Para esta 10ª etapa do Dakar correr melhor à Honda, a marca nipónica teria de ter garantido as quatro posições no final da tirada que ligou Haradh a Shubaytah. Não conseguiu, ficou-se “apenas” pelo segundo pleno do pódio, desta feita com Joan Barreda a assinar o primeiro triunfo do ano à frente de Ricky Brabec e de Kevin Benavides no que acabou por ser uma Etapa Maratona encurtada em praticamente 200 km devido às más condições climatéricas e subsequentes riscos de segurança para os pilotos.
Barreda entrou ao ataque depois de ter largado em terceiro para assumir a liderança logo no primeiro CP, ao km 87. Por essa altura o espanhol contava com apenas 30 segundos de margem sobre Mathias Walkner. O piloto da KTM foi o principal rival do homem da Honda nos dois primeiros controlos, mas começou a perder tempo no terceiro e acabou mesmo por cair para a sexta posição final, cedendo 5:23s para o primeiro.
Quem tirou bom partido dos problemas de Walkner foi o líder da geral Brabec. O norte-americano começou a perder, mas depois tratou de recuperar terreno de forma tranquila para garantir mais um pódio no que parece ser já um andamento de gestão rumo à tão desejada primeira vitória absoluta no Dakar. Brabec terminou a 1:07s do colega de equipa e ganhou tempo aos rivais mais diretos.
Quem também regressou ao pódio foi Benavides, isto apesar de um ritmo muito regular ao longo de toda a tirada. O argentino foi o sexto a ir para a pista e por aí se manteve no primeiro CP, subindo apenas uma posição no controlo seguinte e só perto do final é que chegou ao terceiro posto, terminando a 2:31s da frente.
Prestação inversa teve Toby Price. O campeão em título foi o segundo a arrancar para a especial e entrou a perder tempo. Inicialmente foi pouco, mas perto do final viu-se relegado para quarto, cedendo 2:57s ao vencedor e, com isso, o terceiro posto da geral.
Atrás de Price, a fechar a lista dos cinco primeiros, ficou outro piloto KTM. Luciano Benavides arrancou de sétimo e fez toda a especial entre essa posição e o quinto lugar final em que terminou, a 4:14s do primeiro.
Em termos de geral, Brabec continua na frente, agora com 25:44s de vantagem sobre Pablo Quintanilla, que se ficou pela 7ª posição na especial de hoje a quase seis minutos da frente. O terceiro é agora Barreda (+27:09s), seguindo de Price (+28:33s) e com Cornejo a fechar a lista dos cinco primeiros (+41:31s).
No que toca aos portugueses, António Maio foi quem melhor esteve hoje ao concluir a prova em 17º (+26:56s), enquanto Mário Patrão foi 34º (+35:49s) e Fausto Mota 40º (+42:12). Na geral, a liderança lusa é de Maio (27º), com Mota em 31º e Patrão em 33º.