José Ignácio Cornejo começou o Dakar fora do dez primeiros e foi sétimo no segundo dia, mas parece ter ficado “viciado” no pódio. Depois de ter sido segundo ontem, o piloto da Honda foi mais longe e assinou a primeira vitória da carreira em especiais do Dakar.
O chileno começou o dia em segundo e até chegou a ser cronometrado em quarto nos dois primeiros controlos do dia, mas, não satisfeito, aumentou o ritmo e mesmo ao cair do pano conseguiu impor-se ao colega de equipa Kevin Benavides para assinar o triunfo por meros 35 segundos.
Enquanto isso, Benavides, que além de Cornejo é o único com dois Top 3 consecutivos até ao momento no Dakar deste ano, foi mais regular. O argentino manteve a 3ª posição da partida nos quilómetros iniciais e após o segundo CP começou a subir para se tornar no terceiro dos quatro líderes do dia. Mas a verdade é que Benavides acabou por perder mais de 2:20s para Cornejo desde o km 346 até ao final.
Quem fez fantástica recuperação foi Ross Branch. O piloto do Botsuana partiu de 46º e entrou logo ao ataque para ganhar 19 posições ao cabo dos primeiros 53 dos 453 quilómetros de hoje. A partir desse momento o ganho de posições foi mais comedido, ainda assim a progressão foi constante ao ponto do piloto KTM assinar o terceiro lugar, a 55s da frente. Foi o segundo pódio deste ano para o “Ferrari do Kalahari” depois de ter ganho a segunda etapa do Dakar.
Quem deu nas vistas foi Paulo Gonçalves. Se ontem o português levou 10 horas a completar a especial depois de ter trocado o motor da Hero na pista, hoje “Speedy” Gonçalves voo rumou ao quarto posto final, a 2:11s do vencedor. O piloto de Esposende fez um arranque cauteloso, ganhando poucas posições nos quilómetros iniciais, mas chegado ao km 296 entrou num ritmo mais forte.
Já o líder da geral, Ricky Brabec começou o dia ao ataque, mas acabou em perda. Mesmo a abrir a pista, o norte-americano logrou impor o ritmo até ao terceiro CP, mas a partir desse momento baixou o andamento. O homem da Honda chegou mesmo a ser cronometrado em nono, ao km 296, mas depois disso ainda conseguiu recuperar um pouco para terminar o dia no quinto lugar, a 2:48s da frente.
Ainda assim, Brabec mantém-se na frente da geral, agora com a vantagem sobre Benavides reduzida para quase metade à chegada a Al-Ula. O argentino leva um atraso de 2:30s, enquanto Cornejo completa o domínio da Honda nos três primeiros, mas a 8:31 da frente.
Quanto aos restantes portugueses, Sebastian Bühler foi o segundo melhor do dia com o 21º tempo (+15:08s), com Joaquim Rodrigues a ser 23º (+16:49). Fausto Mota terminou em 32º (+40:33s), enquanto Mário Patrão foi 43º (+56:38). António Maio terminou em 92º (+2:06:35), isto depois de ter sofrido queda ao km 46 que o obrigou a perder algum tempo para reparar a moto. Ainda assim, o resto da especial foi feita com o guiador danificado.
Na geral, Bühler é o melhor luso, em 20º (+1:24:27), Maio 37º (+3:06:28), Mota é 40º (+3:30:23), Patrão 44º (+4:41:11) e Gonçalves 77º (+7:32:30).