Óbidos
- O Cruzeiro da Memória é um singelo monumento da época (a conquista de D. Afonso Henriques), mais tarde restaurado. Óbidos pertenceu ao pentágono defensivo (dos cinco castelos), do centro do reino, idealizado pelos Templários.
- Castelo de Óbidos é, segundo se pensa, de origem romana, assente em Castro. Foi, posteriormente fortificado, pelos árabes e, após conquistado pelos cristãos sofreu várias reparações e ampliações, até que, no reinado de D. Manuel I o seu alcaide constrói um Paço e altera também partes do castelo. No Paço dos Alcaides existem belas janelas manuelinas, dando para o interior do pátio. Desta altura é a chaminé existente na sala principal e o portal encimado pelas armas reais e da família Noronha, tendo de cada lado, esferas armilares. O Paço foi muito danificado pelo terramoto de 1755 e foi restaurado no Séc. XX para lá ser instalada a 1ª Pousada em edifícios históricos.

- São importantes na vila, pela sua beleza, a Porta da Vila, A Porta do Vale ou da Senhora da Graça, a Rua Direita, que mantém esta designação desde o Séc. XIV e que liga a Porta da Vila ao Paço dos Alcaides – Nos Sécs. XVI e XVII a Rua Direita sofreu grandes alterações, tendo ficado tapados alguns dos antigos portais góticos das casas. Abaixo temos as fotos das duas portas.

- Igreja de Stª Maria, Igreja Matriz, que remonta ao período da ocupação visigótica, passou por mesquita, na ocupação moura e foi posteriormente sagrada por D. Afonso Henriques. Foi profundamente reformada pela Rainha D. Leonor, a partir de finais do Séc. XV, altura em que foi acrescentada a torre sineira. Destaca-se, no exterior o portal maneirista encimado pela imagem de Nª Srª da Assunção, padroeira da paróquia. No interior, de três naves, merecem referência as colunas toscanas ricamente decoradas, os tetos de pinturas policromas datadas de 1676, os painéis de azulejos azuis e brancos, Séc. XVII, das paredes. Na capela mor, revestida de azulejos azuis e amarelos, pode admirar-se retábulo de talha maneirista com cenas da Vida da Virgem. Num dos altares laterais, podem ver-se telas de Josefa de Óbidos. No outro pode ver-se o túmulo renascentista, MN, de D. João de Noronha, Alcaide-Mor de Óbidos, e de sua mulher – obra em pedra de Ançã, do Séc. XVI.

- Igrejas de S. Pedro, de S. Tiago e da Misericórdia, a Capela de S. Martinho

- Pelourinho, na Praça de Stª Maria, por cima do Chafariz, consta de uma coluna de pedra, representativa do poder municipal, com as armas reais e o camaroeiro símbolo da Rainha D. Leonor. Pensa-se que, em tempos terá estado instalado frente à Casa da Câmara, antigamente junto à Igreja de Stª Maria

- Telheiro, na Praça de Stª Maria. O Telheiro serviu de mercado da Vila, até ao início do Séc. XX.
- Museu Paroquial – Igreja de S. João Baptista, tem origem em 1309, quando a Rainha Santa Isabel mandou construir, fora de portas, uma leprosaria, com Capela dedicada a S. Vicente. Foi posteriormente muito alterada, com a integração na Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, fundada no Séc. XVI. Em 1636 passa para esta Igreja a sede da paróquia de S. João Baptista do Mocharro, até então sediada na Igreja do mesmo nome, existente fora das muralhas. Esse facto obriga a novas obras e trabalhos de remodelação, nomeadamente a abóbada da capela-mor. Mais tarde, foi muito afetada pelo terramoto de 1755, seguindo-se obras de reconstrução, de que datam a torre sineira e o retábulo da capela-mor, em talha rococó, com uma tela representando S. João Baptista
- Museu Municipal – foi inaugurado em 1970, como consequência de algumas exposições que tiveram lugar em Óbidos, nomeadamente a Exposição de Arte Sacra, em 1954 e a Evocação de Josefa d’Óbidos, em 1959 e também, com o encerramento do Museu Regional, instalado na Capela Gótica de S. Martinho, que detinha uma coleção de arqueologia e fragmentos arquitetónicos, a maior parte pertencentes ao Coronel Luis Torquato Freitas Garcia. O Museu tem, como exposição permanente, obras que retratam a produção artística e a devoção religiosa da história da Vila. Destaca-se a coleção de pintura dos Sécs. XVI e XVII, com obras de André Reinoso e Josefa d’Óbidos.
JOSEFA D’ÓBIDOS – nasceu em Sevilha, em 1630, era filha do pintor português Baltazar Gomes Figueira, de Óbidos, para onde a família se mudou quando ela tinha 6 anos. Foi levada para um Convento, em Coimbra, onde executa a sua primeira obra de arte – uma representação de Stª Catarina, em 1646.
Josefa não se adapta à vida no Convento e instala-se em Óbidos, trabalhando em pintura, inicialmente, com o pai e depois sozinha, ganhando fama nacional e internacional. Impôs-se numa atividade essencialmente masculina, destacando-se entre as poucas mulheres, pintoras, suas contemporâneas. Morreu em Óbidos, em 1684, tendo deixado vasta obra, espalhada pelo País e estrangeiro. Alguma foi danificada pelo terramoto de 1755. Hoje em dia está presente, em Óbidos, na Igreja de Stª Maria, em Cascais, na Igreja Matriz e nos Museus Machado de Castro, em Coimbra e Soares dos Reis, no Porto. A Academia de Belas Artes, em Lisboa, tem também um dos seus quadros.
Em 1653 ilustrou os Estatutos da Universidade de Coimbra, cuja Carta Magna de Privilégios tinha sido publicada em 1309 – com esta o poder político outorga à Universidade de Coimbra os estatutos para a sua organização e governo. Em 1772, no reinado de D. José I, foram aprovados os Estatutos Pombalinos.

