Santiago do Cacém
- Castelo – foi construído durante a ocupação muçulmana do povoado, que durou até 1158, altura em que foi conquistado por D. Afonso Henriques, com uma ajuda dos cavaleiros templários. Em 1190 volta a ser tomado pelo califa almóada Al-Mansur e volta à posse dos cristãos em 1217, quando D. Afonso II o reconquista e o entregue aos cavaleiros da Ordem de Santiago (tinha-lhes sido prometido em 1186.
Estranhamente, entre 1310 e 1336 a vila e o castelo estiveram na posse da princesa bizantina D. Vataça Lascaris, por causa de uma troca efectuada entre ela e o mestre da Ordem de Santiago, que teve como fim a troca da comenda que a princesa detinha em Castelo (Vila-lar) com Santiago do Cacém e seus domínios. Em 1336, quando a princesa morreu, o acordo desfez-se e a vila voltou à posse da Ordem.

Durante a crise de 1383-85, muitos castelos no Alentejo foram ocupados pelo rei de Castelo, o que foi combatido por D. Nuno Álvares Pereira, que foi expulsando os castelhanos, também de Santiago do Cacém que, a partir do séc. XVI começa a perder a sua função defensiva, deixou de ser habitado e, por volta de 1700 já começava a mostrar sinais de degradação, de tal maneira que, em 1838 a Câmara Municipal deliberou lá instalar o cemitério.
O castelo apresenta hoje nove torres, e tem uma única porta de acesso, com um conjunto brasonado com a cruz da bandeira da Ordem de Santiago, a cruz espatária ou cruz de Santiago.

E um escudo de cavaleiro com as cinco quinas do reino. O interior do castelo é preenchido pelas ruínas da antiga alcaidaria, construída nos séc. XIII/XIV, remodela nos séc. XV/XVI, espaço onde se encontra escondida uma tulha cerealífera medieval.
A partir dos anos 30 do séc. XX, foram efectuados o castelo beneficiou de grandes restauros, que lhe deram o aspecto que hoje tem.
- Moinho de Vento da Quintinha - os moinhos de vento, no alto das colinas, vigiando as aldeias em baixo, espalham-se pelo concelho e necessitam, na maior parte, de cuidados de conservação. Este moinho, da Quintinha, fica nas Cumeadas, parte do conjunto de moinhos parte da indústria de moagem, das primeiras do concelho.

- Pelourinho de Santiago do Cacém – foi mandado construir, pela Câmara Municipal, tendo ficado concluído em Junho de 1845. Tem base de degraus, um plinto rectangular um fuste oitavado prolongado por um capitel liso, rematado por um globo dividido em vários meridianos, encimado por uma cruz de ferro da Ordem de Santiago.

- Torre do Relógio – data do séc. XVII e era destinada a acolher o relógio de uma torre que servia de apoio à casa do comendador do castelo e que ameaçava derrocar. Foi danificada com o terramoto de 1755, bem como com outro de 1858, que causou muitos estragos em Santiago do Cacém. Assim, a torre ficou adossada às antigas casas da Câmara, tem arquitectura maneirista tardia. O interior é um poço quadrado, destinado aos pesos do relógio.

- Sociedade Harmonia - construída e inaugurada no séc. XIX. Frontaria com dois corpos arquitectónicos diferenciados - um realçadocom uma cartela alusiva à fundação do teatro, uma balaustrada com vasos cerâmicos e um óculo de iluminação, de caixilho raiado e centrado numa cabeça de leão, outro, lateral, direito, com janelas envidraçadas e um terraço com elegante gradeamento em ferro fundido. No interior, corredor com silhares de azulejos e a “Sala de Espelhos”, decorado com espelhos de várias dimensões, para além de cabeças de leão e grinaldas de flores.
- Palácio e Tapada dos Condes de Avilez – foi construído na segunda metade do séc. XIX, com frontaria interessante, constituída por dois corpos distintos, um deles com um frontão curvo com a pedra de armas dos Condes de Avilez. O Palácio tem uma tapada.
- Palácio da Carreira – data dos finais do séc. XVIII e é um dos mais característicos solares tardo barrocos do Alentejo, que sobressai pela exuberante decoração tanto do exterior como do interior

