Sonolência e cansaço são inimigos da segurança rodoviária por representarem uma fatia considerável entre as principais causas de sinistralidade. Mas agora está a ser desenvolvido um teste ao sangue que pode detetar com precisão se um condutor foi responsável por um acidente por estar cansaço ao volante. "Tem que haver um sistema para verificar se alguém dormiu o suficiente, porque pode estar a colocar a vida de outras pessoas em risco", diz o professor Steven Lockley, especialista em sono da Harvard Medical School.

“O álcool é uma das principais causas de morte na estrada, o excesso de velocidade é outra e o cansaço é ainda outra (saiba como evitar adormecer ao volante). Mas embora a solução para a fadiga seja simples, ou seja, basta dormir mais, a nossa capacidade de administrá-la diminui porque não temos as ferramentas para monitorá-la como fazemos com o álcool", afirma Clare Anderson, da Monash University em Melbourne e uma das investigadoras envolvidas nesta pesquisa.

A equipa de Anderson identificou cinco biomarcadores no sangue que podem detetar se alguém está acordado há 24 horas ou mais com uma precisão superior a 99%. Ainda de acordo com Clare Anderson, é necessário trabalhar mais para validar os marcadores e investigar se eles podem quantificar se alguém dormiu, por exemplo, cinco ou apenas duas horas e está confiante que este exame de sangue para detetar a falta de sono, pode vir a ser realizado em conjunto com os testes de drogas e álcool.

Aquela investigadora crê que estes novos testes possam estar prontos a utilizar daqui a dois anos, numa primeira fase apenas nos hospitais já que os testes a fazer no terreno vão levar mais tempo. É que os sensores e dispositivos para detetar os biomarcadores ainda não foram desenvolvidos. Um cenário que provavelmente só será posto em prática na próxima década.