- Convento e Igreja de Jesus, M.N. – O Convento e a Igreja de Jesus são verdadeiros marcos da História da arequitetura portuguesa, também pelo facto de que assinalam o início d o estilo manuelino. Curiosamente, o projecto foi iniciado por empenho da ama do Rei D. Manuel I, Justa Rodrigues Pereira que, junto da corte e do Vaticano, solicitou a construção de um convento nos terrenos então conhecidos como sapal do Troino. A contrução foi iniciada em 1490, tendo a igreja uma configuração original, na época, sendo o primeiro exemplar – a igreja salão, como um espaço unitário e homogeneamente iluminada. Também na zona do convento, existem inivações, elementos arquitetónicos poucos utilizados – arcos de volta perfeita, abóbadas assentes sobre arcos abatidos e redes de nervuras.
Em 1888 o Convento é convertido em Hospital da Misericórdia, por força da extinção das ordens religiosas. Em 1961 passou a funcionar neste espaço o Museu de Setúbal, guardando os principais tesouros artísticos da cidade.
- Museu de Setúbal – fica instalado no Convento de Jesus, onde foi instalado no ano de 1961. Alberga todos os tesouros artísticos da cidade, entre os quais 14 painéis do Retábulo da Igreja de Jesus, conhecideos por “Primitivos de Setúbal” e considerados por especialistas como um dos conjuntos mais representativos do período renascentista português.

- Castelo ou Forte de S. Filipe – a Fortaleza foi construída pelo Rei D. Filipe II, em 1582, após uma visita que fez a Setúbal.
O castelo desempenhou papel importante como parte da linha de defesa da costa portuguesa, muito atacada por piratas do norte da Europa e de África. Há, no entanto, quem avente a hipótese de que ele tenha sido construído para garantir a presença de uma guarnição fiel à dinastia filipina que exerceria a controlo da população setubalense que havia já demonstrada oposição à dominação espanhola.
De fato, o castelo de Setúbal foi o último reduto dos espanhóis, aquando da restauração da independência, em 1640. Sofreu várias modificações, ao longo dos tempos e hoje, alberga uma Pousada de Portugal, possuindo ainda uma capela barroca, revestida a zulejos de 1736, retratando a vida de S. Filipe.
A paisagem que se vislumbra das muralhas e da pousada é deslumbrante

- Paços do Concelho - este edifício foi construído no séc. XVI, na então Praça do Sapel, hoje Praça do Bocage. Lá funcionaram organismos da administração, como o paço do trigo, a cadeia e outros. Esta construção inicial, no reinado de D. João III, sofreu várias intervenções, ao longo dos tempos, mormente depois do terramoto de 1755. Em 1875, o edifício dos Paços do Concelho foram ampliados, tendo passado a albergar o Tribuinal e a Repartição da Fazenda, bem como a Câmara Municipal.
Um incêndio, em Outubro de 1910, destruiu todo o edifício, tendo restado só a fachada. Só em 1938 foi concluída a reconstrução.

- Igreja de Stª Maria da Graça – foi construída no séc. XIII, no estilo romano-gótico, tendo sido reconstruída no séc.XVI. A fachada é imponente, ladeada por duas torres. No interior são de destacar as colunas toscanas, com frescos de finais do séc. XVIII, os altares laterais, a talha dourada da capela-mor e os azulejos também do séc. XVIII.

- Igreja de S. Julião – foi construída no séc. XIII, muito modificada nos sécs. XVI e XVIII. Mantém dois portais manuelinos e, no interior, um silhar de azulejos que narram a história de S. Julião.

- Casa das Quatro Cabeças - é um edifício de três pisos, que apresenta, no exterior, quatro pequenas cabeças esculpidas e que estão associadas ao episódio do atentado, fracassado, contra D. João II. Pensa-se que uma representa o rei e as outras os conspiradores. Para além das esculturas, a casa tem ainda inscrições, em latim, que diz “Se Deus está connosco, quem poderá estar contra nós” uma, sobre a ombreira da porta e outra, à volta de uma das cabeças – “espero em Deus”

