
Ferrel
- Ermida de Stº Estêvão – fica na península do Baleal e é um pequeno templo edificado na rocha que datará do séc. XVI ou XVII. Tem fachada simples e interior de uma só nave, onde são venerados Stº Estêvão e Nª Srª das Mercês – a imagem desta santa está ligada a uma interessante lenda. No interior tem revestimento de azulejos seiscentista e setecentistas
Arquipélago das Berlengas
A Ilha da Berlenga, bem como todo o arquipélago, ficam na rota marítima que liga o norte ao sul da Europa o que fez com que nas águas próximas (fundeadouro das Berlengas), tenham sido encontrados vestígios das viagens e do comércio marítimos, desde ânforas em pedra do período fenício-púnico, a cepos de âncoras em chumbo, ânforas da época romana, e ainda peças de artilharia, tipo falconete em bronze, estas do séc. XV, segundo se pensa. Desde 2001, estas águas têm sido investigadas, “passadas a pente fino”, com bons resultados para os investigadores e para o nosso conhecimento…
O arquipélago das Berlengas, com belos afloramentos rochosos, de épocas diferentes e muito distantes no tempo, tem um papel importante, também para as aves que aí repousam, nas suas migrações. Outras, aí nidificam, sobretudo as marinhas, uma vez que encontram alimento no mar à volta.
Para além das aves, alguns répteis fazem destas ilhas o seu habitat, assim como alguns mamíferos, como o coelho bravo e o rato preto.

A vegetação é rasteira, havendo cerca de 100 espécies diferentes.
Dos locais que não se deve deixar de visitar são de referir.
- as grutas da Flandres, da Inês, do Brandal, a Azul, do Muxinga, da Lagosteira, e também
- a Cova do Sonho, o Forte de S. João Baptista, o Farol do Duque de Bragança, a Cabeça do Elefante e o Carreiro do Mosteiro.Para a visita ao Arquipélago, deverá sempre seguir-se os conselhos e indicações dos acompanhantes e organizadores das ligações por barco, que podem ser marcadas no Posto de Turismo ou através do site www.viamar-berlenga.com
Ilha da Berlenga
- Forte de S. João Baptista – este Forte fica situado na Ilha da Berlenga, hoje mais fácil de atingir. Foi mandado edificar em 1651, por D. João IV, tendo sido concluído em 1656. Foi construído para defender a ilha da ocupação de corsários e potências inimigas e sofreu, poucos anos após a construção, um ataque por parte de uma esquadra espanhola, composta por catorze naus e uma caravela. Tendo embora uma guarnição de 20 elementos os portugueses resistiram e infringiram bastantes danos à esquadra espanhola mas, por fim tiveram de capitular, por falta de mantimentos e munições.