- Igreja Matriz de Santiago do Cacém - M.N., data do séc. XIII, e terá sido construída pelos cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários), embora historiadores antigos digam que terá origem fenícia, grega ou romana. Terá sido beneficiada, no séc. XIV, a expensas de D. Vitaça Lascaris, já referida. Ao longo dos séculos sofreu várias alterações, a última das quais após o terramoto de 1755, que mudou a orientação da igreja – a entrada passou a ser feita pelo sítio oposto, pelo sítio onde era a capela-mor. Em 1895 um incêndio danificou grandemente a igreja , bem como outro, em 1912, que obrigou à transferência da paróquia para a Igreja da Misericórdia. No alçado lateral sul belo portal gótico dos séc. XIII/XIV, denominado Porta do Sol. No interior tem abóbadas manuelinas na antiga capela-mor e nas naves laterais, azulejos do séc. XVII e o famoso alto-relevo gótico, representando Santiago mata-mouros, escultura do séc. XIV, muito provavelmente oferecida por D. Vitaça

Na Igreja existe um Núcleo Museológico do Tesouro da Colegiada , inaugurado em 2002 para dar a conhecer o espólio secular, ligado à história da Igreja Matriz.
-Igreja da Misericórdia – data de finais do séc. XV, inícios do séc. XVI, em estilo manuelino. Foi restaurada em 1678 e também, depois dos estragos do terramoto de 1755. Em 1895 sofreu um incêndio, embora não tenha sido muito modificada. Na frontaria tem alto portal e janela barroca, resultantes da reconstrução do séc. XVIII e no alçado lateral esquerdo tem três arcobotantes, um dos quais envolve um pequeno portal manuelino.

- Capela de S. Pedro – data do séc. XVI, é constituída pela capela e pela galilé, que serviu para dar apoio aos romeiros, que participavam nas procissões e festas em honra de S. Pedro. No interior há uma imagem de S. Pedro, do séc. XVIII e um painel de azulejos com a figura de João Paulo II, dos anos 80 passados.

- Capela das Almas – foi fundada em 1630, pelo pároco de Stº André, freire professo da Ordem de Santiago. Exteriormente não existe decoração de nota mas, no interior, o retábulo da capela-mor é policromado e dourado, datando da segunda metade do séc. XVIII. Pode ver-se, nesta obra pode ver-se a imagem de um grande Cristo crucificado, no centro da tribuna (nalguns documentos é designado por (Senhor do Bonfim), e ainda as imagens de Santa Bárbara e Santo Estêvão.
- Capela de Nª Srª do Monte – recente, fundada em 1956, o corpo da igreja lembra um hangar, parecendo a cobertura lateral a asa de um avião de recreio.
- Casa e Portal da Colegiada – data de 1733, foi construída pela colegiada da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, formada por seis beneficiados professos da Ordem de Santiago, para servir de residência dos freires e para pequeno seminário. Tem belo portal e, no interior, duas arcadas quebradas, góticas, indicadores de antiga construção medieval. Recentemente foi descoberta uma torre adossada ao edifício, pensa-se que do séc. XVII, que mostra influências da arquitectura militar. Destaca-se, na torre, grande cartela (espaço) decorado com óvulos e losangos um espaço com a cruz da Ordem de Santiago.
- Ermida de S. Sebastião – foi construída no séc. XVI, tem nave única, sacristia adossada à capela-mor e a cúpula hemisférica da cobertura da abside. Ficou arruinada com o terramoto de 1755 e só já no séc. XX teve obras de restauro e reconstrução que lhe deram o aspecto que hoje tem. Fica numa elevação, fora da cidade.
- Ermida de S. Brás – data dos séc. XIII/XIV, embora as características actuais a “coloquem” no séc. XVI. Teria tido u ma galilé, para receber os peregrinos que vinham rezar a S, Brás, tem portal de cantaria, contrafortes na lateral direita, uma só nave, sacristia e capela-mor, com cúpula hemisférica quinhentista. Do seu espólio, existe no Museu Municipal, uma imagem de S. Brás, truncada, do séc. XIII/XIV. A Ermida está incluída na área das Ruínas Romanas de Miróbriga
- Oratórios dos Passos da Paixão – seriam sete mas, em 1742 só cinco são referidos, os oratórios que assinalavam a Procissão do Senhor dos Passos em Santiago do Cacém. No presente, só dois podem ser vistos, adossados à parede de um quintal, na Rua Pe António de Macedo e Silva e no final da Rua Dr. Francisco Beja da Costa – apresentam, respectivamente, altar em alvenaria e tijoleira a que se segue uma moldura, onde estavam pinturas setecentistas alusivas à Paixão de Cristo rematada por cruzeiro de tabuleta ou apenas um edícula emoldurada e centrada por uma cruz. No exterior da Igreja Matriz, a sul, existe também uma cruz de tabuleta que, com os dois oratórios, faziam parte do percurso.
- Convento do Loreto – foi fundado, de acordo com alguns historiadores, no séc. XV, embora outros refiram o séc. seguinte, no local onde existia uma ermida dedicada a Nª Srª do Loreto – mas a sua fundadora, D. Catarina de Noronha, mulher de Pedro Pantoja, alcaide e comendador de Santiago do Cacém, faleceu em 1490… No reinado de D. Manuel I o Convento sofreu grandes obras de beneficiação, como o provam as cantarias manuelinas que podem ser encontradas no Museu Arqueológico de Sines. O convento era destinado a albergar 12 frades franciscanos. A igreja era de uma só nave, com quatro capelas laterais, onde existiam imagens de grande qualidade, que eram devidamente veneradas. No presente, está em ruínas e alguns dos restos no museu já referido.
- Museu Municipal – está instalado, desde 1972 num edifício oitocentista que funcionou como cadeia, até 1968, altura em que foi inaugurado um novo Tribunal. O edifício teve obras de conservação e ali foi instalado o espólio que tinha vindo a ser reunido por um entusiasta – Dr. João da Cruz e Silva (1881-1948), desde período anterior a 1934. Existem, no Museu, vários achados arqueológicos, desde o paleolítico à época medieval que, neste momento, não estão visitáveis. Tem também uma colecção numismática, que conta com moedas desde o séc. III a.C., bizantinas e o advento da República. Está também patente uma mostra etnográfica, que tem vindo a ser enriquecida com dádivas da população. Tem ainda pintura, mobiliário, cerâmica, esculturas, têxteis, documentos e fotografia.

