A Renault anunciou a criação de um novo espaço dedicado à valorização e divulgação do seu património industrial e cultural.
Localizado em Flins, a cerca de 40 km de Paris, o centro abre portas em 2027 e vai ter como missão preservar e tornar acessível ao público os 125 anos de história da marca francesa.
O projeto, apresentado como uma iniciativa patrimonial inédita, visa reunir num só local um acervo excecional de veículos históricos, documentos, obras de arte e objetos que testemunham a evolução técnica, social e cultural da Renault desde 1898.
O espaço vai ainda incluir uma vertente imersiva em realidade virtual, proporcionando aos visitantes uma viagem interativa através dos momentos mais marcantes da história da marca.
Flins: da produção automóvel à memória coletiva
A escolha de Flins não é casual. Desde 1952, esta unidade industrial produziu mais de 18 milhões de veículos e, atualmente, integra a Refactory, o polo de economia circular da Renault.
A reconversão de parte do complexo numa instalação patrimonial representa uma nova etapa na vida deste espaço, agora ao serviço da memória e da cultura automóvel.
O edifício, assinado pelo arquiteto Jacob Celnikier, vai apresentar uma arquitetura moderna e modular, composta por seis volumes interligados. Entre os principais espaços destacam-se:
• Um salão de eventos com 2800 m²;
• Um "muro automóvel" com centenas de veículos expostos em paletes visíveis do exterior;
• Um atelier de restauro de viaturas;
• Zonas de arquivo, consulta e trabalho técnico.
Coleção automóvel e documental sem paralelo
A coleção da Renault inclui centenas de veículos, desde o pioneiro Type A de 1898 até Fórmulas 1, protótipos e modelos icónicos como o Renault 4 e o Alpine.
Mais de metade do espólio está em estado de funcionamento, graças à dedicação de uma equipa especializada em conservação e restauro.
O acervo documental é igualmente notável, com mais de 2400 metros lineares de arquivos, miniaturas, livros, troféus, brinquedos e material publicitário.
Como forma de reorganizar o espólio, a marca vai realizar, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2025, uma venda pública de veículos duplicados, em parceria com a leiloeira Artcurial.
Arte contemporânea como parte da identidade Renault
Além de automóveis, este novo espaço vai também albergar peças de arte, num atestado da ligação da Renault ao mundo das artes que remonta à década de 1930.
Em 2024, a marca formalizou essa ligação com a criação do Fundo Renault para a Arte e Cultura, que salvaguarda e expande uma coleção artística singular.
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Entre as obras mais emblemáticas encontram-se fotografias de Robert Doisneau, um Renault 4 de Arman, uma série de Erró dedicada ao Renault 5 e trabalhos de artistas como Vasarely e Dubuffet.
O novo espaço irá integrar ainda a L’Art Factory, uma residência artística de 3200 m² dedicada à arte urbana, instalada num antigo edifício industrial em Flins. Algumas das obras produzidas neste contexto irão fazer parte das exposições temporárias e permanentes do novo centro.