Fora de portas, encontramos:
- a Ermida de Nª Srª do Carmo, em que existem lápides com inscrições romanas
- a Ermida de Nª Srª de Monserrate, com azulejos do Séc. XVII
- o Aqueduto, de 3 km de comprimento, foi mandado construir por D. Catarina de Áustria, mulher de D. João II que, em troca, recebeu toda a várzea que passou a ser conhecida por Várzea da Rainha
- o Santuário do Senhor Jesus da Pedra – data de 1747, de configuração exterior cilíndrica, tem, no interior três capelas.
Gaeiras
- Casa das Gaeiras – construída em 1772, por um alemão de Hamburgo que detinha o monopólio dos curtumes em Portugal. Posteriormente, em 1780, foi comprada por um médico da família Silva Pinheiro, médico do reino e administrador do Real Hospital das Caldas da Rainha. Sofreu várias remodelação, ao longo dos tempos e tem um belo jardim, onde no Verão se pode apreciar ópera

- Capela de S. Marcos, construída no Séc. XIX
- Convento de S. Miguel – com a igreja de S. Miguel, interior de azulejos azuis e brancos que retratam a vida de S. Francisco e de Stº António e um retábulo do altar-mor em talha dourada.
- Igreja de Nª Srª da Ajuda, do Séc. XVIII
- Moinhos de vento – espalhados pelos montes em redor
- Quinta das Janelas – em Vale das Flores, foi construída no Séc. XVII. Destaca-se a Capela de Nª Srª do Desterro e pelas instalações termais existentes na propriedade.
Olho Marinho – o nome marinho está, pensa-se, ligado à existência de um mar interior, na zona. Mas, Olho Marinho, está sim relacionado com Olhos d’Água, nascente já reconhecida pelos romanos. Outros defendem que o topónimo terá surgido no séc. IX, por influência árabe. Para outros é simplesmente a tradição popular… A visitar a gruta conhecida por Cova da Moura, uma das mais importantes em Portugal, onde foi encontrado muito espólio arqueológico.

A-dos-Negros
- Igreja Matriz de Stª Madalena – tem, de importante a Pia Baptismal, manuelina e a da Água Benta, em pedra lavrada, quinhentista

Amoreira
- Igreja Matriz de Nª Srª de Aboboriz – com bela galilé, data do início da monarquia tendo sofrido muitos danos com o terramoto de 1755.

- Ermida de Jesus Maria e José ou Capela da Amoreira, do Séc. XVIII
- Cruzeiro, também do Séc. XVIII
- Moinhos de Vento, bem conservados, estando um deles em funcionamento
- Quintas Senhoriais, várias na área da freguesia
Vau
- Igreja de Nª Srª da Piedade – foi construída na altura em que Vau pertencia a outra freguesia, S. João de Mocharro, agora extinta. Era uma pequena Ermida, cujo orago era Stº António. Foi restaurada e ampliada, após o terramoto de 1755, tendo o retábulo sido pintado por Josefa d’Óbidos.

- Capela do Bom Sucesso, na Quinta do mesmo nome

- Moinhos de Vento, dos quais dois bem preservados.
- Sítio da Cabana – fica próximo da Capela do Bom Sucesso e teria, no meio de um bosque, uma comprida mesa de pedra lavrada, com bancos corridos, também de pedra, onde muitos dos nossos Reis teriam jantado depois de caçadas aos galeirões. Ali existem uma série de padrões com inscrições registando a estadia, naquelas paragens de reis e príncipes. Eis um exemplo dessas inscrições: - “O Sereníssimo e Feliz Restaurador deste Reino, El Rei D. João IV jantou nesta cabana em catorze de Setembro de 1645”; D. João V, em 1714, D. José, em 1761, D. Maria em 1782 e D. Pedro V, em 1860, são outras das visitas registadas.