Manuel Marinheiro “não somos contra as inspeções, mas não são necessárias”

| Revista ACP

Após o adiamento das inspeções periódicas a motociclos convidámos o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal para nos falar do tema.

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Tornadas obrigatórias por uma Diretiva Europeia ainda em 2014 e alvo de grande contestação por parte dos motociclistas, cerca de dez anos depois as inspeções periódicas a motociclos foram, novamente, adiadas em Portugal.

Para perceber melhor a polémica em volta desta medida, o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal, Manuel Marinheiro, foi o convidado de mais um podcast ACP.

Manuel Marinheiro começa por recordar que não só a própria Comissão Europeia como o Parlamento Europeu decidiram prorrogar a aplicação desta diretiva por duas vezes: primeiro até 2020 e depois até 2022.

Desde então, o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal ressalva que a maioria dos países europeus não aplicou a diretiva e que, em 2024, poderá haver ainda a falta de alguma formação dos inspetores pois “os motociclos são diferentes dos automóveis e por isso a forma de inspeção deve ser também ela diferente”.

Estas diferenças refletem-se também, segundo Manuel Marinheiro, nas causas da sinistralidade dos motociclistas. De acordo com o presidente da federação, a taxa de sinistralidade causada por problemas mecânicos é mínima.

Desta forma, para Manuel Marinheiro “o fator humano é sem dúvida nenhuma o mais relevante e por isso não é pelo caminho das inspeções que nós reduzimos a sinistralidade. Esta é a nossa opinião, fundamentada com estudos sobre isso”.

Apesar de tudo, o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal afirma: “nós não somos contra as inspeções, achamos sim que elas não são necessárias ou pelo menos não servem os motivos pelas quais se pretendem aplicar, nomeadamente e desde logo, a segurança”.

Nesse sentido, Manuel Marinheiro afirma que as inspeções devem atuar “naquilo que são os elementos-chave da tal segurança e do que é o motociclo. Queremos que seja inspecionado se a mota anda, se a mota trava, se tem luz, se cumpre os limites, obviamente, do ruído”.

 

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Por outro lado, defende que não é necessário averiguar se a mota mantém todos os elementos com que foi homologada, reclamando até a existência de regimes de exceção para as motas de competição, para as alterações que aumentam a segurança (melhores travões ou suspensões) dos motociclos e ainda para os veículos equipados com equipamentos homologados na União Europeia como malas extra.

Por fim, Manuel Marinheiro não deixou de reconhecer que há alguns motociclistas que adotam comportamentos de risco, principalmente aqueles que se dedicam às entregas.


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