Ruínas Romanas de Miróbriga – ficam nas imediações de Santiago do Cacém, é considerado imóvel de Interesse Público e foi primeiro detectada no Séc. XVI, pelo humanista André de Resende. No Séc. XIX foram objecto de escavações, promovidas pelo Bispo de Beja, D. Frei Manuel do Cenáculo. Posteriormente, nos anos 40 (Séc. XX) houve novos trabalhos de escavação, que foram posteriormente retomados em 1959 e se estenderam até à década de 70.

Segundo alguns investigadores, Miróbriga seria habitada desde a Idade do Ferro, e teria as características de uma cidade de província, romana, claro. Era dotada de um Forum, com templo dedicado ao culto Imperial, no centro da praça, havia um outro templo dedicado a Vénus e o aglomerado urbano possuía uma zona comercial “tabernae”, que se desenvolveu a sul do Forum. Tinha também uma hospedaria. Para além disso, tinha as Termas, com edifícios de épocas diferentes, mas com todos os equipamentos habituais – zona de entrada, de banhos frios (figidarium) de banhos quentes (caldarium) e, tepidarium – nem quente, nem frio… O chão das salas era coberto de mármore, sendo o aquecimento efectuado pelo sistema de hipocausto – calhas onde circulava o ar quente.

Calçadas, em xisto, atravessavam a cidade e uniam os vários núcleos. Perto das Termas pode ver-se uma ponte de um só arco, de volta inteira.

A cerca de 1 km de Miróbriga encontramos as ruínas de único hipódromo até hoje identificado em Portugal. Era destinado a corridas de carros puxadas por dois ou quatro cavalos, media 370 x 75 metros, era dividido pela “spina” e dispunha de duas metas, uma em cada extremidade. As bancadas, nunca encontradas, deveriam ser em madeira.

Freguesia de Abela
- Igreja Paroquial de Abela – data dos anos 70 do séc. XX – foi iniciada a construção em 1901, em resultado de uma promessa eleitoral de um notável de Santiago do Cacém (um dos Condes de Avillez) mas, foram interrompidas após a implantação da República e só retomadas em 1960, tendo as obras finalizado já na década seguinte. Segundo algumas fontes, o traçado deve-se a Augusto Fuschini, deputado por este concelho, no séc. XIX e um dos principais restauiradores românticos da Sé de Lisboa. De destacar a sua fachada principal, altiva e imponente, a sua torre, alta, o seu portal, o óculo, as janelas geminadas e as frestas. O interior é simples, amplo, e decorado com azulejos neo-seiscentistas, polícromos.

