Há precisamente um ano a Europa espantou-se com um dos maiores negócios da indústria automóvel: o Grupo PSA, dona de marcas francesas como Peugeot, Citroën e DS, acabava de adquirir a alemã Opel. Entre várias considerações feitas então, nenhuma previa o que hoje se ficou a saber: bastou um ano para que a Opel regressasse aos lucros. Há analistas financeiros que não escondem o seu espanto, afirmando que é uma das reviravoltas mais rápidas da industria automóvel de que há conhecimento.
E quem colhe os louros deste anúncio é o português Carlos Tavares, CEO da PSA, que consolida a sua fama de gestor que corta os gastos excessivos das empresas que lidera. Ao chegar à Opel, Tavares cortou despesas como impressoras, papel e telefones, mas acima de tudo convenceu os sindicatos a aceitar os despedimentos e promoveu também cortes no desenvolvimento de novos projetos, integrando-os no desenvolvimento de novos modelos da PSA.
Um bom exemplo disso é a nova Opel Combo, acabada de lançar e que vai ser produzida em Mangualde (Portugal) e Vigo (Espanha), usando a mesma plataforma da Peugeot Partner e Citroën Berlingo. Tavares comprovou mais uma vez que é possível regressar ao lucro numa Europa caracterizada por altos salários e margens de lucro baixas.