- Casa do Corpo Santo – a sua construção data do séc. XV. Albergou, em tempos idos, uma confraria de navegantes, armadores e pescadores de Setúbal. A sala do vestíbulo apresenta, no teto, um fresco sobre a antiga vida comercial setubalense e, ao mesmo tempo, serve de entrada para a Capela do Corpo Santo, completamente forrada a talha dourada. Na sala do despacho, podem apreciar-se os painéis de azulejos azuis e brancos, com cenas de vida da aristocracia, como caçadas e cenas da vida do povo, no seu trabalho. Neste sala está também um cofre, o cofre do Sepulcro, datado do séc. XVIII. Nas outras salas existe uma exposição de “Instrumentos de Ciência Náutica” de várias épocas, como compassos, faróis de posição, óculos náuticos e um radiogoniómetro portátil e textos e legendas explicativas desses mesmos instrumentos.

- Forte de Santiago do Outão – foi mandado construir por D. João I; D. Sebastião acrescentou a cerca e D. João IV mandou construir a fortaleza, tal como ela se vê hoje, quer da parte do mar quer da de terra.

- Convento da Arrábida – foi construído no séc. XVI e é constituído por duas partes distintas, o Convento Velho, que fica na parte mais elevada da serra e o Convento Novo, a meia encosta e que engloba o Jardim e o Santuário do Bom Jesus. O convento fica em pleno Parque Natural da Arrábida, foi fundado em 1542, por um frade franciscano – sabe-se que, antes da construção de qualquer edifício, já aqui viviam frades. Eles escavaram celas nas rochas e assim subsistiram durante dois anos.
Foram sendo efetuadas obras, ao longo dos tempos, nomeadamente uma cerca envolvente, uma hospedaria, duas capelas e, em 1650 o Santuário do Bom Jesus.
Todo o conjunto foi alvo de pilhagens, após a extinção das ordens religiosas, em 1834 e, como consequência, entrou em degradação. Foi posteriormente adquirido pela Casa de Palmela, em 1863, que procedeu a obras de recuperação, nas décadas de 40 e 50 do séc. XX.

- Monumento a Luisa Todi – com um b usto em mármore da autoria de Leopoldo de Almeida, um dos autores do Monumento aos Descobrimentos inaugurado na Exposição do Mundo Português, em 1940. Luisa Todi foi uma cantora lírica que nasceu em Setúbal, a 9 de Janeiro de 1753 e que atuou e foi aplaudida nas principais cortes.

- Cruzeiro de Setúbal – fica junto ao Convento de Jesus

- Pelourinho de Setúbal

- Muralhas de Setúbal

- Portal da Gafaria - também conhecida por Gafaria da Horta do Rio, a Gafaria de Setúbal foi construída no séc. XV, tendi sido construída antes do portal tardo-gótico, elemento mais notório. Ficava fora das muralhas, numa zona de hortas e baldios. Entre os séc. XV e XVI sofreu obras, custeadas pela família nobre cujo escudo figura no portal, embora pouco nítido. De notar que, na altura, muitas gafarias foram construídas no país, devido a um surto de peste que o assolou entre 1479/80.

- Chafariz da Praça Teófilo Braga

- Quinta do Esteval

- Palácio da Família Feu Guião ou do Adeantado – data do séc. XVIII, de traça pombalina. Tem, sobre a porta principal o brasão da família Feu Guião e, ainda na fachada, três gárgulas. Neste momento está em adiantada fase de degradação. A designação de “Adeantado” deve-se ao fato de o desembargador José da Rosa, exercer as funções de adiantado do reino, quando mandou erigir o edifício

- Fábrica Romana de Salga, na Travessa Frei Gaspar, 10

- Moinho de Maré da Mouriscada, na zona de Mitrena, construído no séc. XVII e remodelado em 1995 para ser parte do património e, ao mesmo tempo ser utilizado para a realização de várias atividades de índole cultural, de animação ambiental e de turismo Da natureza.

- Ruínas Romanas do Creiro – ficam na Serra da Arrábida, junto à Praia do Creiro e faziam parte do complexo industrial, romano, de salga de peixe de Cetóbriga, centrado em Setúbal e Tróia, mas com outras pequenas unidades, como esta. É composto por um conjunto de cetáriae e um balneário.

- Calçada romana do Viso – fica nas imediações de Setúbal, na localidade de Grelhal. Existe visível um troço com cerca de 300 m, que atesta a importância da região de Setúbal, no tempo dos romanos, pela atividade industrial da salga de peixe e o respetivo escoamento.