- Capela Nova de S. Brissos – foi mandada construir no monte da Quinta da Corona, no início do séc. XX, de certeza pelo proprietário da Quinta, Carlos Parreira. Presentemente está abandonada, mas continua a poder ver-se dois painéis de azulejos na galilé com três arcos, que existe na fachada da capela. Os azulejos têm imagens do milagre das bilhas, de Stº António e da conversão de Stº Humberto. Tem ainda, um frontão neo barroco com um pequeno campanário e azulejos alusivos a Nª Srª de Fátima. De acordo com os registos, existiu, na Qtª da Corona, na várzea, junto à ribeira do mesmo nome, a antiga Ermida de S. Brissos, considerada a mais antiga do concelho, com festividades no dia 13 de Novembro e que hoje é só um amontoado de pedras junto a uma oliveira centenária

- Museu do Trabalho Rural de Abela – está instalado num edifício construído na década de 40 do séc. XX, que foi escola, posto médico e quartel de GNR. As colecções ou obje ctos únicos mostram a sociedade rural, com ela era num passado ainda muito próximo, de memórias muito frescas.
O espólio consiste em alfaias agrícolas, dando uma ideia da sequência dos trabalhos que com elas era efectuado

Freguesia de Alvalade
- Igreja Matriz de Nª Srª da Conceição – construída em finais do séc. XV, princípios do séc. XVI, tem estilo manuelino. No exterior destaca-se a torre sineira, a janela em arco quebrado, de iluminação do coro alto, o portal manuelino a antiga pedra de armas do concelho e ainda a ábside poligonal, com contraforte e merlões cónicos originais. O interior merece destaque o arco cruzeiro manuelino, a capela-mor abobadada e o retábulo de talha dourada, do séc. XVIII.
Aqui podem ser encontrados restos da antiga Ermida de Stª Maria da Azinheira do Roxo.
- Igreja da Misericórdia de Alvalade – foi construída em 1570, com os rendimentos de um devoto local, Fructuoso Pires, sepultado no interior. A igreja continuou, appesar da extinção da Misericórdia, em Alvalade, no ano de 1855 – é de uma só nave, de linhas maneiristas, distingue-se pela sua fachada. No interior de referir o arco-cruzeiro maneirista, a capela-mor e a sepultura já referida.

- Capela Nova de Nª Srª do Roxo – fica na Herdade do Roxo e data da segunda metade do séc. XX. É de uma só nave, tem pia baptismal e é forrada por um silhar de azulejos com símbolos cristãos e alegóricos, para além de um painel lateral com a sagrada família e outro com imagem de Nº Srª da Conceição. Na fachada tem cantgarias da antiga er4mida do mesmo nome
- Ermida de S. José – existem somente pedras soltas, em Gaspeia, dentro da propriedade de Monte Novo, junto a uma antiga capatação de água e de uma fonte. Não se conhece a sua origem.
- Ermida de S. Pedro – a sua fundação é anterior ao séc. XVI, dado que na visitação efectuada pela Ordem de Santiago, em 1510, ela era já referida, como tendo sido reconstruída várias vezes. Foi completamente destruída entre o terramoto de 1755 e o final do séc. XVIII. Ficava na zona do actual cemitério.
- Ermida de S. Roque – dos séc. XV/XVI, encontra-se agora em ruínas
- Pelourinho de Alvalade – foi construído por volta de 1510, na mesma altura em que D. Manuel concedeu foral a Alvalade. Estava no centro da praça que hoje se chama de D. Manuel I. Foi danificado pelo terramoto de 1755, reposto, danificado novamente em 1921. Em 1957 foi de novo apeado e as pedras espalhadas e, só no ano 2000, ele voltou a ser colocado no lugar original, depois de ter sido restaurado.

