O governo de França ordenou a retirada de circulação de mais 800 mil veículos equipados com os airbags defeituosos Takata, de acordo com a agência Reuters. Antes, já tinham sido chamados de volta às fábricas 1,7 milhões de veículos com tecnologia de segurança da japonesa Takata.
Agora a recente decisão, inédita para a indústria automóvel europeia pela dimensão do número de veículos que sai das estradas, ocorre duas semanas após mais um acidente fatal envolvendo o famigerado airbag "bomba".
De acordo com a Reuters, na cidade francesa de Reims, uma mulher morreu após o airbag defeituoso do seu carro ter rebentado sem ter ocorrido qualquer acidente com o automóvel. E perante a demora na conclusão do recall, que dura há oito anos, o governo tomou uma medida mais pesada.
Em terras gaulesas, o caso da Takata não é novo. Há vários anos que o executivo francês acompanha casos de queixas e como as marcas se comportam com o recall iniciado em 2017. Com esta decisão, sobe para um total de 2,5 milhões de veículos retirados de circulação devido aos airbags Takata, em França.
Em Portugal, tal como o ACP informou em julho, ainda há veículos a circular com este tipo de equipamento. As fabricantes continuam com o recall em curso - descubra aqui se o seu automóvel ainda tem um airbag deste tipo e como pode contactar a marca.
Qual é o problema dos airbags Takata?
Após várias queixas e acidentes provocados pelo rebentamento deste tipo de airbags, em 2014, uma avaliação à tecnologia da Takata comprovou a existência de um defeito de fabrico relacionado com o insuflador. Como este precisava de nitrato de amónio como propelente constatou-se que, sobretudo em regiões de calor e humidade elevados, o propelente degradava-se e tornava-se instável. Resultado? O risco do insuflador defeituoso explodir, sem que ocorresse um acidente, era muito elevado.
Desde a primeira denúncia surgiram vários relatos de airbags da Takata que, em caso de explosão, projetavam fragmentos metálicos perigosos para dentro do veículo, aumentando o risco de ferimentos graves ou morte para os ocupantes.
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A Takata, empresa japonesa que em tempos foi uma referência como fornecedor de sistemas de segurança automóvel, caiu em desgraça. Depois de diversas queixas, viu-se obrigada a recorrer a um programa de apoio financeiro para evitar a falência nos EUA e no Japão, em 2017. No mesmo ano foi obrigada a iniciar um recall de mais de 40 milhões de airbags. Até 2019, a fabricante chegou a recolher até 125 milhões de automóveis. O impacto foi tal que a empresa não evitou a falência e acabou por ser adquirida pela Joyson Safety Systems, uma empresa de capitais chineses com sede nos EUA.
O recall ainda decorre para algumas marcas automóveis em todo o mundo, incluindo Portugal. No país, o caso visa sobretudo os Citröen C3 e DS 3, alguns modelos da Toyota, BMW e Mercedes-Benz.