A REN anunciou na manhã desta terça-feira que pelas 23h30 “já tinha reposto o funcionamento de todas as subestações da Rede Nacional de Transporte [RNT]”, garantindo que a rede está “perfeitamente estabilizada”, após um evento “absolutamente excecional com origem externa”, que deixou Portugal e grande parte da Espanha sem luz elétrica.

Após o apagão de segunda-feira, cujas causas ainda estão a ser apuradas, o país recupera rotinas. E, relativamente, à mobilidade dos residentes em Portugal os serviços de transportes estão a ser restabelecidos.

Aeroportos

A operação nos aeroportos nacionais está hoje a decorrer com normalidade, embora persistam alguns impactos relacionados com os voos cancelados ou atrasados de segunda-feira, de acordo com a entidade gestora dos aeroportos nacionais ANA.

No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a maior parte dos controlos de embarque está desde de manhã a funcionar, mas pelo menos 10 voos foram cancelados e havia uma longa fila de passageiros a reclamar bagagens perdidas.

Os voos cancelados, às 10:00, são as ligações com destino a Londres (Gatwick e Luton), Edimburgo (Reino Unido), Telavive (Israel), São Francisco, Miami e Washington (Estados Unidos); Toronto (Canadá), Bruxelas (Bélgica) e Ponta Delgada, nos Açores.

No Porto e em Faro, segundo a ANA, as operações decorrem regularmente, ainda com alguns impactos relacionados com os voos cancelados ou atrasados do dia anterior.

Ferrovia

Antes de o país ficar sem eletricidade, a CP já estava com perturbações na segunda-feira devido a uma greve dos trabalhadores. Esta terça-feira, a circulação de comboios urbanos da CP faz-se com normalidade desde as 7:00, registando-se apenas suspensão de alguns comboios de longo curso durante a manhã.

A circulação de comboios da Fertagus, que faz a ligação entre Lisboa e o distrito de Setúbal, está também normalizada, depois de ter estado suspensa durante segunda-feira.

Dez estações situam-se na margem sul do Tejo — Setúbal, Palmela, Venda do Alcaide, Pinhal Novo, Penalva, Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal — e quatro na margem norte – Campolide, Sete Rios, Entrecampos e Roma-Areeiro.

Metro

Também os metropolitanos de Lisboa e do Porto estão a retomar a atividade. Em Lisboa, o Metro anunciou ter “retomada a circulação em toda a rede às 8h36", registando, no entanto, “alguns constrangimentos” como acessos mecânicos.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas. Depois das 9:00 já estavam operacionais, nomeadamente, a Amarela (Rato-Odivelas), a Verde (Telheiras-Cais do Sodré), a Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e a Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o metro da capital funciona entre as 6:30 e as 1:00.

No caso do Metro do Porto, a circulação foi retomada às 6:00.

“A Metro do Porto tem vindo a trabalhar, em conjunto com a subconcessionária Via Porto, no restabelecimento de todos os sistemas, nomeadamente de energia, sinalização e apoio à exploração, procurando garantir as obrigatórias e indispensáveis condições de segurança com vista à reposição do serviço comercial nas suas seis linhas e mais de 70 quilómetros de rede”, pode ler-se num comunicado da entidade gestora, que garantia ter tudo em operação esta terça-feira.

Autocarros

O serviço de transporte público de passageiros da Carris, em Lisboa, está totalmente operacional nos autocarros, elétricos, ascensores e elevador, informou a empresa.

Em comunicado, a Carris, gerida pelo município de Lisboa, refere que serviço de autocarros da Carris esteve a funcionar em pleno na segunda-feira, mas os elétricos e ascensores estiveram temporariamente suspensos.

"Ontem [na segunda-feira], a Carris [mesmo após o apagão] continuou a operar o modo autocarro em pleno, tendo apenas interrompido a operação dos elétricos e ascensores devido as falhas no abastecimento de energia", segundo a empresa.

Também no Porto, a STCP manteve a operação na segunda-feira, reforçando a mesma nas linhas que fazem ligação da cidade ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com autocarros gratuitos para que quem chegava não ficasse retido na infraestrutura, devido à falta de acesso ao multibanco para o pagamento de transportes. Os autocarros da STCP continuam a operar hoje com normalidade.