- Casa dos Magistrados de Alvalade – era o local onde, em 1708, residiria o corpo jurídico local, composto por dois juízes residente e os respectivos escrivães. Na fachada, a Casa tinha um brasão com coroa real, posteriormente destruído pelos proprietários, mas que pode ser visto em fotografias antigas. A “Casa dos Magistrados” fica na Rua de S. Pedro, nºs 2 e 4.
- Antigos Paços do Concelho – não se sabe exactamente quando este edifício foi construído, embora ele tenha sido palco, no séc. XIX, de várias manifestações importantes para o concelho, tais como as manifestações de apoio primeiro e, mais tarde, rejeição da Rainha D. Maria II, em plena luta entre Liberais e Absolutistas. Em 1836 o Concelho foi extinto e o edifício passou a ter outras funções, entre as quais escola primária. No presente, está cedido à paróquia de Alvalade
- Ponte de Alvalade – é medieval, de tabuleiro estreito, assente em cinco arcos com talhamares e contrafortes, de modo a cortar o impacto das águas. Teve obras de recuperação, em 2001 e, por acaso, foi descoberto junto da ponte um marco, da antiga Ordem Militar sw Santiago da Espada, que pode ser datado dos séc. XVI/XVII.

Freguesia de Cercal do Alentejo
- Chafariz de Aldegalega – foi construído em 1921 e é um bom exemplo e testemunho da rede de abastecimenbto de água às populações
- Fonte do Salgado – fica na herdade do Salgado e desconhece-se a data de construção. É constituído por lajes de xisto, da região, e coberta por uma estrutura de falsa abóbada

- Fonte de Stº António da Qtª da Mandorelha – data da primeira metade do séc. XX, fica numa encosta e é também formada por pequenas pedras de xisto. Aos lados, existem dois bancos de jardim completamente revestidos de azulejos monócromos, de padrão pombalino, iguais aos que se encontram no baptistério da igfreja matriz

- Igreja Matriz de Nª Srª da Conceição – não se saba exactamente a data da fundação da igraja matriz, que se chamaria de Stª. Maria. A actual. Data do séc. XVIII. Foi restaurada no século seguinte, sendo a abóbada pintada com a imagem de Nª Srª da Conceição. Na fachada, em cantaria, pode ver-se a crus da Ordem de Santiago. Na alta torre sineira, existe um interessante cata-vento. No interior, destaque para a nave, com abóbada de berço, os altares laterais, o baptistério revestido a ajulejos e o retábulo-mor joanino, onde se pode encontrar a única imagem antiga do apóstolo Santiago, a única em todo o concelho.

- Ermida da Fonte Santa ou da Bica Santa – tem a sua origem numa lenda seiscentista que relata a apariçãpo da Virgem a uns pastorinhos cheios de sede e que por ela haviam chamado – a Virgem faz brotar uma nascente deágua, de uma pedra, e nela deixou impressa a sua pegada. A água passou a ser considerada milagrosa e foi construído um pequeno refúgio com nicho e frontão e um tanque para nele se banharem pessoas e animais. Com o aumento sucessivo das romagens, acabou por ser construída a Ermida. A pegada não é visível, mas estaria no sítio de onde brota a água.
- Ermida de S. Pedro – a sua origem é desconhecida, embora se saiba que foi muito danificada pelo terramoto de 1755, embora três anos depois já tivessem sido reparados os estragos, sabe-se. O desaparecimento terá ocorrido no séc. XIX.
- Ruínas da Ermida de Stº Isidoro – também de origem desconhecido, já se encontrava aruinada, no séc. XVIII. Hoje só são visíveis as fundações.
- Ponte Romana do Barranco do Burdo – esta chamada “ponte romana”, é certamente uma construção medieval praticamente desconhecida – tem um único arco formado por lajes de xistoligadas por argamassa e um chão de outras lajes, pesadas e cintadas por um travamento vertical de grande robustez. Está em perigo por causa de uma manilha (vão) que lhe foi adossada.
Freguesia de Ermidas – Sado
- Igreja de Ermidas – data de 1956, é de construção simples e devotada a Nª Srª da Conceição, tem alpendre na fachada, corpo de uma só nave.
Freguesia de Stª Cruz
- Igreja de Stª Cruz – já existia no primeiro quartel do séc. XVI, foi danificada com o terramoto de 1755 e, com o de 1858, ficou profundamente danificada. No interior podem ser observadas imagens setecentistas, de boa qualidade, como o menino Jesus do séc. XVIII, muito querido da população, os estuques oitocentistas da abóbada da capela mor e um excelente Cristo crucificado do altar-mor, em pedra, do final do séc. XV ou inícios do séc, XVI.