- Manuel Maria Barbosa du Bocage – poeta, repentista, viveu entre 1765 e 1805, descrevia-se assim:
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão de altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno; (...)
Nasceu em Setúbal e, desde muito cedo teve uma vida atribulada, que iniciou com o ingresso na Marinha Real aos 15 anos, tendo assentado praça aos 14. A partir dessa altura os seus anos foram empregues no estudo e na boémia dos locais por onde passava. Na sua época Portugal não estava b em, economicamente, porque o ouro do Brasil começava a escassear, o dinheiro que havia era gasto com a Corte, a marinha e o exército e o povo passava fome… Na mesma altura, em França o Rei Luis XIV e a Rainha, Maria Antonieta, eram mortos na guilhotina – tinha-se dado a Revolução Francesa, em 1789… Em Lisboa, como no restante país, os cafés eram o local escolhido para as discussões políticas e as posições de força contra o Governo que impôs um regime totalitário, por ação do Intendente Pina Manique, que tomou as rédeas do poder porque a rainha D. Maria I tinha enlouquecido.
Em 1790, Bocage regressou a Portugal, depois de agitada viagem pelo Oriente e, a partir daí e durante 10 anos, teve uma vida boémia, em Lisboa. Praticamente todas as noites estava presente, entre outros, no Café Nicola, onde se manifestava e tecia críticas ao despotismo de Pina Manique, sobre os vários problemas do país. No fundo, para além das personalidades do regime, criticava tudo e todos, clero incluído. Nessa altura, Bocage passou a apelidar-se de Elmano Sadino, anagrama que adotou quando aderiu à Nova Arcádia, academia de oratória e poesia, onde foi protegido, durante um período, por Filinto Elísio e a Marquesa de Alorna.
Claro que foi preso, em 1790, por “desbragamento de costumes e livre pensamento” e foi condenado, pela Inquisição, a receber doutrina pelos oratorianos, no convento de S. Bento. Terminada a pena, era outro, passou a trabalhar para se sustentar, a si e a uma irmã.

- Luisa Todi – nasceu em Setúbal, a 9 de Janeiro de 1753 e, muito pequena ainda, foi viver para Lisboa. Estreou-se, em 1767, como atriz, recitando, com a irmã, as falas das personagens do “Tartufo” de Molière. No mesmo teatro, conhece o violinista italiano Francesco Saverino Todi, com quem casou, aos 16 anos. No ano seguinte, estreou-se como cantora de ópera e, os seus dotes foram amplamente reconhecidos, de tal maneira que, um ano depois estava a cantar em Londres e, após um período que cantou e viveu no Porto, correu praticamente todas as capitais europeias – Londres, Paris, Berlin, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena, S. Petersburgo – e conviveu, entre outras cabeças coroadas, com Frederico II da Prússia e Catarina II da Rússia. Voltou a Portugal, já com 40 anos, para cantar nas festas da primogénita do príncipe regente, depois D. João VI, sendo que foi um espetáculo de exceção, porque D. Maria tinha proibido as mulheres de atuarem em público, e como tal, não teve a presença da família real e não foi muito celebrado.
Luisa Todi voltou ao Porto em 1803, já viúva, tendo sido obrigada a fugir por causa das invasões francesas. Na fuga perdeu muitos dos seus bens e jóias. Posteriormente, regressou a Lisboa, depois de ter perdido algunsdos filhos. Faleceu aos 80 anos, em 1813, já cega, devido a doença que tinha desde nova.

Azeitão
- Igreja de S. Lourenço
- Fonte dos Pasmados

- Quinta das Torres

- Capela de Nª Srª del Carmen
- Quinta da Bacalhôa – foi construída em 1427, por D. João, um dos filhos de D. João I, que foi também mestre da Ordem de Santiago e Condestável do Reino. Desta época, em particular, não restam muitos vestígios. Foi a filha do fundador, D. Brites, que procedeu a obras e lhe deu uma decoração moderna, para a época, como a cerca torreada e os revestimentos de azulejos quatrocentistas.
A casa foi vendida, em 1528 a Brás de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque, que foi responsável pelas alterações que hoje se vêm na casa e que, de acordo com uma inscrição existente, foram realizadas entre 1528 e 1554.
