A falta de vacinas está a atrasar o processo de inoculação na Europa e em Portugal. Ainda assim, a convicção é que até ao final do verão se atinja a tão desejada imunidade de grupo.
Portugal contava receber até março 4,4 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, suficientes para imunizar 2,2 milhões de pessoas. Mas só vai receber 1,9 milhões. Isso explica porque é que a média diária de inoculações está nos 10 mil, quando o objetivo seria o de aplicar 35 mil vacinas por dia, nesta primeira fase. Tendo iniciado o processo de vacinação no final de dezembro, Portugal ainda só tem até agora 133 mil pessoas imunizadas, 1,3% do total pretendido, quase todas profissionais de saúde e pessoas idosas residentes em lares.
Em fevereiro iniciou-se mais uma etapa da 1ª fase, que agora prioriza pessoas com mais de 50 anos e uma de quatro patologias específicas (ver tabela), seguidas das pessoas com idade a partir dos 80 anos. Um vacinado só se deve considerar protegido de doença sete dias depois da toma da segunda dose da vacina. Este é o período que dá garantia de uma resposta robusta por parte do seu sistema imunitário.
Como vai ser efetuado o agendamento da vacina?
As autoridades de saúde referem que todos vão ser contactados por mensagem escrita no telemóvel, mas não é crível que este método vá chegar a todos os destinatários da 1ª fase do plano de vacinação. Aqui vai entrar em ação a rede de proximidade, através das juntas de freguesia, unidades de cuidados de saúde primários e todas as entidades que sinalizam pessoas idosas que vivem em isolamento ou dependentes. Mas também é admitida a hipótese do contacto telefónico. As autoridades reiteram que o único número fidedigno de origem destas mensagens é o 2424. As vacinas vão ser ministradas nos centros de saúde, mas o novo coordenador da task-force responsável pelo Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, já admitiu a possibilidade de englobar as farmácias neste processo.
E quem não é seguido no SNS?
Se tiver mais de 50 anos e uma das patologias que o integram na 1ª fase, mas não tenha médico de família ou não seja acompanhado pelo Sistema Nacional de Saúde, deverá falar com o seu médico particular, para garantir a inclusão na primeira fase do plano de vacinação. Será, depois, contactado pelo centro de saúde para o agendamento da vacinação. O mesmo é válido para as pessoas a partir dos 80 anos. Não é possível pedir a marcação da sua vacina para a Covid-19.
Quando arranca a 2ª fase?
A segunda fase deste plano de vacinação está prevista para abril para pessoas entre os 65 e os 79 anos e entre os 50 e os 64 anos com patologias específicas. A 3ª fase, que abrange a restante população, ainda não tem data marcada e estará dependente da conclusão da 2ª fase. Segundo a Direção-Geral da Saúde, "os ensaios clínicos com crianças são ainda escassos e ainda não é possível dizer se a vacina é segura e eficaz, ou que dose deve ser dada a este grupo".
Sobre as grávidas também é dito que "o desenvolvimento de vacinas não envolve o recrutamento nem de crianças nem de grávidas, por isso ainda não há dados relativamente à vacinação de grávidas", acrescentando que "a administração da vacina em mulheres grávidas deve ser avaliada pelo médico assistente, de acordo com a relação benefício-risco".
A DGS disponibiliza um simulador que ajuda a prever quando poderá ser vacinado.
Consulte o simulador