- Fonte da Quinta da Laranjeira – muito antiga, em forma de chafariz, com uma parede ao fundo, recortada e rematada por um frontão circular. Em sequência, tem uns muros laterais que fazem como que uma entrada. Tem uma bica de água que corre para um tanque.
- Fonte Telhada – é referida, na “Memória Paroquial” da freguesia, em 1758. Essa mesma Memória Paroquial diz que foi da fonte que surgiu, miraculosamente, ouro para fazer a primeira coroa de imperatriz das festas do Espírito Santo, festividade já referida no início do séc. XV, em Santiago do Cacém. Hoje em dia, é um mero chafariz, depois das obras efectuadas em 1936.
Freguesia de S. Bartolomeu da Serra
- Fonte de Dourados – está localizada na propriedade de Dourados, tem uma arquitectura muito interessante, com a implantação no solo, os muros laterais de suporte de terra, em xisto, o poço em alvenaria e a cobertura de mó de moinho, naturalmente de moinho de água

- Igreja Matriz de S. Bartolomeu – muito antiga, revela-nos características setecentistas, nomeadamente a torre sineira e o alçado lateral direito, com as suas portas e frestas, No interior, a campa rasa do frei Andrá Luis Beltão, da Ordem de Santiago, falecido em 1649, o arco cruzeiro com a iconografia medieval – uma vieira e um cordão de hábito religioso – conjunto de imagens, distribuídas pelos altares laterais, a maioria delas do séc. XVIII, e u m interessante retábulo do capela-mor, de 1791.
No entanto, a imagem do orago, S. Bartolomeu, em pedra calcária, do séc. XIV, é o elemento mais antigo da igreja, que se encontra na casa paroquial de Santiago.

Freguesia de S. Domingos
- Fonte do Córrego Fundo – data de 1973, construída com materiais modernos, na altura, usando embora técnicas antigas, tem uma cobertura em arco angular, formando uma abóbada de “duas águas”. Continua a ser fonte de abastecimento da população
- Fonte do Monte Alto – data de construção desconhecida, embora se pense que possa ser atribuída ao capitão-mor de Santiago do Cacém, J.J. Salema de Andrade Guerreiro de Aboim, dono da propriedade, no séc. XIX. Tem paredes de tijolo e alvenaria e é coberta por abóbada de berço.
- Igreja de S. Domingos – embora se desconheça a data da construção, é considerada um templo rural manuelino que conserva no portal principal e na janela que ilumina o coro alto, as marcas da influência gótica. Foi muito danificada com o terramoto de 1755, tendo ficado muitos anos sem ser reparada – isto é minuciosamente descrito pelo pároco de então, daí a nota. No interior, encontram-se muitas imagens dos séc. XVII e XVIII, a pia de água benta, manuelina, os altares laterais setecentistas, os relevos rococó da caixa de madeira do púlpito e o belo retábulo da capela-mor, pintado em 1765 por João Filipe Fonseca, de Vila Nova da Baronia, em estilo rococó.

Freguesia de S. Francisco da Serra
- Igreja Paroquial de S. Francisco – construída no séc. XVI, provavelmente no primeiro quartel. De nave única, o mais impressionante que tem, no interior são os frescos, dos séc. XVI e XVII, sobretudo os da edícula do altar-mor, cujo tema é a adoração do Santíssimo Sacramento. No exterior podemos também encontrar frescos, sobre a vida de Cristo. No interior estão sepultados dois indivíduos, um era padre e freire professo da Ordem de Santiago – Diogo Dias Simões, o outro, José Dias Ramos, deixou à igreja 173$000 réis (173 escudos) de foro, para gastos de azeite nas candeias que alumiavam o Santíssimo Sacramento…

- Ermida de Nª Srª do Livramento – data de 1740, tendo sido construída com as esmolas dos devotos, a 299 m de altitude, de onde se desfruta uma paisagem deslumbrante e vasta, que abrange a Serra da Arrábida. Depois da implantação da República a igreja terrenos a ela pertencentes foram vendidos a particulares e dentro de algum tempo estavam em ruínas.
Houve, no entanto o cuidado de guardar a imagem de Nª Srª do Livramento, do séc. XVIII, na Igreja Paroquial de S. Francisco da Serra

- Fontes de S. Francisco – esta é a freguesia com maior número de fontes, no concelho de Santiago do Cacém, todas elas em plena zona serrana, por vezes em locais de difícil acesso.
Delas, destaca-se a Fonte do Pé do Meio, o chafariz da sede de freguesia, as fontes do Sobrado, de Vale da Negra, da Casa Abaixo, do Cristóvão e do Ambrósio – de referir que as fontes, normalmente, tomam o nome das herdades/propriedades onde se encontram e têm origem secular. Infelizmente, muitas foram sujeitas a alterações incaracterísticas, durante o séc. XX.
Freguesia de Santo André
Vila Nova de Stº André, antes aldeia de Stº André, é o maior aglomerado populacional do concelho, surgido como suporte ao Complexo Industrial de Sines, no início, anos 70, designado Gabinete da Área de Sines – presentemente dispõe de bons locais de lazer e desporto. Passou a cidade em 2003, com o mesmo nome que tomou quando lhe foi atribuída a classificação de Vila, em 1991 - Vila Nova de Stº André.
Também esta freguesia foi ocupada pelo homem a partir do neolítico.

Por volta do ano de 1855, vieram para a Costa de Sntº Andrá pescadores de Ílhavo e respectivas famílias sendo qure, no recenseamento de 1863 havia, na praia, 6 fogos e 16 pessoas, 9 das quais, homens, se dedicavam à pesca – construíram cabanas e armazéns de colmo e caniço – havia muita sardinha no mar, no verão e outro tipo de peixe na Lagoa, durante o inverno, terão estabelecido companhas com lavradores da zona e pescavam praticando a arte xávega, enfrentando o mar com barcos de prôa alta e revirada, denominados “saveiros” – tudo isto é descrito nos “Annaes do Município de 1869”. A Câmara tinha o domínio da Lagoa que, no ano de 1685 foi alugada por 3 anos por 18$000 réis (18 escudos) e continuou a alugá-la a particulares, até 1975, altura em qure o Gbinete da Área de Sines tomou posse dela.
Em 1957 foram instalados, no meio das barracas da Costa de Stº André dois restaurantes e, começou a desenvolver-se aquele aglomerado populacional, que ocupou a duna primária. Toda esta região se tornou num verdadeiro caos urbanístico, agravado na década de 70, do século passado, durante a vigência do Gab da Área de Sines e todos os trabalhadores que para ele foram deslocados.
Para além de tudo o mais, a Lagoa de Stº André é um local estratégico para a estadia, passagem e nidificação de inúmeras espécies migratórias, de tal modo que foi criada a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, por Decreto Regulamentar, no ano de 2000.
- Igreja Paroquial de Santo André – data do séc. XVI, quando o estilo manuelino se implantava e marcava todas as construções do tipo. Na 2ª metade do séc. XVIII, a igreja tinha três altares, dedicados a Stº André, Nª Srª do Rosário e S. Geraldo, e duas irmandades – a do Rosário e das Almas. Em 1815 a igreja foi restaurada, após o grande terramoto de 1755 e, infelizmente o de 1858 também causou grandes estragos. A destacar, no exterior, a fachada principal com a torre sineira e o frontão barroco tardio e, no interior o portal do baptistério, manuelino, com o brasão da Ordem de Santiago e a Cruaz de Stº André e o retábulo do altar-mor, tardo-rocócó

- Igreja e Chafariz de Nª Srª da Graça – séc. XVIII, foi erguida num local onde se dizia haver uma nascente de água milagrosa. Tem galilé e frontão. No interior, azulejos de estiklo rocócó, com cenas da Anunciação e da criação de Adão, por Deus pai. Belo retábulo policromado da capela-mor e excelente imagem da Srª da Graça, do séc. XVIII podem ser vistos no interior.

- Chafariz de Nª Srª da Graça – da mesma altura da construção da igreja, destinava-se a perpetuar e glorificar as virtudes da água da nascente.
Freguesia de Vale de Água
- Igreja de Vale de Água – data de 13 de Maio de 1989, tem planta de crus latina, com a particularidade de a capela mortuária e dependências adjacentes, construídas posteriormente, estarem adossadas à capela-mor, permitindo transformar a cabeceira num elemento arquitectónico de forma radiante. O projecto é da autoria do arquitecto municipal.

- Fonte Saragoça – fica na propriedade da Saragoça. É uma interessante construção de xisto, circular, com uma mó de moinho a servir de cobertura e que, terá vindo do moinho de água que existia em Vale da Ursa.